A Quaresma deste ano, que iremos encerrar na próxima quarta-feira, nos propôs uma séria e oportuna reflexão acerca do nosso batismo e das consequências que Jesus solicita de quem pede o Batismo para o Seu Divino ensinamento neste mundo tão plural e contraditório em que vivemos.
Muitos ficam preocupados em apenas batizarem os seus filhos, para que fiquem livres da culpa original do pecado cometido por Adão e Eva e que atingiram todo o gênero humano.
Mais o batismo é mais do que ficar livre do pecado original. O batismo nos torna herdeiros da vida divina, da vida futura do céu, e como isso a veste branca e a vela, que representa o Cristo, que carregamos no batismo é o doce convite para que seja carregado por toda a vida.
Quem é batizado tem uma única meta: viver a santidade. E a santidade é o caminho para entrar no céu. Ser santo não é ser fora de moda. Ser santo é depositar a sua confiança unicamente em Deus. E se tivermos caído no pecado não tenhamos vergonha de nos aproximar da confissão auricular, fazendo um bom exame de consciência, declinando pecado por pecado que tenha por ventura cometido, e pedindo a absolvição para que possa, restaurado e renovado pela graça santificante, viver a santidade.
O quinto domingo da Quaresma, o Evangelista narra a ressureição de Lázaro, amigo de Jesus. É o sétimo e último sinal que precede a morte e a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Evangelho apresenta Jesus como portador da esperança que vem em socorro do povo desesperado. Lázaro, morto há quatro dias, é chorado pelos seus parentes e amigos. Mas é Jesus que consola Marta e Maria, chora por encontrar o amigo morto e o faz voltar à vida, ordenando que tirem dele as amarras para que possa caminhar.
Nossa vida é um caminho permanente na busca da santidade para chegar a Deus. E a santidade se vive no cotidiano, no dia a dia, ajudando a Jesus a fazer a sua missão de resgatar a vida das pessoas e tirar delas as amarras da injustiça que oprime para que pudessem voltar para a sociedade.
Vivemos muitas desilusões: o povo parece anestesiado pelo túmulo da desilusão que o impede de ver o rosto de Deus. Vemos tantas manifestações de dor, tristeza, luta, ódio, desesperando, desprezo pela vida, perseguições. Cristo nos chama, como batizados, para a liberdade para anuncia-lo e testemunhar a brancura da santidade que Ele nos concede no batismo. Bom final de quaresma e boa confissão.
+ Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Juiz de Fora(MG).

São Paulo, 10 de abril de 2014.

Rawy.

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Um abraço,

E. L. Sampel

"São Paulo, 10 de abril de 2014.
Eminentíssimo e excelentíssimo sr. arcebispo de Aparecida,
dom Raimundo cardeal Damasceno Assis.

Com gáudio imane escrevo esta missiva. Parabéns pelo seu apostolado na Arquidiocese de Aparecida! Quando consigo assistir à missa dominical televisionada pela TV Cultura, gosto de ouvir a homilia proferida por vossa ema., prenhe de ótimos conselhos e saudáveis hermenêuticas do santo evangelho.
Dirijo-me a vossa ema., a fim de aprsentar uma sugestão de "postura teológico-pastoral", digamos assim, endereçada aos eminentes presbíteros redentoristas, que mui frutuosamente trabalham no santuário. Faço-o com caridade e humildade, exercendo um direito consignado no código canônico (cânon 212, § 2º).
Noto que em todos os atos litúrgicos, não só na santa missa, os celebrantes sempre se referem à virgem santíssima com o augusto cognome de "Mãe Aparecida". Nada obstante, percebo, também, que não se pronuncia mais o nome próprio da mãe de Jesus: Maria (forma aportuguesada do aramaico Myriam).
O epíteto "Mãe Aparecida" é decerto bastante bonito e revela o carinho do povo, sem embargo, do ponto de vista pastoral e catequético, cuido ser importante voltar a vociferar o vocativo "Maria", sem deixar de lado a afável expressão "Mãe Aparecida". Por exemplo, toda vez que o celebrante diz "Mãe Aparecida", ele ajuntaria o nome "Maria": "Meus irmãos, bem-vindos à casa da Mãe Aparecida, à casa de santa Maria!"
O povo que acorre ao santuário é deveras simples. Entre os devotos de nossa Senhora, com certeza, muitos acreditam que "Aparecida" é um nome próprio, e não o particípio passado do verbo "aparecer". Bem, na verdade, "Aparecida" já virou mesmo o nome próprio de enorme número de mulheres brasileiras, em alguns casos em honra da mãe de Deus (v.g.:"Maria Aparecida"). Outro problema sério diz respeito ao fato de que boa parcela dos romeiros simplesmente não sabe que nossa Senhora de Fátima, nossa Senhora de Lourdes etc. e nossa Senhora Aparecida são a mesma pessoa. Mais uma razão para deixar as coisas bem claras e enaltecer sempre o nome da deípara. Afinal de contas – ensina a bíblia sagrada (Is 43, 1) – Deus chama cada um de nós pelo nosso nome próprio: Edson, Raimundo etc. Pelo prenome Deus chamou a virgem de Nazaré, através do arcanjo Gabriel: "Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto de Deus." (Lc 1, 30).
Fica, pois, com todo respeito, a sugestão aqui registrada, a fim de que vossa ema., se reputar convinhável, a teor de seu prudente alvedrio, proponha a ideia ora ventilada ao colendo clero secular, bem como aos conspícuos membros da religião de santo Afonso, os quais realizam um ministério maravilhoso no santuário. O assunto talvez mereça um exame pastoral e teológico percuciente nalguma reunião do presbitério.
Redigi esta carta, convicto de que os pastores, incluindo os leigos, têm o dever de ofertar ao povo de Deus, mormente aos indivíduos simplórios, uma instrução religiosa adequada, que, in casu, propicie o recrudescimento do amor por Maria santíssima, a "Mãe Aparecida", explicitando o papel dela de interceder por nós outros junto a Jesus Cristo.
Que nossa Senhora Aparecida, Maria, a mãe de Jesus, e são José de Anchieta roguem por nós!
Cordialmente,
Edson Luiz Sampel (leigo)
Professor da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo
Membro da Academia Marial de Aparecida (AMA)"