INTRODUÇÃO

 

Ao aprofundarmos nas verdades de fé cristãs (católica), vemos que Maria ocupa um lugar importante nos momentos decisivos da História da Salvação, sendo que está intimamente ligada ao mistério do seu Filho Jesus Cristo.

O Magistério da Igreja sendo o guardião do Depósito da fé, analisando os dados revelados na  Tradição Oral e Escrita, tendo em conta a reflexão teológica, a vivência litúrgica e a fé do Povo de Deus, aos poucos foi considerando como verdade de fé, várias proposições concernentes à Maria, ao mesmo tempo que ia desabrochando e esclarecendo a interpretação desses dados revelados, realizando uma  Mariologia  autêntica.

O presente trabalho divide-se em sete partes, a primeira é exposição das figuras de Maria no Antigo Testamento;  na  segunda  citamos as passagens bíblicas que  mostram a atuação de Maria no Novo Testamento. Na terceira parte fizemos uma abordagem geral da  participação de Maria na História da Salvação apontando a participação de José neste plano, citamos também o princípio fundamental de Mariologia com suas respectivas conseqüências. Na quarta parte  abordamos o tema que Maria sendo Mãe de Cristo, consequentemente é Mãe de Deus, com seu respectivo Dogma. Na Quinta parte falamos da maternidade espiritual de Maria para com a Igreja, sendo Mãe da Cabeça, logo, é Mãe dos membros. E por fim comentamos sobre o sentido e o valor do culto aos santos (dulia) e a Maria (Hiperdulia), também quanto a forma exata de prestarmos o verdadeiro culto à Maria e aos Santos, e, ainda, colocamos como acréscimo a relação existente entre o tratado de Mariologia  e os demais tratados teológicos.

Contudo, temos  também o desejo que este trabalho sirva de alguma forma à pratica pastoral, pois é um tema importante e polêmico. Por isso, procuramos fundamentar tais verdades na Sagrada Escritura e nos documentos do Magistério da Santa Mãe Igreja, procurando mostrar que a participação singular de Maria no plano divino da re-criação é de grande valor, pois o culto Mariano não tem razão em si mesmo, mas tem  como objetivo primordial  nos levar à Cristo, tendo por exemplo a própria Maria, que foi a primeira e mais fiel discípula do seu Filho. O desejo de Maria é: "que façamos tudo que Ele mandar".

I.          MARIA NO ANTIGO TESTAMENTO

A Constituição Dogmática "Lumem Gentium" nos fala que as "Sagradas Letras do Velho Testamento e do Novo Testamento,  como também a venerada Tradição, mostram o múnus da Mãe do Salvador na  Economia da Salvação com sempre maior clareza e apresentam como digna de nossa consideração" (LG 55).

Aquilo que interessa no  AT e no NT, não é Maria em si  mesma, mas é a figura de Cristo, do Messias, do Redentor, ou seja, é o Cristocentrismo da redenção e da Revelação.

Na constituição Dogmática do Vaticano II  LG 55,  os seguintes textos do AT, interpretados conforme a leitura que a Igreja faz à  luz do Magistério e a compreensão do NT, manifestam figuras da Mãe do Redentor :

a) Gn 3,15 - (profeticamente esboçada).

b) Is 7, 14 - (Virgem-Mãe : Emanuel).

c) Sof 3,14ss - Filha de Sião.

 

1. Mãe do Messias

- Eva   (Gn 4,1) ..."Adquirir um homem com a ajuda de Iahweh." (intervenção específica de Deus). Aqui significa que a maternidade é Dom de Deus e não apenas fruto natural.

- Abraão e Sara (Gn 21). Tiveram um filho por intervenção divina, Isaac, que é figura de Cristo. É um Salvador,  um messias, porque é filho da promessa, do qual se origina todo o povo de Israel.

- Elcana e Ana  (I Sm  1,11-19)_ Não há uma intervenção visível de Deus, mas uma palavra profética de Eli :  "Vai em paz, e que o Deus de Israel  te conceda o que lhe pediste".

- O  Proto-Evangelho (Gn 3,15) : a linhagem de uma mulher esmaga a serpente (a salvação) . A serpente lhe ferirá o calcanhar (Paixão do Senhor). O  cume de todos esses textos  figura de "messias,"  é o texto de (Is 7, 10-17).

"Eis que a jovem concebeu e dará à luz um filho e por-lhe-á o nome de Emanuel". Aqui vimos a primeira tipologia de Maria no AT como  Mãe do Messias, cuja maternidade é o resultado de uma intervenção peculiar de Deus. O texto citado, mostra a prefiguração da                                            maternidade virginal e divina de Maria.

O texto de Isaías 7 possui sentido pleno, porque o texto em si mesmo, na sua finitude, anuncia somente Cristo Jesus, uma realidade futura. A Virgem é Maria e o Filho é Jesus, sendo que isso não percebido pelo profeta, mas é colocado por Deus, primeiro autor da Bíblia.

 

2. Figuras de mulheres que colaboram  com messias

Judite, Ester, Débora, Jael,  estas mulheres encontram-se numa situação de guerra, em que o povo de Israel é dominado e escravizado por povos estrangeiros. É  nessa ação militar que surge uma figura de mulher que vai dar a vitória sobre o inimigo.

 

3.     Filha de Sião

Sião antes era um bairro de Jerusalém  que recebia refugiados da Samaria, no século VII. a. C., tornou-se o bairro mais famoso de  Jerusalém ; por fim passou a significar o resto de IHWH.

No texto do profeta Sofonias 3,14-17,em comparação com Lucas 1,28-30 e depois Isaías 66,7-9.

Sof 3,14-............................................Lc 1,28....... "Alegra-te"

Sof 3,15.............................................Lc1,38........ "Não  temas"

Sof 3,17 ............................................Lc 1,35....... "O Espírito Santo virá sobre ti".

Dessa comparação ,em que se fala da Filha de Sião, nasce o título de Maria, como Filha de Sião, por isso, "a Filha de Sião  em  Sofonias é figura de Maria".

Em Is 66, 7-10  fala-se de "uma Sião que dá a  luz". Aqui se trata  de um nascimento de uma criança.

v. 7 antes das dores de parto, deu à luz um menino

v. 8 assim que sentiu as dores, deu à luz a uma nação.

No sentido pleno, o v.7 diz respeito ao nascimento de Jesus sem que Maria tenha dores.

No mesmo sentido,  o v.8 diz respeito ao modo de maternidade  espiritual de Maria sobre  a Igreja quando "sente as dores" ao pé da cruz

II.        MARIA NO NOVO TESTAMENTO

 

1. que Maria diz de se mesma : por palavras e atitudes

- Por  Palavras :

Lc  1,34 - "não conheço homem" aqui se entende  como sua vontade determinada de viver sua virgindade  perpétua. Os Padres da Igreja interpretam isso como Maria tivesse feito um voto de castidade. O Papa João Paulo II, em sua encíclica "Redemptoris Mater", volta a afirmar a resposta de Maria nesse sentido. "Maria expressa sua vontade firme de permanecer virgem, como consagração a Deus".

