Os Templários era uma Ordem de Cavaleiros Militares, a mais antiga de todas, que foi fundada em 1119 por Hugo de Payens, junto com oito cavaleiros franceses no tempo das cruzadas. Sua missão era proteger os peregrinos que iam visitar a Terra Santa. Este era seu 4º voto, além da castidade, obediência e pobreza. Eles foram instalados em Jerusalém na Esplanada de Salomão colocada à sua disposição pelo Rei Balduíno II de Jerusalém, quando esta estava em mãos dos cristãos. Seu hábito era um manto branco com uma grande cruz vermelha desenhada no peito. Usavam as armas, espadas e escudo sobre as malhas de aço que eram cobertas pelo hábito. Juntamente com os Hospitalários, os Cavaleiros Templários se dedicaram com abnegação e coragem à defesa dos fiéis e da Terra Santa.

 

A Ordem dos Templários era inicialmente muito pobre, mas em breve atingiu o seu apogeu, especialmente depois que São Bernardo redigiu sua regra, pois este santo demonstrou grande interesse por ela. Os Cavaleiros foram favorecidos pelo Papa Inocêncio III, quando do pontificado deste ( 1198 - 1216 ) e receberam ainda muitas doações o que a tornara uma Ordem muito rica. Os Templários sempre lutaram gloriosamente na Terra Santa, mas depois da derrota de Tolemaida, em 1291, foram transferidos para a França, onde se sediaram. Lá possuíam ricos feudos.

 

Como há muito tempo não havia lutas nos lugares santos o Rei Felipe IV, o Belo, fez ver ao Papa Clemente V, que a Ordem dos Templários era inútil. Na verdade, queria o fim daquela instituição para poder apropriar-se de seus bens. O Papa Clemente V resolve convocar à sua presença o Grão-Mestre dos Templários, Tiago de Molay, e lhe propõe uma fusão com a Ordem dos Cavaleiros de São João. Este recusa a proposta do papa e Felipe, o Belo, determina então a prisão de todos os Templários na França acusados de rebelião e heresia.

 

Dessa forma todos os Templários da França, inclusive seu Grão-Mestre, Tiago de Molay, foram presos por ordem de Felipe IV em 13 de outubro de 1307. Eram cerca de 2.000 homens ao todo. A mando do rei, todos foram torturados a fim de obter deles as confissões de interesse do monarca. O próprio Grão-Mestre Tiago de Molay, alquebrado pela tortura exortava por carta a todos os Templários a confessarem logo. Todas essa medidas foram do Rei Felipe IV e não da Igreja. O Papa Clemente V nem chegava a agir pois Felipe se antecipava e decidia o que fazer com os nobres cavaleiros que eram acusados de hereges, de  negarem o Cristo e a autoridade do rei. Este apresenta ao pontífice 72 Templários que diante do papa e do rei admitem serem hereges. O papa declina, mas Felipe sabe muito bem que a confissão dos 72 cavaleiros foi adquirida sob tortura.

 

O Papa Clemente V transfere a causa dos Templários para um Concílio em Viena, na França, onde o próprio Rei Felipe IV, o Belo, se apresenta com grande aparato militar, a fim de exercer pressão. Sob esse clima de terror, o Concílio decide que a Ordem dos Cavaleiros Templários seria supressa e seus bens entregues aos Cavaleiros da Ordem de São João. Essa foi a decisão de Clemente V, mas Felipe sequer acata a decisão do papa e imediatamente encampa todos os bens dos Templários.

 

O processo contra os Templários movido por Felipe, o Belo, foi uma tragédia infame que se abateu sobre a Ordem de grande serviço para a Igreja nos duros tempos das cruzadas. Muitos de seus líderes foram condenados à prisão perpétua, enquanto o Grão-Mestre da Ordem, Tiago de Molay, e o Grão-Preceptor da Normandia foram queimados vivos em 11 de novembro de 1314, por terem dito que confessaram sob tortura e se declararam inocentes, assim como a Ordem, das acusações que lhes eram feitas.

 

Os templários podiam até apresentar suas falhas, o que é humano, mas certamente estas não eram tão graves nem universais, como se afirmavam. Nos demais países onde a Ordem foi julgada, as acusações colhidas foram insignificantes. Na Espanha e em Chipre foram mesmos declarados inocentes após o julgamento. Isso demonstra claramente que foram vítimas de calúnias e da perversidade de Felipe IV, rei da França.

 

Finalmente após um triste pontificado, o Papa Clemente V veio a falecer bastante doente em 20 de abril de 1314.