Capítulo X:  FATOS QUE MARCARAM A IGREJA NA IDADE ANTIGA

 

AS FESTAS:

As Celebrações cristãs nos primórdios da Igreja eram a Páscoa e Pentecostes. O natal somente passa a ser celebrada a partir do século III. A Epifania manifestação de Jesus aos reis pagãos, também passa a ser celebrada na data de 6 de Janeiro. Tanto o natal como a Epifania passam a ser celebrações universais, ou seja, em toda a Igreja. O natal é comemorado a 25 de dezembro no lugar da festa pagã romana do Deus-Sol.

Na Gália, a partir do século IV, o tempo do Advento (preparação para o natal) passa a ser observado. A festa da Ascensão do Senhor começa a ser celebrada a partir do século IV.

Os mártires são honrados e celebrados desde o século II. Já os santos confessores tiveram a sua vez do século IV em diante.

Também a partir do século IV todos os clérigos são obrigados a fazerem as orações canônicas (o breviário). Sacerdotes e bispos eram casados e eram escolhidos de acordo com a capacidade e espiritualidade. A formação regular do clero, com preparação em seminários, só vai acontecer no século XVI.

As pessoas na antigüidade viam a santidade em uma pessoa e a chamavam de "santo" sem mesmo ser necessário esperar que ele morresse e nem mesmo necessitar de processos de canonização após a sua morte, que o declarasse como tal.

 

O monaquismo: surge a vida religiosa e contemplativa.

Os Anacoretas - Eram monges que moravam em comunidades no Egito, desde meado do século III. Viviam da oração, do trabalho e da colheita.

Os inspiradores da vida monástica foram São Pacômio, que morreu em 346, e Santo Antão, que morreu em 350.

A palavra monaquismo vem do grego monachós que quer dizer: aquele que está só. Designa assim uma forma de vida totalmente consagrada a Deus no retiro, no silêncio, na oração, na penitência e no trabalho.

O monaquismo, ou vida monástica, tem seus fundamentos imediatos no próprio Evangelho onde o Senhor Jesus aconselha a deixar tudo e, incondicionalmente, seguí-lo (Lc 9, 57-62 e Mt 19, 16-22). É, portanto, uma consagração total ao Reino de Deus.

No século III esse modo de vida ascética tomou a forma eremítica com cristãos retirando-se para mosteiros no deserto, tendo como modelo Santo Antão ( + 350). Este santo é considerado o "Patriarca do monaquismo"

Os costumes da vida monástica variavam: muitos monges se alimentavam apenas de ervas, outros faziam diversos tipos de penitência, eram conselheiros espirituais, outros viviam reclusos em celas, etc.... Cada mosteiro, cada comunidade possuía uma regra a ser observada por seus membros. Os monges, em sua maioria, eram leigos embora nada impedisse que houvesse sacerdotes ordenados na vida monástica. Com o decorrer da história da Igreja na Idade Média muitas Ordens religiosas irão surgir tendo a maioria de seus membros ordenados como sacerdotes. Ocorrerá o contrário, quando se permitirá então que  haja entre os irmãos os que não desejem receber a ordenação Sacerdotal. Ficariam, assim, como irmãos na comunidade.

O monaquismo se difundiu no Ocidente e sobretudo no Oriente onde a vida monástica teve seu berço em lugares retirados do Egito, Palestina, Síria, etc. ... Junto com os mosteiros masculino surgiram os femininos. Estes tinham raiz na prática de se consagrar a virgindade ao Senhor mediante voto particular.

Entre os grandes monges eremitas podemos destacar além de São Pacômio e Santo Antão , os seguintes: São Martinho de Tours, Santo Agostinho que passou por tal experiência, São Columbano Abade e São Bento de Núrsia que fundou a Ordem Beneditina no Mosteiro de monte Cassino, na Itália, em 529,  cujo lema é: ora e trabalha.