Lc 1,38 - "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" - obediência total da fé;

Lc 1,46ss - Magnificat - Reconhecimento e louvou a Deus; Humildade e verdade (Lc 1,48-49). No Magnificat, humilhação de sua serva, corresponde ao estado de humilhação que ,em Israel, sofria a mulher que não tinha filhos (esterilidade ou virgindade).

O que Maria pensa de se mesma por palavras seria isso : "sou a serva do Senhor", totalmente consagrada a Ele, totalmente fiel, porque é virgem. O significado da virgindade é uma expressão da filiação divina.

- Atitudes: podem ser internas ou externas

Internas

- Lc 1, 29 - "Ela ficou intrigada  com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação".- Maria acredita na mediação do anjo.

- Lc 2, 19.51 -"Maria, contudo, conservava cuidadosamente todos  esses acontecimentos e os meditava em seu coração". - Maria é mulher de interiorização, antes de falar pensa medita, pois quer penetrar cada vez mais na vontade do Pai, quando não entende, ela obedece e medita.

 

Externas

- Maria observa Deus atuando na outras pessoas : José, Pastores, Magos, Simeão e Ana, Apóstolos, Jesus.

O silêncio de Maria falou muito de sua personalidade, isto porque Maria tem confiança apenas  em Deus, pois só Ele pode resolver determinadas situações, e  é no silêncio da oração que se  consegue tal graça.

- Lc 1, 39ss - Maria leva Jesus à humanidade - quando visita Isabel.

- Jo  2,4 - Maria leva a humanidade a Cristo - nas bodas de Caná da Galiléia.

 

2. O que  Maria fala a Jesus :

- Lc 2, 48 - ..."Meu filho, por que agiste assim conosco ? Olha que teu pai e eu, aflitos te procurávamos".

- Jo 2,4 - ..."Eles não tem mais vinho".

No primeiro texto diz que três dias Maria e José passaram procurando Jesus, aqui Maria expressa uma necessidade; Maria tem necessidade absoluta   de Jesus em sua vida, o Filho de Deus Redentor em sua vida.

Na Segunda fala de Maria, dá-se em uma festa de casamento  onde Jesus  está presente, pois Ele é o noivo, a humanidade é a esposa, nessas núpcias do Cristo com a humanidade, parece que falta vinho, e quem vai  perceber  essa falta de vinho é Maria, que é ao mesmo tempo   Mãe do Esposo e mãe da esposa, ou seja , Maria é mãe de Cristo  e mãe da Igreja, mas, por outra   parte é também esposa, porque faz  parte da humanidade.

 

3. O que Maria diz a humanidade

- Jo 2,5 - "Fazei tudo o que ele vos disser". Aqui Maria está expressando a sua necessidade e da humanidade.

Maria e Deus ,concordam com a mesma coisa , na transfiguração, Deus diz  : "Este é o meu Filho bem-amado. Ouvi-o". Sendo que o testemunho de Maria  corresponde ao de Deus sobre Cristo.

 

4. O que dizem de Maria

De certo modo é Deus quem diz utilizando pessoas.  O primeiro a dizer alguma coisa  é o anjo da anunciação (Lc 1,28) - "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo".

- Lc 1,30 - "Não temas, Maria ! Encontraste graça junto de Deus".

- Lc 1,35 - "O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo  vai te cobrir com a sua sombra !"

As frases do anjo significam que Maria tem uma missão especialíssima na história da salvação, por isso ela é cheia de graça. O anjo afirma a maternidade divina e virginal de Maria.

Isabel - Lc 1,43 - "Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?" Ela vem confirmar o que o anjo disse. Senhor em todo antigo Testamento, se aplica somente a Deus. O anjo fala Maria acredita, mas Deus vem ajudar Maria, para que ela possa acreditar ainda mais, por isso ele confirma através de uma fala humana, inspirada pelo Espírito Santo, que de fato Maria é Mãe de Deus. Sendo que a bem-aventurança fundamental de Maria não está simplesmente no fato de Maria ser a Mãe de Deus, mas é feliz porque acreditou.

Simeão - Lc 2,34 - "Eis que este menino foi colocado para a queda e para o soergimento de muitos em Israel, e como um sinal de contradição, e a ti uma espada traspassará tua alma". (Cf. nota de rodapé da BJ f.).

Certa mulher - "Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!" O que faz a grandeza de Maria não é a sua maternidade física, mas a sua fé, pois ela se torna mãe porque acreditou. Ela é a primeira a acreditar na encarnação, a  ter uma  fé cristocêntrica. A resposta de Jesus é que  Maria foi a primeira a ouvir a palavra de Deus e a pô-la em prática.

 

5. O que Jesus diz a Maria :

- Lc 2,49 - "Por  que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa do meu Pai?". O que importa para Jesus não são ao laços de sangue, mas os do Espírito, é mediante a fé que temos uma comunhão com o Pai e com o Filho.

- Lc 11,28 - ..."felizes, antes, os que ouvem a palavra de Deus e a observam".

Jo 2,4 - ..."Que queres de mim, mulher ? Minha hora ainda não chegou".

Jo 19, 26 - ..."Mulher, eis o teu filho !". João Paulo II, na Redemptoris Mater, diz que "Maria experimentou a maior noite escura da fé. Aqui não se trata somente da perda física do menino Jesus, mas simboliza também a experiência exterior que Maria vai experimentar muito mais profundamente aos pés da cruz".

Jesus se referiu a Maria com o termo  mulher, porque fazia relação com a mulher do AT do livro do Gn. Aqui  a mulher que colabora com o novo Adão, para a redenção da humanidade. Chegada a hora de  Jesus,  Ele vai dizer : "Mulher , eis o teu filho", confirmando assim a maternidade espiritual de Maria, à Igreja e a toda humanidade.

 

III.       MARIA NO CONTEXTO GLOBAL DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO

 

1. Plano  divino da salvação em continuação com o plano da criação.

A. Homem criado à imagem de Deus, no plano pessoal e do casal.

Como ponto de partida vamos pegar o texto do livro do (Gn 1,26 - 27). Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem , como nossa semelhança (...). Deus  criou o homem à sua Imagem, à imagem de  Deus ele os criou".

Segundo a Carta Apostólica do Papa João Paulo II, Mulieris Dignitatem, temos dois níveis:

a)      Como  Indivíduo - MD 7

- Natural - é imagem de Deus enquanto criatura racional e livre, capaz de conhecê-lo e amá-lo. Com o pecado original estas faculdades ficaram enfraquecidas.

- Sobrenatural - o homem foi elevado pela graça santificante : Filio in Filio.

b)     Como Casal - MD 8

- Natural - imagem quanto ao gerar natural - vida humana. Com o pecado original a sexualidade humana é influenciada pela concupiscência desordenada, ou seja, debilidade na finalidade e nos meios.

