Este foi o mais importante Concílio de toda a História. Sua importância se deve à problemática que enfrentou com a Reforma Protestante e pelas decisões que adotou.

Pouco depois de lançar o seu brado de protesto contra a Igreja Católica em 1517, Lutero apelou para a realização de um Concílio Ecumênico que considerasse os pontos por ele lançados contra a Igreja. A Igreja não considerou seu pedido e o Concílio não foi convocado. Todavia o apelo de Lutero só começou a encontrar resposta no pontificado do Papa Paulo III (1550-1555). As razões do adiamento foram várias. O Papa Leão X não deu muita importância ao apelo de Lutero e além disto havia certa resistência da parte de dos clérigos  a uma reforma dos costumes da Igreja que certamente o Concílio faria. Além disso, a situação geral da Europa era de agitação política. Foi precisamente a agitação religiosa e política da Europa que cindiu a realização do Concílio  que se realizou em três etapas alternadas na cidade de Trento.

A primeira fase durou de 1545 a 1547 e definiu mais uma vez o cânon das Sagradas Escrituras e declarou a Vulgata latina isenta de erros teológicos. O Concílio abordou ainda as questões discutidas sobre o pecado original, a justificação, os Sacramentos e a residência dos bispos nas respectivas dioceses. Como irrompeu uma epidemia de peste em Trento, o Papa  transferiu o Concílio para Bolonha. Porém o Imperador  Carlos V, da Espanha e do Sacro Império, se opôs a essa determinação e por isso foi necessário suspender o Concílio.

A segunda fase do Concílio continuou em Trento e foi de 1551 a 1552, agora sob o Papa Júlio III. Foi promulgada uma longa exposição  e cânones sobre a Eucaristia explicando a transubstanciação, a presença real de Jesus no sacramento, a  Santa Missa como deveria ser celebrada, etc...Algo de semelhante ocorreu no tocante ao sacramento da Penitência  onde se colocou da necessidade do mesmo, as partes essenciais, a satisfação, etc.. Também foi abordado o Sacramento da Unção dos Enfermos onde se tratou de sua origem, seus efeitos, o ministro, o sujeito, etc... Por causa de pressões políticas o Concílio foi novamente suspenso em 28 de abril de 1552.

A terceira fase do Concílio de Trento foi reaberta pelo Papa Pio IV ( 1559-1565 ) em 18 de janeiro de 1562. Esta terceira fase reafirmou as verdades referentes ao Santo Sacrifício da Missa, aos sacramentos da Ordem, do Matrimônio, ao Purgatório, ä invocação dos santos, às imagens e às  indulgências. O Concílio promulgou ainda resoluções a respeito dos religiosos e das monjas. Pela Bula "Benedictus Deus" de 20 de junho de 1564, o Papa Pio IV confirmou todos os textos conciliares, dando por encerrado o Concílio de Trento que haveria de marcar profundamente o catolicismo nos tempos modernos até meados do século XX.

É importante destacar a importância do Concílio de Trento na História da Igreja nos tempos Modernos. A partir dele as missas são sempre celebradas em latim sendo proibidas nas línguas pátrias. O clero passou a Ter sua formação regular através dos estudos da Filosofia e da Teologia em ambientes apropriados. Merece destaque a figura de São Carlos Borromeu, idealizador dos Seminários para a formação do clero. Também foi de grande importância a obrigação do catecismo nas igrejas para a formação católica dos fiéis devido, aos perigos do protestantismo.

As determinações do Concílio de Trento foram seguidas fielmente pela Igreja nos quatro séculos seguintes, até o Concílio Vaticano II, em  meados do século XX.

Outra coisa muito importante que deve ser ressaltada foi a grande preocupação do concílio de Trento com a Sagrada Escritura reafirmando o Cânon dos escritos sagrados e tomando o cuidado na orientação dos fiéis quanto a leitura da Bíblia. Aliás a Igreja nunca proibiu os fiéis acerca da leitura da mesma. Ela apenas recomendava que que esta fosse acompanhada e devidamente orientada pelo Magistério Eclesiástico a quem cabe a palavra final sobre a interpretação da Sagrada Escritura.

GREGÓRIO XIV  E A REFORMA DO CALENDÁRIO

O Papa Gregório XIV ( 1572-1585 ) realizou uma das mais notáveis obras de seu pontificado que foi a reforma do calendário. O calendário instaurado por César  nos tempos de Roma não calculava exatamente a duração do ano. A cada ano que passava ele avançava um pouco de tempo e em quinze séculos ( de César até Gregório XIII ) se haviam "amontoados" um total de treze dias .Uma vez que a terra faz seu movimento em torno do sol em 365 dias e seis horas, a cada quatro anos, essas seis horas excedentes formam mais um dia. Este dia ficaria acrescido ao mês de fevereiro. Dessa forma o Papa Gregório XIII eliminou o inconveniente e estabeleceu que a cada quatro anos se acrescentaria ao mês de fevereiro mais um dia e aquele ano seria chamado de ano bissexto.

PIO V E A BATALHA DE LEPANTO

Outro acontecimento de grande importância na História da Igreja  foi o do episódio da batalha de Lepanto em 1570. A Europa estava sendo seriamente ameaçada pelos turcos otomanos que dominavam a região dos Bálcãs, grande parte da hungria e  parte da Polônia e haviam chegado às portas de Viena. Naquele ano era a Itália que estava ameaçada e uma nova investida pagã era preparada ameaçando de vez a Europa. Parecia que nada poderia deter  a sede de conquista dos sultões de Constantinopla.

Foi então que o Papa Pio V recorreu à proteção de Nossa Senhora prometendo-lhe consagrar um mês do ano caso Cristandade fosse salva de mais essa ameaça. Os turcos atacaram e aconteceu que na célebre batalha de Lepanto sofreram uma grande derrota ante as forças cristãs que tinham sido enviadas para combatê-los. Após esta derrota eles bateram em retirada e não voltaram mais. A Europa estava salva e Pio V consagrou o mês de outubro como o "mês do Rosário"em gratidão à Mãe de Deus por ter atendido às orações da Igreja.