O nome renascimento designa a redescoberta da cultura clássica greco-latina que parecia Ter  adormecido durante a Idade Média e que nos séculos XV e  XVI vieram à tona novamente.

Houve na Idade Média mais de um renascimento como o anglo-saxão, com São Beda, o venerável ( 673-735 ); o carolíngio, sob Carlos Magno no século IX e o do Direito romano no final do século XII. Porém  este renascimento dos séculos XV e XVI era diferente dos anteriores pelo fato de que os eruditos não somente descobriam e estudavam manuscritos e monumentos da cultura greco-latina, mas também queriam viver de acordo com a mentalidade que eles inspiravam. A natureza humana, como tal, tornou-se o critério, ou o Supremo Árbitro de todos os valores. Era considerada com otimismo. Os renascentistas do século XVI  proclamavam: " Voltai à natureza. "  Isto significava um adeus em grau ora maior, ora menor, aos valores cristãos, que apregoavam a salvação pela cruz e pela renúncia aos apetites desregrados da natureza.

Esse culto à natureza humana bem explica a designação de " Humanismo " dada ao Renascimento. Esse Humanismo tinha por modelo, em grande parte, o homem antigo pré-cristão.

A Itália foi o principal berço e cenário do humanismo renascentista pois lá estavam guardados em bibliotecas empoeiradas os manuscritos e documentos dos homens greco-romanos. A navegação freqüente da Itália para a Grécia e o Oriente facilitou, já  na Idade Média,  a  entrada  de homem e valores bizantinos em Veneza, Gênova e  Florença. Alguns italianos foram  nos séculos XIV,XV  e    XVI estudar  em Constantinopla  a  filosofia e literatura gregas. Depois do Concílio de Ferrara-Florença ( 1438-1442 )  muitos sábios gregos e bizantinos foram estudar na Itália. Quando os turcos otomanos  tomaram Constantinopla em l453, muitos sábios bizantinos  tiveram que emigrar  para o Ocidente e se estabeleceram na Itália. com o surgimento  da imprensa no século XV, a difusão dos textos clássicos foi bastante facilitada. Em conseqüência  formaram-se academias em Florença e em Roma onde seus professores, embora professassem o cristianismo, viviam mais ou menos segundo os costumes  do paganismo, sobretudo no tocante  à libertinagem  sexual. Foi uma transformação total. Em lugar  da  humildade cristã manifestava-se a consciência do próprio eu como árbitro de todas as coisas. Em lugar do transcendente e do reino dos céus,  procurava-se agora o terrestre com toda a sua beleza. Em  lugar da meditação e da oração, tomaram voga a ação e a violência. O mundo mudava . As pessoas  já não eram as mesmas em relação à Idade Média. Despertava-se agora nas consciências o desejo do novo, da mudança, da busca do desconhecido.

Não há  dúvida de que essa redescoberta de valores clássicos  beneficiou também a Igreja: houve humanistas cristãos  que estudaram línguas  como o grego e o aramaico  até então pouco conhecidas  na Idade Média. Assim os originais da Sagrada Escritura puderam ser lidos. Os papas e os cardeais tornaram-se  Patrocinadores de obras de arte renascentista. Contudo, estes sabiam distinguir o       que havia de sadio e de errado nas expressões do Humanismo Renascentista. O Renascimento causou sérios problemas entre os cristãos  pois vários  destes, empolgados  pelos valores clássicos, passaram a desprezar a Igreja, o latim e o  método do ensino eclesiástico.

Vejamos agora três vultos importantes do período Renascentista:

1 )  Nicolau  Machiavel ( l469 - 1527 ):  Férvido patriota  italiano que levou  aos extremos  as idéias  do Imperador da Alemanha, Frederico II ( 1215-1250 )  e  de Felipe IV, o Belo, rei da França , de que  o Estado  não só não está ligado à Igreja como também à moral. O Estado é soberano. Para ele as virtudes cristãs da caridade e da humildade  são  fontes de fraqueza. A religião deve servir de meios para reforçar a  autoridade do Estado. Ao príncipe é desastroso ser sempre honesto mas é  muito útil parecer fiel, sincero e religioso.

2)  Pedro de Pomponazzi  (1462-1525) :  Era um adepto dos sistemas  filosóficos  de Aristóteles e dos Estóicos., contrariando  assim a filosofia  predominante na época que era o platonismo. Professava a teoria da dupla verdade: o que é  válido aos olhos da fé, pode não o ser aos olhos da razão.  Em l5l6 ele escreveu uma obras na qual negava a imortalidade da alma, a Providência Divina e os milagres.    As teorias de Pedro Pomponazzi foram condenadas pelo Concílio de Latrão V, em l5l7.

3)  Desidério Erasmo de Rotterdam  ( l466-l536 ) :  Foi o principal dos humanistas germânicos. Brilhou pela multiplicidade  do seu saber, pela vasta  produção literária e pelo prestígio que tinha na corte dos reis da  época. Conhecia bem o grego e o latim. Tinha , porém, uma personalidade ambígua. Diante de um dilema ele sempre dizia que nenhuma  das partes  postas exprime perfeitamente  a verdade. Por isso  proferia simultaneamente um sim e um não.  Sentia-se ainda fraco para confessar publicamente a fé cristã em caso de perseguição; justificava-se , e tranquilizava-se , afirmando  que houve muitos mártires no cristianismo, mas os sábios e eruditos foram bem poucos.

 

Também outros vultos de grande importância  se destacaram n Renascimento como os escritores  Willian  Shakespeare , da Inglaterra, Luís de Camões, em Portugal,  Miguel de Cervantes na Espanha  e Francisco Rebelais, na França.  Na pintura  destaque para os italianos  Miguel Ângelo, que pintou  o " Juízo Final "  no teto da capela sixtina do Vaticano, Rafael Sânzio e Leonardo da Vinci , célebre pela "Mona Lisa " e  a  " Santa Ceia "  pintadas por ele. No Campo científico da época do Renascimento  destacaram-se o alemão Johann Kepler, o inglês Isaac Newton, o italiano  Galileu Galilei, o polonês Nicolau Copérnico e o médico espanhol Miguel Servet.

 

O Humanismo Renascentista surgiu trazendo muitas novidades e transformando o homem recém saído da Idade Média.