- Sobrenatural - imagem quanto ao gerar sobrenatural (vida divina).

Com o pecado original, perde-se a possibilidade de gerar filhos de Deus, os pais agora geram a morte sobrenatural. Todo gerar na dimensão das criaturas encontra o seu primeiro modelo em Deus, isto é, espiritual.

Na dimensão humana, ao invés, o gerar é próprio da "unidade dos dois": Um outro são os "genitores", tanto o homem como a mulher" (MD 8).

Paternidade e maternidade humana são sacramento da única paternidade de Deus. Deus Pai, que gera, é uma só Pessoa, enquanto os pais humanos são duas pessoas, unidos em uma só carne.

Imagem Filial (causa) - é a imagem fundamental e essencial (cf. Lc 20, 35-36).

Imagem do casal (efeito) - imagem secundária e temporal (sacramento da paternidade de Deus).

Enquanto podemos pela redenção, recuperar  por graça a filiação divina, a capacidade do casal de transmitir a graça santificante para sempre foi perdida.

A encarnação do Salvador supõe um princípio gerador : um casal virgem, isto é, filial.

B. Homem (Imagem de Deus)

a) Individual (imagem do filho) - quanto à filiação: Cristo é imagem perfeita do Pai; nós somos pelo batismo.

b) Casal (imagem do pai) - quanto ao gerar sobrenatural: Maria e José (imagem perfeita da paternidade de Deus ).

C. Matrimônio Virginal

Para serem um casal perfeito (imagem secundária),Maria e José devem antes ser filhos de Deus (imagem fundamental) como única vocação.

A virgindade  significa viver sempre na imagem definitiva de filiação.  A Sagrada Família é  constituída de três pessoas radicadas nesta vocação.  O matrimônio virginal é válido ? No matrimônio, o ato sexual é o meio para atingir a finalidade da procriação, Maria e José  não rejeitaram a finalidade, só o meio. Assim o seu matrimônio foi válido.

Adão e Eva, não assumiram a sua filiação, por isso, geraram a morte espiritual, José e Maria, assumiram sua filiação, por isso geram a vida sobrenatural (Cristo).

Os dois significados teológicos da virgindade de José e Maria :

1. no plano individual - expressa total filiação (imagem do Filho).

2. No plano do casal - expressa a paternidade totalmente espiritual de Deus (imagem do Pai).

D. A   Paternidade Virginal de José

É paternidade verdadeira e mais sublime, que qualquer  outra, por ser totalmente espiritual (imagem perfeita da paternidade divina). A paternidade de José não é adotiva, mas casual : porque possibilita a maternidade virginal de Maria.

 

E. A  Maternidade Virginal de Maria

É o modo de ser filha, de  estar junto à Deus. Portanto, a filiação do casal de Nazaré, é um Dom de Deus Pai em Jesus Cristo, no Espírito Santo, e é também um reconhecimento da mesma filiação. Eles são um casal especial, exclusivo, recebem a missão  de serem os pais virginais do Filho de Deus, assim Maria e José , participam da recriação. Dentro do princípio  da criação a maternidade não existe sozinha, precisa da paternidade, logo, quando Deus  recria,  Ele respeita esta ordem. Um casal no princípio gera a morte, e outro gera a vida, porque aceita ser filho.

 

F. Maria Sempre Virgem

"Desde as primeiras formulações da fé, a Igreja confessou que Jesus foi concebido pelo poder do Espírito  Santo no seio da Virgem Maria, afirmando também o aspecto corporal deste evento : Jesus foi concebido  do poder do Espírito Santo  sem sêmen. Os Padres vêem na conceição  virginal o sinal de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio a uma humanidade como  a nossa" (C I C 496).

O aprofundamento da sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade  real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem . Com efeito  o nascimento de Cristo não lhe violou, mas sagrou a integridade de sua mãe. A liturgia  da Igreja celebra  Maria como a "Aeiparthenos", a "sempre virgem" (CIC 499).

 

- Definição do Dogma

A  definição da virgindade perpétua de Maria  se deve ao Concílio Lateranense (649),  convocado pelo papa MARTINHO I. Inspirado pelo ensinamento do papa Hormisdas (523) e de Agostinho, o terceiro cânone do concílio assim expressa : "Se alguém não confessa, segundo os Santos Padres, que a Santa e Sempre-Virgem  e Imaculada Maria é, em sentido próprio e segundo a verdade, Mãe de Deus, já que propriamente e verdadeiramente  no fim dos séculos concebeu do Espírito Santo  sem  esperma e deu à luz  sem corrupção, permanecendo também depois  do parto a sua indissolúvel  virgindade, o próprio Deus Verbo, nascido do Pai antes de todos os séculos, seja condenado."

- História do Dogma

A Igreja  considerou a virgindade, Perpétua de Maria  como objeto de  fé, já com o Símbolo dos Apóstolos ; "nasceu da Vigem Maria". E  em 1555, o papa Paulo IV, tendo em vista certos erros de sua época, reafirmou : "Maria  continuou  sempre na integridade da  virgindade  antes do parto, no parto   e perpetuamente depois do parto" (DS 1880).

Por isso, Maria é Aeiparthénos - sempre virgem (antes do parto, no parto e após o parto).

- Textos Bíblicos

Lc 1,34-37 ; Mt 1,20-23  ;  Jo 1,18 e Is 66,7 "Antes de sentir as dores de parto, ela deu  à luz; antes que lhe sobreviessem as contorções, ela pôs no mundo um menino.": interpretação messiânica  pelos rabinos judeus.

- Textos do Magistério

S. LEÃO MAGNO, PAPA (+ 461): "O Filho de Maria foi concebido do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, que o deu à luz , conservando a sua virgindade, como O concebeu .

S. GREGÓRIO MAGNO PAPA (+ 604) : "O corpo do Senhor após a ressurreição, entrou onde se achava os discípulos, passando por portas fechadas, esse mesmo corpo que, ao nascer, saiu do seio fechado, manifestando-se assim aos olhos dos homens. Não é para admirar que o Senhor, ressuscitado para viver eternamente, tenha atravessado portas fechadas, visto que, para morrer, Ele veio a nós  através do seio fechado da Virgem".

LG 57: ... "e depois, do nascimento, quando a Mãe de Deus, cheia de alegria, mostrou aos pastores e aos magos o seu Filho primogênito, que não diminuiu, antes consagrou a sua integridade virginal".

JOÃO PAULO II, ENCÍCLICA RM. 17a : Diz que ,"Maria sabe, portanto, que o Filho, por ela dado à luz virginalmente, é precisamente aquele Santo, o Filho de Deus de que lhe havia falado o anjo" (Cf. CIC - 484 ;  496- 511).

 

- Textos Litúrgicos

PREFÁCIO DA VIRGEM MARIA I: "À sombra do Espírito Santo, ela concebeu o Vosso Filho  único, e, permanecendo virgem, deu  ao mundo a luz eterna, Jesus Cristo, Nosso Senhor."

