Depois da queda do império Romano em 476, vieram primeiramente os bárbaros hérulos e depois os ostrogodos que impuseram seu domínio sobre Itália. Porém, em 533 os ostrogodos  debilitados por anos de guerra sucumbiram diante dos bizantinos que estabeleceram seu domínio sobre a Itália transformando-a numa província do oriente governada por um exarca nomeado pelo imperador de Constantinopla

O domínio bizantino sobre a Itália desagradava sobretudo aos habitantes do centro e do sul da península. Isso porque os bizantinos exerciam uma pressão muito grande sobre eles através de altos impostos, funcionários corruptos e não os defendia das constantes ameaças externas que sofriam dos lombardos. Isso fortalecia o papado que adquiria cada vez mais prestígio moral e político uma vez que ao papa recorriam todos os atribulados e carentes. A estima devotada ao papa era tão grande que fazia com que muitos nobres ao morrer ou entrarem para algum mosteiro legassem seus patrimônios ao pontífice, ou seja: à Igreja. Dessa forma teve origem o chamado Patrimônio de São Pedro que constava de terras da Itália e adjacentes. Esses bens, de extensão cada vez maior, permitiam ao papa uma certa independência diante do imperador de Bizâncio. O pontífice tinha sob sua jurisdição civil, grande número de cidadãos que trabalhavam e viviam sob a tutela papal e eram socorridos em asilos, orfanatos e hospitais pontifícios. Isso foi fazendo com que se firmasse o poder temporal do papa.

Aconteceu que em 739 os lombardos ameaçaram a população da Itália e cercaram Roma. O Papa Gregório III vendo que tinha pouca esperança de receber o auxílio do imperador de Bizâncio (que detinha o título de defensor dos cristãos) e depois de aconselhado pelo Senado Romano, se volta para os francos para pedir ajuda. Estes não puderam enviar ajuda porque estavam em guerra contra os árabes. O Papa Zacarias (740-752) sucessor de Gregório III, conseguiu firmar uma paz com os lombardos por vintes anos. Tratou também de manter bom relacionamento com os francos o que seria fundamento para eventos futuros.

Em 747 Pepino,  homem inteligente e muito religioso era o mordomo do palácio real do rei franco Childerico. Esse rei sofria de debilidade mental e quem na verdade exercia o governo era Pepino. Em 751, Pepino foi eleito rei dos francos depois que o doente e incapaz Childerico retirou-se para um mosteiro. Essa sucessão teve apoio fundamental da Igreja.

Os  lombardos se levantam contra Roma. Seu rei, Astulfo (749-756) depois de tomar Ravena, dos bizantinos, avança sobre Roma. Abandonado pelo imperador do Oriente, Constantino V, o iconoclasta, o Papa Estêvão II pede o auxílio dos francos. O Pontífice foi pessoalmente até Pepino que o recebeu com honras e prometeu-lhe proteção contra os lombardos. Em seguida o rei levou o papa para  Paris onde este o ungiu, bem como a seus dois filhos Carlos e Carlomano, e conferiu-lhes o título de "Patrícios romanos". Esse título implicava que deveriam proteger Roma e a Igreja. Em 754 foi firmado o Tratado de Quierzy entre o Rei Pepino e o papa. Este tratado obrigava Pepino a não só a defender a Igreja em Roma como ainda a libertar todos os territórios que estavam nas mãos do império bizantino, ocupados pelos lombardos. Assim, em apenas duas campanhas militares (755 e 756) Pepino venceu Astulfo e apesar dos protestos de Bizâncio, doou solenemente as terras conquistadas aos lombardos, ao papa num documento escrito que ele colocou sobre o túmulo de São Pedro. Estava assim fundado o Estado Pontifício no ano de 756, independente de Bizâncio, sob a jurisdição do papa que ficaria como seu soberano e com a proteção dos francos.