DÍZIMO é um compromisso que assumo com Deus, através da comunidade onde participo. É uma parte daquilo que ganho, que entrego mensalmente na comunidade. O ato de ser dizimista consciente demonstra maturidade cristã e responsabilidade com a comunidade.

OFERTA é algo que faço independente do Dízimo.

A cesta ou sacola (tipo coador) que em muitas comunidades passa entre os bancos no momento das ofertas, não foi catequética na minha vida. Deixava a idéia de esmola. Não entendia como oferta a Deus e sim como esmola para o padre. Achava, também, que só com dinheiro era possível a participação, sentindo-me excluído nos momentos em que estava sem dinheiro. Ora, não podemos esquecer: para Deus, mais importante que a oferta é o ofertante, isto é, somos nós.

Por isso sugerimos que a oferta na Missa ou no Culto seja feita em forma de procissão, de caminhada. Eu, saindo do meu comodismo, vou caminhando em direção ao altar do Senhor, e ofereço algo material, fruto do meu trabalho, mas junto apresento também minha vida, alegrias, tristezas. Se não tenho dinheiro participo da mesma forma, ofereço a Deus minha luta diária, minhas angústias, dificuldades, sofrimento etc.

Posso oferecer, ainda, meus dons, colocando-me a serviço da comunidade. A oferta dos dons é muito importante. Na maioria das paróquias faltam pessoas para ajudar nas diversas pastorais e ministérios. Quantas pessoas poderiam ofertar um pouco do tempo, exercendo conforme seus dons um trabalho na comunidade. Por exemplo: uma professora pode ofertar-se trabalhando na catequese; alguém com jeito para comunicação pode ofertar-se trabalhando na pastoral da comunicação ou então na liturgia; quem tem afinidade com contabilidade ou administração de empresas pode ofertar-se trabalhando na pastoral do dízimo ou no conselho econômico; um músico pode ofertar- se fazendo parte da equipe de cantos.

A oferta pode ser feita de diversas maneiras. Posso não ter dinheiro, mas sempre terei algo para apresentar diante de Deus.

Deuteronômio 16,17

"Que ninguém se apresente de mãos vazias diante de Javé: cada um traga seu dom, conforme a bênção que Javé seu Deus lhe tiver proporcionado"

MEU PARTILHAR

O mundo está mal porque não sabe partilhar. Uns têm tudo e outros não têm nada. Algumas nações são super ricas e outras nem alimento têm para seu povo. A partilha verdadeira faria com que todos os habitantes da Terra pudessem ter o necessário para viver. E todos têm o direito ao necessário.

Procuro partilhar-me. Sei que minha vida não é minha. É um presente que tenho de repartir, doar.

O tempo não é meu. O tempo é um presente. Não posso guardá-lo para mim e preenchê-lo só para meus interesses. O tempo é para ser partilhado. Minhas qualidades não são minhas. Recebi de graça. Tenho a obrigação de fazer de minhas qualidades um serviço aos meus irmãos.

Tudo o que sou e tenho deve ser partilhado. O rico não pode guardar para si. Ninguém ficou rico sozinho. Enriqueceu à custa do suor de empregados e de tanta gente que gastou tempo e saúde em benefício dele. O rico tem o dever de partilhar o que tem pelo simples motivo de que cada um tem o direito apenas de ter o necessário para viver bem. O que sobra disso e é guardado, é roubo. Pertence a outro ser humano que não possui e que também tem o direito de ter vida digna.

É ridículo constatar pessoas que são donos de milhares de hectares e outros que lutam, sem terra, para ter um lugar onde plantar para simplesmente comer.

Saber partilhar é saber imitar a Deus. Deus rico de tudo, partilhou tudo com a humanidade. Partilhou, o mundo com suas estrelas, espaços, flores, água, terra... tudo. Partilhou, sua felicidade. Partilhou o amor. Em cada ser humano há uma ânsia de amar e ser amado. Partilhou a paz e a harmonia. Partilhou sua vida. Ele é a vida e quis que todos os seres participassem da mesma vida.

Mas, em tudo isso há um segredo. Só partilha quem ama. Com nossos olhos e coração podemos perceber se amamos e quem vive o amor. A Palavra de Deus fala: "tenham as coisas como se não as possuíssem...".

Homilia 6,7 de São Basílio

"Quem despoja das suas vestes um homem, terá nome de ladrão. E quem não veste a nudez do mendigo, quando o pode fazer, merecerá outro nome? Ao faminto pertence o pão que tu guardas. Ao homem nu, o manto que fica nos teus baús. Ao descalço, o sapato que apodrece na tua casa. Ao miserável, o dinheiro que tu guardas enfurnado".

 

Paz e Benção

Diácono Claudino