COMUM DE NOSSA SENHORA: Sobre as oferendas : "Socorra-nos, ó Pai, a humanidade de vosso Filho, que, ao nascer da Virgem Maria, não diminuiu, mas consagrou a sua integridade."

 

G. Espírito Santo em Maria

"O   Espírito Santo preparou Maria com sua graça" (CIC 722).

O  Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É com e pelo Espírito Santo que a virgem concebe e dá a luz o Filho de Deus. "Sua fecundidade transforma-se em fecundidade única pelo poder do Espírito Santo e da fé" (CIC 723). "O Espírito Santo manifesta o Filho do Pai tornado Filho da Virgem" (CIC 724).

Por Maria o Espírito Santo começa a pôr em comunhão com Cristo os homens, objeto benevolente do amor de Deus. Ao final desta missão do Espírito Santo, Maria torna-se a "mulher", nova Eva "mãe dos viventes."

 

- De acordo com as Sagradas Escrituras:

Rm 5,5 - Derrama a caridade ao ponto de nela ser gerado o Verbo encarnado.

ICor 6,19 - Corpo como templo do Espírito Santo; logo Maria é templo do Espírito Santo .

ICor 12, 3 - Maria é a primeira a acreditar em Jesus  Cristo, através do Espírito Santo. "Jesus Cristo é Senhor".

Rm 8,15 //Gl 4,6 - Filiação adotiva.

Ser filha no Espírito Santo é a vocação de Maria : ser filha em Cristo pela graça santificante desde a  Imaculada Conceição. Maria quis de tal modo ser apenas filha que recebeu o Filho de Deus em sua alma e em seu corpo. "Ela, cheia de fé, concebendo Cristo em sua mente, antes de  O  conceber no seu seio" (MC 17).

Maria por ser Imaculada é filha santificada, justificada. Se ela é filha , já tem o Espírito Santo nela, por isso que na encarnação o Espírito Santo vai ser uma intensificação da filiação de Maria.

 

H. Um  Casal  Co-Redentor

O casal Maria e José é o casal co-redentor, porque ele são ministros da encarnação.O  Verbo se encarna para realizar a redenção do mundo e vai realizá-la em definitivo no Mistério Pascal. O primeiro momento da co-redenção  foi a encarnação do Verbo. O casal é co-redentor porque coopera na história da redenção  de Cristo, cada um a seu modo, na cruz de Cristo. Com os seus sofrimentos : a crise matrimonial, profecia de Simeão, fuga para o Egito, volta do Egito, Jesus "perdido" e "encontrado" no templo aos doze anos. São momentos vividos pelo casal, em que vão realizando a sua co-redenção junto ao Mistério Pascal de Cristo.

 

2. Princípio Fundamental de Mariologia

"Maria, sendo esposa virginal de José, é mãe do Filho Redentor... (maternidade divina )... Porque conjuntamente com José, é filha do Pai (virgindade de ambos)...De tal modo que o casal Maria-José é constituído como casal co-redentor, sendo eles os "ministros" (Redemptoris Custus 8) da encarnação redentora do Filho de Deus" (casal co-redentor). Desse princípio surge três verdades:

1) A  Predestinação de Maria.

- "Deus enviou seu Filho" (Gl 4,4), mas para formar-lhe um corpo, "tu, porém, formaste-me um corpo" (Hb 10,5), quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe do seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré da Galiléia (cf. Lc 1,26-27).

- Também afirma a constituição dogmática Lumen Gentium: "quis o Pai das misericórdias que a encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser a Mãe do seu Filho, para que assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse  para a vida" (LG 59).

- "Predestinada desde a eternidade  junto com a encarnação do Verbo divino, como  Mãe de  Deus, por desígnio da providência divina". (LG 61).

 

- Nas   Sagradas  Escrituras

- Fl 1,4 - 5 - "Nele ele nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo".

- Rm 8, 28ss - "E os que predestinou, também os chamou, e os que chamou também os justificou, e os que  justificou também os glorificou" - predestinação completa.

- Todos somos chamados à filiação divina, Maria é predestinada a ser filha e Deus, mas tendo a vocação de ser Mãe de Deus.

2) Imaculada Conceição  de Maria / jeito de ser redimida

Ao longo dos  séculos a Igreja  tomou consciência de que Maria, "cumulada de graça"  por Deus (Lc 1,28), foi remida desde a concepção. É isto que confessa o Dogma da Imaculada Conceição, Verdade de fé  Revelada e definida pelo papa Pio IX  em 08 de dezembro de 1854, Bula "Ineffabilis Deus ." ... Para honra da Santa e indivídua Trindade, para glória da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica e aumento da religião cristã,  com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, a dos santos Apóstolos  Pedro e Paulo e a Nossa, declaramos, pronunciamos e definimos  que a doutrina que sustém que a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada imune de toda mancha do pecado original no primeiro instante da sua concepção , por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em atenção aos méritos de Jesus Cristo Salvador do gênero humano, está revelada por Deus ; e, por conseguinte, há de ser crida firme e constantemente por todos os fiéis". Cf. cic 491; DS 2803;

Consequências da Imaculada Conceição

1. Impecabilidade moral - não metafísica, pois esta é reservada somente a  Deus. Maria era totalmente voltada para Deus.

2. Ausência de concupiscência  - foi concebida sem pecado original, sem concupiscência desordenada.

3. Cheia de graça- crescimento na graça santificante, a encarnação comunicou a Maria uma segura intensificação da graça santificante.

 

3) A Cheia de Graça

Maria não fez nada para merecer : é graça de Deus e singular privilégio de Deus. Maria foi concebida sem pecado, devido aos méritos de Cristo. Por  isso, o homem não pode chegar sozinho aonde Maria chegou, contrário ao pelagianismo que diz: "o homem possui capacidade natural de praticar o bem, sem precisar da graça de Deus".

O que significa isso ?

Maria foi criada na graça santificante, na justiça original, na filiação do Filho, e nos dons do Espírito Santo. Maria não foi salva  sem o Batismo, pois seu Batismo foi a Imaculada Conceição.

 

IV.       MATERNIDADE DIVINA DE MARIA: MARIA MÃE DE DEUS

Verdade de fé revelada e definida pelo Concílio de Éfeso Ecumênico II (431) e pelo Concílio de Calcedônia IV Ecumênico (451).

O  Concílio de Éfeso proclamou  que Maria se tornou Mãe de Deus pela concepção humana do Filho de Deus, no seu seio : "Mãe de Deus, não porque o verbo de Deus tirou dela a sua natureza divina, mas porque é dela que tem o seu corpo sagrado dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne" (cf. CIC 466, DS 251,301).

Verdade contrária ao nestorianismo : Nestório - 428.

Dizia que Cristo  possuía  2  pessoas :uma humana e outra divina e entre elas existe apenas uma união moral, logo, Maria não é mãe de Deus, só do homem Jesus. O Concílio de Éfeso rebate,  afirmando que em Cristo há duas naturezas e uma pessoa, o Verbo, logo Maria é Mãe de Deus.

