Pentecostes ou festa da Messe (campo cultivado no ponto da ceifa) é uma das festas determinadas por Deus ao povo hebreu na Antiga Aliança, e está prevista na parte IV - Código de Santidade do livro Levítico no Antigo Testamento (Lev 23, 15-22). Trata-se de uma festa na qual se celebra a colheita. O evento ocorria decorridas sete semanas, isto é, cinquenta dias após a festa da Páscoa. (Pentecostes, em grego, significa quinquagésimo dia).

Para todos nós cristãos, vivendo agora a Nova Aliança, a festa Pentecostes é uma santa assembléia na qual a igreja católica celebra a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos e a Virgem Maria, já que foi no dia da festa judaica do Pentecostes que o Espírito Santo de Deus derramou-se sobre eles quando estavam reunidos no cenáculo. "Quando chegou o dia de Pentecostes, estavam todos juntos num mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, que encheu toda a casa em que se encontravam. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e repousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo"(At 2, 1-4). O Espírito Santo manifestou-se, nessa ocasião, por meio de dois elementos que, no Antigo Testamento, costumavam acompanhar a presença de Deus: vento e fogo.

O fogo, na Sagrada Escritura, aparece como imagem do amor que penetra todas as coisas e como elemento purificador. É uma imagem que nos permite compreender melhor a ação que o Espírito Santo realiza nas almas. Além disso, o fogo produz luz, que significa o resplendor com que o Espírito Santo nos faz compreender a doutrina de Jesus. "Quando vier, o Espírito Santo de verdade guiar-vos-á para a verdade completa... Ele me glorificará, porque tomará do que é meu e vo-lo dará a conhecer" (Jô 16, 13-14).

Com relação ao vento, verifica-se que a obra do Espírito Santo é frequentemente sugerida pela palavra "sopro", com o propósito de exprimir ao mesmo tempo a delicadeza e a força do amor divino. Não há nada mais sutil que o vento. Ele penetra por toda a parte; parece até percorrer os corpos inanimados para dar-lhes vida. O vento impetuoso que soprou no dia de Pentecostes exprime a força com que o Amor divino irrompe na Igreja e nas almas.

Naquele dia de Pentecostes, os Apóstolos foram robustecidos para assumirem a missão de anunciar a Boa Nova a todos os povos, como testemunhas de Jesus. Na realidade, não somente eles. Por extensão, como novos discípulos, todos nós batizados temos o doce dever de anunciar que Jesus Cristo morreu e  ressuscitou para a nossa salvação.

- "E sucederá nos últimos dias, - diz Deus - que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas, e os vossos jovens verão visões, e os vossos anciãos sonharão sonhos. E sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei o meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão" (At 2, 17-18). Assim pregou Pedro na manhã de Pentecostes, em discurso para os israelitas, inaugurando a época dos últimos dias, os dias em que o Espírito Santo foi derramado de uma maneira nova sobre aqueles que crêem que  Jesus é o Filho de Deus e põem em prática a sua doutrina. "Derramarei  o meu Espírito sobre toda a carne" nos diz que: os que receberem a efusão do Espírito não serão já uns poucos privilegiados, como os companheiros de Moisés (Num 11,25), ou como os profetas, mas sim todos os homens, na medida em que se abrirem a Cristo.

No batismo, nessa maneira nova de recebermos o Espírito Santo, recebemos também a missão de anunciar o reino de Deus. Compreendendo a grandeza da nossa missão, compreenderemos também que ela depende da nossa correspondência as propostas e inspirações do Espírito de Deus e sentimo-nos necessitados de pedir-lhe frequentemente que lave o que está manchado, regue o que está seco, cure o que está doente, acenda o que está morno, retifique o que está torcido. Isso pedimos, através do celebrante, pela oração na Sequência da Missa de Pentecostes. Sabemos bem que no nosso interior há manchas, e partes que não dão todo o fruto que deveriam dar porque estão secas, e partes doentes, e tibieza e, também pequenos desvios que é necessário retificar.

A vinda do Espírito Santo naquele dia de Pentecostes não foi um  acontecimento isolado na vida da Igreja. O Espírito de Deus santifica-a continuamente, como também santifica continuamente cada alma cristã. Os dons do Espírito Santo, uma vez infusos, atua, de forma sobrenatural, contínua, sem cessar, na nossa alma. Como nos ensina São Paulo, Ele, o Espírito de Deus, está presente e inspira-nos quando lemos o Evangelho, quando oramos, quando descobrimos uma luz nova num conselho recebido, ou quando meditamos uma verdade de fé. Percebemos que essa luz não depende da nossa vontade. Não é coisa nossa, mas de Deus. É o Espírito Santo quem nos move suavemente a abeirar-nos dos Sacramentos da Penitência ou Confissão quando pecamos; a levantar o coração a Deus num momento inesperado; a realizar uma boa obra. É Ele quem nos sugere um pequeno sacrifício, ou nos faz encontrar a palavra adequada que anima uma pessoa a ser melhor. E isso Deus nos faz concedendo-nos contínuas graças atuais que, uma vez aceitas, nos capacita mantermo-nos em estado de Graça Santificante, o estado de graça sobrenatural que nos vincula a Deus através do fluxo de irrevogável amor que flui entre o Criador e suas criaturas.

 

Sejamos santos. Afinal, foi para isso que Deus nos criou.

 

Mario Rubens de Souza

MECE   S. Judas Tadeu Icaraí

 

 

Ref.: Bíblia Sagrada

Falar com Deus 2 - Edição Quadrante

A Fé Explicada - Pe. Leo J. Trese