Pastoral da Consolação e Esperança.

 

Desde o século I os cristãos rezavam pelos falecidos. Costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio. No século IV, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século V, a Igreja dedicou um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava. Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) pediram para dedicar um dia por ano aos mortos. Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro porque no dia 1º é  a festa de Todos os Santos.

Para muitas pessoas é uma data triste que deveria ser excluída do calendário. Há os que nesse dia ficam deprimidos ao recordarem os seus entes queridos que partiram desta vida alguns se isolam, outros viajam para esconder suas mágoas. Porém, há aqueles que conseguem ver que o Dia de Finados deve ser um momento de reflexão acerca de como anda a nossa conversão.

Não podemos esquecer de que um dia também partiremos desta vida, na esperança de uma vida melhor. Jesus mesmo nos disse que Ele virá como um ladrão. O ladrão, quando quer assaltar uma casa, não avisa quando vai chegar. Não diz nada a ninguém e vem a hora escusas, que ninguém espera, para poder contar com o sono, a falta de prevenção e guarda enfraquecida. Ninguém sabe quando, embora saibamos que, de certeza, Ele vai voltar. Dessa hora, dia e ano só o Pai do céu sabe.

Estaremos prontos para partir com jesus, no dia e hora em que Ele voltar? Só os que estiverem preparados serão levados para estarem para sempre com Ele, no lugar onde não há mais dor, lágrimas, guerra e tristeza. Consagre sua vida a Jesus. Coloque-o em primeiro lugar, pois os bens deste mundo passam.

O livro de Eclesiastes registra a busca de Salomão por significado e propósito na vida. Ele buscava valor real em diferentes áreas, mas o resultado final era deprimente. "Vaidade das vaidades... tudo é vaidade"(Ecl 1, 2). "Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol"(Ecl 2, 11).

E a lembrança de nossos entes queridos? Com certeza desejaríamos rasgar o infinito, abraçá-los, beijá-los e acariciá-los, perguntar-lhes tudo sobre o outro lado da vida. A saudade machuca nosso coração. Que sua lembrança e nossas orações por eles nos encham de paz e de consolo em Deus. Um dia será a nossa vez de partirmos definitivamente para a casa do Pai.

Deixemos de lado as vaidades deste mundo. Tudo é tão passageiro e fútil. Apeguemo-nos àquilo que é duradouro, salutar, justo e santo. Não precisamos esperar aquele momento final para nos encontrarmos com Deus, naquele será face a face, mas que busquemos a Deus enquanto é tempo, enquanto Ele se deixa encontrar nesta vida.

O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. É o dia do amor e sentir que o outro não morrerá jamais. É dia para celebrar a comunhão dos santos, dia para viver a íntima comunhão com os entes queridos, dia para renovar o amor para com os vivos e um dia de comunhão íntima com o nosso Deus, o Deus de ontem, de hoje e de sempre. Amém