O Concílio também afirma que Maria é mãe de Deus porque não é que primeiro nasceu da Santa Virgem um homem comum e depois  desceu sobre ele o Verbo. Porém, aquilo que dissemos é que unido desde o seio materno, submeteu-se a um nascimento carnal ; no  sentido que fez o nascimento  da sua própria carne...

Portanto, "quem não crê que o Emanuel é Verdadeiro  Deus , e, por conseguinte, nega que Maria é Mãe de Deus... seja  excomungado" (DS 113). O Concílio de Calcedônia (451) e Constantinopla III (680 - 681), reafirma esta doutrina; o último, aliás, reforçou afirmando que Maria é verdadeiramente e propriamente aquela  que gerou a humanidade do Filho de Deus (DS 148-280).

O Concílio Vaticano II, na  Constituição  Dogmática "Lumem Gentium" afirma que: "nascido do Pai antes de todos  os  séculos  segundo a divindade, nascido nos últimos tempos, da Virgem Maria, Mãe de Deus, segundo a humanidade, para a nossa salvação. Pois a Virgem Maria, que na anunciação do anjo recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo e trouxe ao mundo a vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor" (LG 53).

 

Vamos estabelecer o fato com alguns textos do NT, onde se constata que Maria é Mãe de Deus, porque Jesus Cristo é Deus.

- Lc 1,26 -35 - Filho do Altíssimo;

- Lc 1,43 - Mãe do meu Senhor;

- Jo 1,13 - variantes textuais no singular e no plural. Revista cultura e fé -1988 Jean Galout diz que no Jo 1,13 no  singular refere-se a Cristo e no plural aos cristãos;

- Gl 4,4 - Mãe do Filho de Deus = Mãe de Deus; 7,14 - "Eis que a jovem está grávida e vai dar a luz um filho e por-lhe-á o nome de Emanuel";

- Mt 1,22-23 - "Eis que a virgem conceberá e dará  a luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel, o que traduzido significa: Deus está conosco".

No momento da anunciação, respondendo com seu "Fiat", Maria concedeu um homem que era Filho de Deus, consubstancial ao Pai. Portanto, é verdadeiramente mãe de Deus uma vez que a maternidade diz respeito a pessoa inteira, e não apenas ao corpo nem tão pouco apenas à natureza humana.

Denominada nos Evangelhos "a Mãe de Jesus" ( Jo 2,1; 19, 25).(cf. Mt 13, 55). Maria é aclamada sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento do seu Filho, como a "a Mãe do meu Senhor" ( Lc 1, 43). Com efeito aquele que ela concebeu  do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne, não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus ( Theotókos)". (Cf.  DS 251 e  CIC 495).

 

História do Dogma: Julga-se que o título Theotókos,  aparece pela primeira vez na literatura cristã, nos escritos de Orígenes( 250). Também num papiro do Egito do séc. III foi encontrada uma oração que até os nossos dias existe na piedade cristã : "À vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus".

A. Colaboração subjetiva de Maria para sua própria salvação - a fé de Maria.

Como toda pessoa humana Maria só pôde ser salva pela fé. Maria abraçando a vontade salvífica de Deus com o coração pleno não retida por nenhum pecado, consagrou-se totalmente como a  serva do Senhor, à pessoa e obra do seu Filho, servindo sob Ele e com Ele, por graça de Deus onipotente, ao mistério da redenção. Por isso os santos Padres afirmaram que ela cooperou para a salvação por livre fé e obediência, obedecendo, se fez causa de Salvação para si e para todo gênero (LG 56).

A fé de Maria é uma participação no sim de Jesus, é um sim livre uma cooperação voluntária dela. O sim de Maria é totalmente dependente de Deus, do sim de Cristo e do Dom do Espírito Santo. O sim de Maria é a fé.

João Paulo II na sua encíclica  RM 14 compara a fé de Maria com a fé de Abraão:

Abraão

Maria

Início da aliança do Antigo Testamento

Início da aliança do Novo Testamento

 

Esperaram contra toda esperança

 

1. concepção milagrosa de Isaac

1. Encarnação do verbo

2. sacrifício de Isaac

2. mistério pascal de Cristo

3. pai na fé monoteísta

3. mãe na fé cristológica e trinitária

 

Que fé Maria tinha no momento da encarnação? (cf. RM 15 -17).  Maria co-redentora (colaboração objetiva)

 

B.    Livro de Ester: Leitura mariana - cristológica - soteriológica.

Ester - Maria ; Assuero e Vasti (Primeira Aliança de Deus com a humanidade - pecado original) ; Marduqueu - Cristo ; Amã - Diabo.

 

C. Co - redenção em geral: uma correta compreensão da redenção.

Co - redenção em geral é participar da redenção de Cristo.

Cl 1,24... "e completo, na minha carne o que falta das tribulações de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja".

À redenção objetiva de Cristo nada falta; o que falta é a nossa cooperação nela.

"A única mediação do redentor não exclui, mas suscita nas criaturas uma variegada cooperação que participa de uma única fonte" (LG 62b).

Cf. Santo Agostinho ofício das leituras, Quarta feira santa.

 

 

D.    A co- redenção é definida a partir dos seguintes elementos:

1. União íntima com Deus - no sentido moral (santidade da humanidade) e no sentido ontológico (união hipostática).

2. Experiência de dor - a origem do valor salvífico do sofrimento de Cristo está na união hipostática, e experiência da separação de Deus; Simeão ; cruz (maior kenosis da fé).

 

E. A Co-redenção de Maria

Os santos padres... julgam-na cooperando para salvação humana com livre fé e obediência. "em Caná da Galiléia, comovida de misericórdia, conseguiu com sua intercessão o início dos sinais de Jesus" (LG 58)... "assim de modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança  e ardentemente caridade ela cooperou na obra do salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas" (LG 61).

Os momentos da co- redenção de Maria, são os mesmos da redenção de Cristo. Apresentação de Jesus no Templo: cf. MC 20. Na hora da cruz mediante o seu sacerdócio comum, Maria oferece o seu Filho e oferece a si mesma. Maria oferece seu Filho crucificado ao Pai.

 

F.     Maria discípula de Cristo

Segundo Santo Agostinho, mas valeu para ela ser discípula que ser mãe de Cristo. Ser mãe de Cristo é conseqüência de ser discípula. A grandeza de Maria está na sua filiação e em ser discípula ( Cf. RM 20).

Prefácio da missa Santa Maria discípula do Senhor: "Sua Mãe, a gloriosa Virgem Maria com razão é apregoada bendita, porque mereceu gerar vosso Filho em seu casto seio; mas com razão apregoada ainda mais bendita porque, tornado discípula do Verbo encarnado, procurou solícita a vossa vontade  e a cumpriu com fidelidade".

