O cenário histórico em que aparece Joana D'Arc é da chamada "Guerra dos Cem Anos" entre a Inglaterra e a França. que se estendeu de 1337 até 1453 com algumas interrupções. Foi uma guerra longa por questões dinásticas onde os ingleses contaram com a ajuda dos Normandos, do Norte da França, que lutaram como seus  aliados, já  no curso final a guerra.

Com a guerra em seu curso final, os ingleses avançavam por dentro da França. O governo francês estava sediado em Chinon onde uma corte corrupta cercava o Delfim ( herdeiro do trono ) ainda não coroado. Foi então que entra em cena uma jovenzinha de 17 anos chamada Joana que prometia salvar a França. Nascida em Domrémy e de família camponesa, ela não sabia ler nem escrever, mas era muito religiosa. Desde os treze anos de idade ela passou a ouvir vozes que ela dizia ser de São Miguel Arcanjo a exortando a salvar a França. Em 1428 a jovem resolveu atender os apelos celestes e foi levada apor um tio a presença do capitão Robert de Baudricourt, delegado do rei. Este a repudiou a princípio, bem como a sua família o fizera, mas depois a enviou escoltada até a corte de Chinon para que ela se apresentasse ao Delfim Carlos. Lá Joana chegou eme 6 de março de 1429. Querendo colocá-la à prova o Delfim se dissimulou entre os cortesãos deixando um falso Delfim no trono. Joana não se inclina diante do falso monarca mas sim diante do verdadeiro que ela encontrou no meio dos cortesãos sem nuca tê-lo visto antes.

Joana sofreu muito. Foi interrogada sobre a fé e a moral e acusada de alucinações foi submetida a todos os teste e declarada uma pessoa sadia depois de tudo. O Delfim então lhe confia um exército que será comandado pela própria Joana. Ela não combateria mas estimularia os seus soldados empunhando um estandarte com a figura de Cristo entre dois anjos. Finalmente, em 8 de maio de 1429, depois de derrotar os ingleses, ela reconquista Orleãns, entrando na cidade com sua tropa. Em seguida consegue convencer o Delfim a ser coroado em Reims, o que de fato acontece. Este se torna Carlos VII, reis do franceses. Joana dava por encerrada a sua missão, quando o rei lhe pediu que continuasse a guerra contra os ingleses. Ela então muito se empenhou pela reconquista de Paris, mas aos 23 de maio de 1430, foi presa pelos Borgúndios, aliados dos ingleses. Estes a compraram pelo preço de 10.000 francos ouro e a levaram para Ruão, onde veria ser julgada.

Acusada de bruxaria, por ouvir vozes que a levaram à vitória do inimigo, os ingleses e Borgúndios iniciaram o processo de julgamento de Joana. Foi um longo sofrimento para a jovem que sempre apelava apara ser julgada pela Igreja. Para dar legitimidade ao processo onde era julgada por bruxaria, os ingleses encontraram no Bispo Pierre Cauchon, um importante aliado. Também compareceu o Vice-Inquisidor de Ruão, Jean Lamaitre. Muitos assessores e juristas compareceram sendo que 113 foram coagidos pelos ingleses. O júri era ilegítimo pois Cauchon não tinha autoridade sobre Joana e nem era legado pontifício. Joana foi torturada durante o interrogatório mas sempre jurou sua inocência. Sempre repetia que queria ser julgada pela Igreja e apelava ao papa. Tudo porém lhe foi negado. Quando seus inquisidores, tentando surpreendê-la, perguntaram-lhe se ela estava na Graça, Joana respondeu: "Se não estou, que Deus me coloque. Se estou, que Ele me conserve!"

Depois de tantas torturas, Joana foi fraudulentamente condenada à morte como herege, relapsa, apóstata e idólatra. Depois foi entregue ao poder secular para execução sendo queimada viva na fogueira no dia 30 de maio de 1431.

Joana , na sua última manhã de vida ainda disse ao Bispo Cauchon " Morro por causa do senhor. Se me tivésseis posto nos cárceres da Igreja isso não teria acontecido".

Depois de sua morte, o Rei Carlos VII, depois de vencer os ingleses e tomar Ruão, deu início a revisão do processo que condenou Joana que terminou favorável à jovem. Em 1445, também a Igreja instaurou um Inquérito pontifício para apura o julgamento irregular uma vez que este foi feito em nome da Inquisição.

Após numerosos interrogatórios, o arcebispo de Reims em 7 de julho de 1456, 23 anos após a morte de Joana, declarou perante numerosa assembléia de clérigos e leigos em Ruão, a reabilitação da memória de Joana, a jovem francesa que morrera injustamente nas mãos dos ingleses. Não morreu condenada pela Igreja mas por um tribunal formado por juristas e clérigos a mando rei da Inglaterra.

Serva fiel da Igreja, Joana sempre combateu os excessos de seus soldados nos campos de batalha. Certa vez, ao acabar com a jogatina de cartas nos momentos de folga e depois de expulsar as meretrizes do meio dos soldados, fez a estes uma dura advertência: " Se quisermos vencer precisamos mudar os nossos hábitos. Não basta ter Deus ao nosso lado. Nós também precisamos estar do lado d'Ele !"

Quinhentos anos depois, em 1920, no pontificado do papa Bento XV, a Igreja canonizou a jovem Joana D'árc elevando-a glória dos altares.