Uma vez falecido o papa Bonifácio VIII, logo foi eleito seu sucessor Bento XI, que infelizmente teve um pontificado de curta duração entre 1303 e 1304. Foi um fiel servidor de Bonifácio VIII e era um homem manso e pacífico. Todavia, uma vez feito papa preferir trilhar outras vias. Sabendo que era representante de Cristo na Terra, para o qual é  próprio compreender e perdoar, decidiu então, absolver o Rei Felipe, o Belo, da França e todos os seus cúmplices, exceto o Chanceler Guilherme de Nogaret, que tomara de assalto a residência papal. Da mesma forma, perdoou os nobres Pedro e Tiago Colona, inimigos de Bonifácio VIII, que com ele, trabalharam e rapinaram o tesouro pontifício e por isso, foram por ele punidos. Os adversários de Bonifácio VIII pediram que ele decretasse este pontífice como herege e intruso, através de um Concílio Ecumênico, mas Bento XI rejeitou esse pedido de forma categórica. Infelizmente este pontífice teve um breve pontificado de oito meses e poucos dias ( 22/10/1303 - 07/07/1304).

A escolha do sucessor de Bento XI foi bastante difícil, porque havia um grupo que defendia a escolha de um papa italiano e outro que desejava que o novo pontífice fosse francês. O conclave durou onze meses e finalmente a escolha recaiu no Bispo de Bordeaux, Bertrand de Got, que tomou o nome de Clemente V. O novo papa era um francês e por isso preferiu ser coroado em Lyon, na França. Uma vez papa, Clemente V, preferiu se estabelecer na França contrariando aos cardeais da Igreja e a própria cristandade. Repetidas vezes prometeu que voltaria a Roma, mas acabou permanecendo na França por duas razões: a Itália estava dividida por lutas internas devido ao surgimento de várias repúblicas e não havia mais segurança para o papa em Roma e, também porque Felipe IV, o Belo, o Rei da frança, o pressionou a ficar dizendo: "Por que voltar a Roma, Santidade ? Fique na França onde estará em segurança sob a proteção da minha espada.... Lá os perigos e as conspirações vos serão uma ameaça !" e, com isso, o papa ficou em território francês e se estabeleceu em Avinhão, a partir de 1309, no quarto ano de seu pontificado que começara em 1305. Felipe, o Belo, dava-se por contentíssimo pois o novo papa era fraco de ânimo e além disso muito doente. Não era intenção de Clemente V permanecer na França, mas as circunstâncias o obrigaram a permanecer lá enquanto a Itália se debatia em lutas internas.

No Estado Pontifício, muitas cidades se declararam repúblicas autônomas. O poder temporal do papa decrescia. As rendas do Estado decresciam e exigia-se novas despesas para debelar os revoltosos. Em Avinhão, o fraco Clemente V era manobrado por Felipe IV, o Belo. O descontentamento era geral.  O papa cedia sempre às exigências do rei francês. O número de cardeais franceses no Colégio Cardinalício aumentou, o que influenciaria na escolha do papa seguinte. Em todas as circunstâncias, o papa cedeu mais do que pode. Em sua sede de vingança, Felipe, o Belo, chegou a insistir na instauração de um processo contra o defunto do papa Bonifácio VIII, tal como acontecera no século X, contra o Papa Formoso, mas dessa vez Clemente V não atendeu a reivindicação do rei. Contudo acabou cedendo em outras reivindicações do monarca, sendo a mais terrível delas o processo que atingia a Ordem dos Cavaleiros Templários.