 

V.         MARIA E A IGREJA

Na proclamação de Paulo VI no encerramento da terceira sessão do Vaticano II, 21 de novembro de 1964.

"Portanto, para a glória da virgem e para nosso conforto proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto é, de todo povo de Deus, tanto dos fiéis como dos pastores, que a chamam de Mãe amantíssima; e queremos que este título suavíssimo, seja a virgem doravante ainda honrada e invocada por todo o povo cristão... A divina maternidade é o fundamento da sua especial relação com cristo e de sua presença na economia da salvação operada por Cristo, e também constitui o fundamento principal das relações de Maria com a Igreja, por ser mãe daquele que desde o primeiro instante da encarnação no seio virginal se constituiu cabeça do seu corpo místico que é a Igreja. Maria, como Mãe de Cristo é Mãe também dos fiéis e de todos os pastores, ou seja, da Igreja".

Explicação Teológica - A Igreja é uma comunidade, e seus membros somos nós. Se  se diz que Maria é Mãe da Igreja, é porque é Mãe de cada um dos cristãos. Na proclamação de Paulo VI, Cristo é a cabeça, a Igreja é o corpo místico, então, a Mãe não é Mãe apenas da cabeça, mas de todo Filho, corpo e cabeça. É uma explicação fundamental e essencial.

A união é íntima entre corpo e cabeça: é uma verdade cristológica, eclesiológica e mariana, e não se pode separar estas três dimensões do mistério.

Na explicação teológica desta proclamação de Paulo VI, há primeiro a união da cabeça com os membros; segundo a maternidade espiritual, ou seja, trata-se de uma maternidade na ordem da graça (LG 61).

 

A. Momentos da maternidade espiritual

Objetiva - momento da redenção: gerar espiritual da Igreja e de cada um de seus membros (Cf. RM 20; 24; LG 61 ).

 

Extensão da maternidade espiritual de Maria - tem a mesma extensão da paternidade de Deus, em relação da união da cabeça com os membros do corpo, santos anjos, almas do purgatório e batizados.

Em relação com os sacerdotes -  Maria é Mãe dos sacerdotes e Mãe de Cristo cabeça. Maria colaboradora, no âmbito ontológico: participação no sacerdócio de Cristo; configuração a Cristo - Cabeça. Maria colabora no âmbito pastoral: gerar Cristo nos outros (obra de Maria = obra do Padre). Maria (ministro da encarnação), Padre (ministro ordinário da Eucaristia). Maria é Mãe espiritual pela vontade do Pai e pelo poder do Espírito Santo.

 

B. Maria, Tipo e modelo da Igreja

Tipo : LG 63  - 64. Maria, tipo da Igreja como Virgem e Mãe.

Em virtude da graça da divina maternidade e da missão pela qual ela está unida com seu Filho Redentor, e em virtude de suas singulares graças e funções, a Bem-aventurada Virgem está também intimamente relacionada  com a Igreja. Já ensinava  S. Ambrósio, a Mãe de Deus é o tipo da Igreja na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo.(LG 63).

Maternidade virginal de Maria, e da Igreja

Mãe  - pela  ação  do Espírito Santo, gera o Cristo fisicamente.

A Igreja - é Mãe pela pregação e pelo Batismo.

Por certo a Igreja, contemplando-lhe a arcana santidade, imitando-lhe a caridade e cumprindo fielmente a vontade do Pai, mediante a palavra de  Deus recebida na fé, torna-se também ela mãe.  (LG 64).

A Igreja é Vigem, porque guarda genuína a fé do Esposo.

"Pela sua adesão  total á vontade do Pai, à obra redentora de seu  Filho, a cada monção do Espírito Santo, a Virgem Maria é para Igreja o modelo da fé e da caridade. Com isso ela é "membro supereminente e único da Igreja" sendo até a "a realização exemplar" (typus) de Igreja." (cic 967 cf. cic. 968 e 969).

"A Igreja, porém, buscando a glória de Cristo, torna-se mais semelhante ao seu  excelso Tipo, e constantemente progride na fé, esperança e caridade, procurando e cumprindo a vontade divina em tudo".(LG 65). (CF.Redemptoris  Mater 12 -19; LG 58; Rm 16, 26)

Modelo do culto cristão (Marialis Cultus 16 - 23).

A virgem que sabe ouvir; virgem dada à oração, virgem oferente, Virgem Mãe de Deus, modelo de fecundidade da Igreja.

 

C. Assunção de Maria

"Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E, para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos Senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo. A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos" (CIC. 966).

- Definição do Dogma

Foi  proclamado por Pio XII, na Constituição Apostólica " Munificentissimus  Deus", no dia 01 de novembro de 1950.

"Para a glória de Deus Onipotente que concedeu à Virgem Maria a sua especial benevolência, em honra do seu Filho, Rei  Imortal  dos séculos, vencedor do pecado e da morte, para aumento da Glória da sua dileta Mãe e para alegria e júbilo de toda a Igreja, NÓS Afirmamos, Declaramos E Definimos com a autoridade de Nosso Senhor, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo e Nossa :  é dogma  divinamente revelado que Maria, Mãe de Deus, Imaculada e Sempre Virgem, depois de terminar o seu curso terreno da sua vida, foi assunta de corpo e alma à glória celeste". (DS 3903).

- Fundamentação  Bíblica

Por conseguinte, sob a luz da fé da Igreja manifestada pelos Padres e Teólogos, Pio XII quis reler os seguintes textos :

Gn 3, 15 - "Porei inimizade entre a mulher  e a serpente." A Tradição referiu-se a nova  Eva, que acompanhou o novo  Adão  em sua vitória  sobre o pecado e a morte, Em conseqüência, Maria compartilhou do triunfo de Cristo sobre  a morte, escapando da deterioração do sepulcro.

Lc 1, 28 - Maria é a cheia de graça - A  glorificação  corporal de Maria, superando o poder da morte é o coroamento da plenitude de graça  apregoada pelo anjo Gabriel.

Ap 12, 1 o - "Um sinal grandioso apareceu no céu : uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça  uma coroa de doze estrelas". A mulher revestida de sol significa o povo de Deus que gera o messias  que tem a promessa da glória eterna, nesse povo Maria brilha como figura primacial que dá a luz ao messias e é gloriosa por graça de Deus.

Ex 20, 12 - "Honra teu pai e tua mãe." Os Padres da Igreja viram neste preceito uma razão de conveniência para fundamentar a assunção de Maria. Era assim conveniente que o Filho desse exemplo de honra a sua Mãe, preservando-a da deterioração do sepulcro.

A Assunção de Maria está em relação harmoniosa  com a sua maternidade divina e a sua isenção do pecado, como nota Pio XII na  Bula "Munificentissimus Deus". Ela, por privilégio totalmente singular, venceu o pecado com sua cooperação Imaculada. Por isso não esteve sujeita à lei de permanecer na deterioração do sepulcro nem teve que esperar a redenção do seu corpo até o fim dos tempos.

 

VI.       CULTO DA SANTÍSSIMA VIRGEM

"Todas as gerações me chamarão bem-aventurada(Lc 1, 48). A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão (MC 56). A Santíssima Virgem é legitimamente honrada com um culto especial pela Igreja. Com efeito, desde remotíssimo tempos, a bem-aventurada Virgem é venerada sob o título de 'Mãe de Deus', sob  cuja proteção os fiéis se refugiam suplicantes em todos os seus perigos e necessidades. (...)  Este culto (...) embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se  presta ao Verbo encarnado e igualmente ao  Pai e ao Espírito Santo, mas o favorece poderosamente ( LG 66), este culto encontra expressão nas festas litúrgicas  dedicadas à Mãe de Deus (SC 103) e na oração mariana, tal como o Santo Rosário, 'resumo de todo o Evangelho' ( MC  42 ) ( cf.  CIC 971).

- O culto dos santos em geral é dado pela Igreja Católica por três motivos :

1. O único culto que o homem deve dar é a Deus, 'quando se dá culto aos santos' , se está dando culto ao próprio Deus, pois estamos reconhecendo as maravilhas que Deus realizou neles ,louvando a ação redentora que, nesses santos, chegou à plenitude. Portanto, dá-se o culto a Deus Santo que comunica sua santidade aos homens, logo estamos celebrando a santidade de Deus nos santos. Estamos a celebrando e louvando a graça de Cristo nos Santos.

2. A caridade cristã deve ser universal , ou seja, deve expressar-se                                                                                                                                : ela é Mãe do Redentor e também porque é a única santa sobre a qual temos alguns dogmas definidos. Maria é toda unida ao mistério de Cristo. Portanto é motivo para que haja um culto especial à Maria , Mãe da Igreja e nossa, discípula fiel de Cristo e modelo de discípulo.

 

- Prestamos culto à Maria por mais de três motivos :

1. Nela, cultuamos a Deus mesmo e sua ação ; 2. É também modo de expressar nossa caridade ; 3. Por reconhecermos seu papel na história da Salvação - intercessão ; 4. Porque ela é Mãe de Deus ;  5. Porque o culto mariano é cristológico e consequentemente trinitário.

 

 

A. Os sinais da falsa e da verdadeira devoção à Santíssima Virgem :

- Os falsos devotos e as falsas devoções à Maria.

Segundo S. Luís Maria Grignion de Montfort,  existe sete espécies de falsos devotos e falsas devoções à Santíssima Virgem : 1. Os devotos críticos, 2. Os devotos escrupulosos, 3. Os devotos exteriores, 4. Os devotos presunçosos, 5. Os devotos inconstantes, 6. Os devotos hipócritas, 7. Os  devotos interesseiros.

Os devotos críticos são, em geral, sábios orgulhosos, espíritos fortes e presumidos, que tem no fundo uma certa devoção à Santíssima Virgem, mas que vivem criticando as práticas de devoção que a gente simples tributa de boa- fé e santamente a esta boa Mãe, pelo fato de estas devoções não agradarem à sua culta fantasia... Esta espécie de falsos e orgulhosos e mundanos é muito para temer, e eles causam um mal infinito à devoção à Santíssima Virgem, dela afastando eficazmente o povo, sob pretexto de destruir-lhe os abusos.

Os devotos  escrupulosos são aqueles que receiam desonrar o Filho, honrando a Mãe, e rebaixá-lo se a exaltarem demais. A Santa Igreja, como o Espírito Santo, bendiz primeiro a Santíssima Virgem e depois Jesus Cristo : "benedicta tu in mulieribus et benedictus fructus ventris tui Iesus". Não porque a Santíssima Virgem seja mais ou igual a Jesus Cristo: seria uma heresia intolerável, mas porque, para mais perfeitamente bendizer a Jesus Cristo, cumpre bendizer antes a Maria. Digamos, portanto, com todos os verdadeiros devotos de Maria, contra seus falsos e escrupulosos devotos : "Ó  Maria, bendita sois vós entre todas as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus!"

Os devotos exteriores são as pessoas que fazem consistir toda a devoção à Santíssima Virgem  em  práticas exteriores ; recitarão às pressas uma enfiada de terços, ouvirão, sem atenção, uma  infinitude de missas, acompanharão as procissões sem devoção, sem mudar de vida , sem violentar suas paixões, sem imitar as virtudes desta Virgem  Santíssima.

Os devotos presunçosos são pecadores abandonados  a suas paixões, ou amantes do mundo, que,  que sob o belo nome de cristãos e devotos  da Santíssima  Virgem, escondem  ou o orgulho, ou a avareza, ou  a impureza, ou a  embriaguez, ou a cólera, , ou  a blasfêmia, ou a maledicência, ou a injustiça, etc.; que dormem placidamente em seus maus hábitos, sem violentar-se muito para se corrigir, alegando que são devotos da Virgem; que prometem a si mesmos que Deus lhes perdoará, que não hão de morrer sem confissão, e não serão condenados porque recitam seu terço, jejuam aos sábados, pertencem a confraria dos santos,  etc. Quando alguém  lhe diz que sua devoção não é mais que ilusão e uma presunção perniciosa capaz de perdê-los, recusam-se a crer ; dizendo que Deus é bom e misericordioso e que não nos criou para nos condenar; que não há homem que não peque, etc.

Os devotos inconstantes são aqueles que são devotos da Santíssima Virgem  periodicamente, por intervalos e por capricho: hoje são fervorosos, amanhã, tíbios;  agora mostram-se prontos a tudo empreender em serviço de Maria e logo após não parecem os mesmos, portanto vale mais não se sobrecarregar de tantas orações e práticas de devoção, e fazer poucas com amor e fidelidade, a despeito do mundo, do demônio e da carne.

Os devotos hipócritas são os que cobrem seus pecados e maus hábitos com o manto desta Virgem fiel, a fim de passarem aos olhos do mundo por aquilo que não são.

Os devotos interesseiros são os que só recorrem à Santíssima Virgem para ganhar algum processo, para evitar algum perigo, para se curar de alguma doença, ou em qualquer necessidade desse gênero,  sem o que a esqueceriam.

Depois de descobrir e condenar as falsas devoções à Santíssima Virgem, cumpre estabelecer em poucas palavras a devoção verdadeira, que é : 1. Interior, 2. Terna, 3. Santa, 4. Constante, 5. Desinteressada.

A verdadeira devoção é interior,  porque parte do espírito e do coração. Vem da estima que se tem a Santíssima Virgem, da alta idéia que se formou de suas grandezas, e do amor que se lhe consagra.

É verdadeira devoção é terna, porque é cheia de confiança na Santíssima Virgem, da confiança de um filho em sua mãe. Impele uma alma a recorrer a ela em todas as necessidades do corpo e do espírito, com extremos de simplicidade, de confiança e de ternura.

A verdadeira devoção é santa, porque leva uma alma a evitar o pecado e a imitar as virtudes da Santíssima Virgem, principalmente a sua humildade profunda, sua contínua oração, sua obediência cega, sua fé viva, sua mortificação universal, sua pureza divina, sua caridade ardente, sua paciência heróica, sua doçura angélica e sua sabedoria divina. Aí estão as dez virtudes principais da Santíssima Virgem.

A verdadeira é  constante porque firma uma alma no bem, e ajuda-a a perseverar em suas práticas de devoção. Torna-a  corajosa para se opor ao mundo em suas modas e máximas, à carne, em seus aborrecimentos e paixões, e ao demônio, em suas tentações. Assim, uma  pessoa verdadeiramente devota da  Virgem Maria, não é volúvel, nem se deixa dominar pela melancolia, pelos escrúpulos ou pelos receios, pois o justo e devoto fiel de Maria vive da fé de Jesus e de Maria, e não nos sentimentos naturais.

A verdadeira devoção é desinteressada porque leva a alma a buscar não a si mesma, mas somente a Deus em sua Mãe Santíssima. O verdadeiro devoto não serve Maria  por espírito de lucro e de interesse, nem para se bem temporal ou eterno, corporal ou espiritual, mas unicamente porque ela merece ser servida, e Deus exclusivamente nela; o verdadeiro devoto não ama a Maria precisamente porque ela lhe faz ou dela espera algum bem, mas porque ela é amável. Só por isto ele a ama e serve nos desgostos e na aridez, como nas doçuras e no fervor sensível, sempre com a mesma fidelidade.

Também  cultuamos Maria nas festas litúrgicas, pelas práticas devocionais : terço , ângelus, porém, deve-se  evitar celebrações híbridas, ou seja, não misturar liturgia com para-liturgias; também os dois evitar os dois extremos : sentimentalismo e o racionalismo. (MC  31).

Portanto para os católicos é ocasião natural  e freqüente de imploração, para que ela interceda junto do Filho pela união de todos os batizados, num só povo de Deus (LG 69). E  ainda, porque é desejo da Igreja Católica que nesse culto, sem que lhe seja atenuado o caráter singular (LG 66 ; SC 103), sejam evitados, com todo cuidado, quaisquer exageros, que possam induzir em erros os outros irmãos cristãos, acerca da verdadeira doutrina da Igreja Católica (LG 67); e sejam banidas quaisquer manifestações cultuais contrárias as retas praxes católicas. Ao honrar a Mãe (...) melhor se conheça, ame e glorifique o Filho (LG 66).

 

VII.      RELAÇÃO COM OS OUTROS TRATADOS

Teologia Fundamental - Sendo a Mãe do Redentor, Maria está inserida no dado revelado, o que requer de todo cristão uma adesão de fé.

Trindade - Maria, na mariologia é definida por suas relações :: é a filha  bem-amada do Pai, antes mesmo de ser Mãe do Filho de Deus, por isso, Maria é chamada de tabernáculo do Espírito Santo.

Criação - Maria, sendo aquela que esmaga a serpente, é a nova Eva, capaz se realizar, pela obediência da fé, a que a primeira não foi capaz pela desobediência.

Cristologia - Maria é Mãe do Cristo, por isso ela concebendo em seu seio, nutrindo-o e convivendo com Ele em todos os momentos da sua vida, é co-redentora. Todo o mistério de Maria é Cristológico, logo, Cristologia e Mariologia são essencialmente ligadas e dependentes uma da outra.

Eclesiologia - Maria é apresentada pelos  Santos Padres e pelo Magistério da Igreja como "Tipo da Igreja", "Modelo da Igreja", e outros títulos, como o dado pelo papa Paulo VI : Mãe da Igreja. A Constituição Dogmática  Lumem Gentium a Bem-aventurada dedica o seu último capítulo Virgem Mãe de Deus no Mistério de Cristo e da Igreja.

Sacramentologia - A oferenda de Cristo se une não somente os membros que ainda estão na terra, mas também os que já estão na glória do céu, é em comunhão com a Santíssima Virgem Maria e fazendo memória dela, assim como todos os santos, que a Igreja oferece o Sacrifício Eucarístico. Na Eucaristia, a Igreja, com Maria, está como que ao pé da cruz, unida á oferta e à oferta e à intercessão de Cristo( CIC 1371 ).

Graça - Maria é a primeira criatura a ser salva pelos méritos de Cristo. Não há como falar de Imaculada Conceição  sem pecado original, graça santificante e dos méritos de Cristo.

Escatologia -  A Mãe de Jesus, tal como está nos céus já glorificada de corpo e alma, é a imagem e o começo da Igreja como deverá ser consumada no tempo futuro. Assim também brilha aqui na terra como sinal de esperança segura  e de conforto para o Povo de Deus em peregrinação, até que chegue o dia do Senhor. Na Beatíssima Virgem, a Igreja já atingiu a perfeição, pela qual existe sem mácula e sem ruga ( LG 65 ).

Teologia da Espiritualidade Sacerdotal - Maria é Mãe do Sumo e Eterno Sacerdotal. Sendo assim, ela é, por excelência mãe de todo sacerdote, por isso, estes devem cultivar uma amorosa devoção à ela, visto que é um dos aspectos da espiritualidade  sacerdotal recomendado pela Igreja.

CONCLUSÃO

Neste trabalho  tivemos a pretensão de abordar os principais pontos das verdades acerca  de Maria, que é modelo de fé para todos os cristãos, assim podemos frisar que é válido e salutar a devoção a Santíssima Mãe de Deus e nossa.

Também ressaltamos que Maria é modelo de cristã, ou seja, modelo de seguidora de Jesus, pois ela soube ouvir e fazer a vontade do Pai, aceitando ser a Mãe do Filho de Deus, cumpriu a sua vocação, por isso que a verdadeira devoção a Maria consiste em imitar suas virtudes. Diante disso , só nos resta uma coisa, aumentarmos o amor que temos por ela, pois sendo ela a discípula fiel do seu Filho, deve ser nosso modelo de seguimento do Cristo , pela sua fé, sua submissão, a sua entrega total nas mãos do Senhor  que ela alcançou graça diante de Deus e com isso todos os méritos da Redenção de Cristo de forma antecipada por isso foi preservada de toda mancha do pecado original (sua Imaculada Conceição), é a Mãe de Deus, foi  Assunta ao céu em corpo e alma,  depois do seu curso terrestre, sendo preservada   da deterioração ; é a Sempre Virgem, o nascimento do seu Filho não lhe violou, mas sagrou a sua integridade. É  também proclamada por Paulo VI como a Mãe da Igreja, ou seja, a nossa mãe espiritual, como justifica o papa, se ela mãe da Cabeça, logo é mãe dos membros também, por isso podemos concluir,  que sendo ela  nossa mãe, nunca se esquecerá de nós, mesmo que a esqueçamos, mesmo assim ela estará sempre intercedendo por nós junto a  seu Filho.    

BIBLIOGRAFIA

 

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MONTFORT, S. Luís Maria  Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Petrópolis: Ed. Vozes,