O Papa Pio VII ao falecer em 1823, deixou o Estado Pontifício assaz agitado, pois se faziam ouvir vozes em favor de uma unificação italiana,  até então fragmentada em diversos Estados.  Isso implicaria na extinção do Estado Pontifício. Os papas seguintes tiveram que enfrentar os movimentos nacionalistas e agir com firmeza a fim de garantir o Estado Pontifício. O Papa seguinte, Leão XII (1823-1829), era um homem piedoso e bastante caridoso. Como a pobreza era grande na Itália e uma onda de assaltos começou a acontecer, o papa tomou severas providências e a polícia pontifícia iniciou um vasculhamento dos campos para livrá-los dos bandidos. Leão XII fez ainda celebrar um Jubileu para que os peregrinos fossem a Roma para agradecer a Deus pela paz alcançada. Empenhou-se, também, na reforma dos estudos eclesiásticos. O papa sabe que os tempos são outros e que se precisa de sacerdotes prontos a compreender os homens, a estar a seu lado em qualquer eventualidade e a estimulá-los com o exemplo e a afeição.

Os pensamentos mais comoventes do papa estão voltados para os movimentos dos católicos irlandeses que lutam para conseguir do governo inglês a liberdade de culto. Os irlandeses são guiados por um generoso homem político: Daniel O'Connel.

O Papa Leão XII faleceu em 1829. Dois meses depois, o Parlamento inglês finalmente promulgou uma lei que favorece aos irlandeses. O Pontífice morreu sem ter tido, nesta terra, essa alegria.

O papa seguinte foi Pio VIII que teve um brevíssimo pontificado (1829-1830). Era um homem modesto e humilde, preocupado com a humanidade que atravessava anos difíceis marcados por revoltas e motins. Além disso a Europa estava tomada de uma onda de liberalismo muito intensa pois a restauração do absolutismo após  Congresso de Viena despertou nos povos o desejo de progressos e mudanças. O absolutismo dos reis entravava esses anseios. Todavia, Pio VIII vê com alegria o sultão do Império Otomano concordar em dar liberdade religiosa aos cristãos da Armênia.

Poucos são os meses de Pontificado de Pio VIII mas neles a Europa volta a fervilhar. Naquele ano de 1830 as revoluções estouram por toda parte. Os povos não suportam mais seus soberanos despóticos e querem uma constituição para seus países. Na França uma revolta popular depõe o Rei Carlos X e coloca no trono Luís Filipe de Orleãns. Os belgas, católicos se revoltam contra o domínio da Holanda protestante e conseguem sua independência. O papa sofre vendo as revoltas por toda a Europa e prevê dificuldades e perigos para os mais pobres e desprovidos cidadãos dos diversos Estados. Na Polônia católica, a população se revoltou contra o domínio russo e houve um massacre de poloneses feita pelo exército russo por ordem do Czar Nicolau I, um autócrata que governava seu império com mão de ferro.

O coração doce e suave do Papa Pio VIII não resiste e ele morre em 1830. O seu pontificado durou apenas 20 meses e foi nele que surgiu o Serviço Postal da Santa Sé.

O papa seguinte foi Gregório XVI (1831-1846), que teve de enfrentar a onda de nacionalismo que dominava a Itália. Uma vez eleito papa, Gregório XVI gostaria de dedicar-se apenas a sua missão espiritual mas o poder temporal obriga-o a ocupar-se da política, uma vez que os soberanos da Europa querem dar ordens no Estado Pontifício com a desculpa de protegê-lo. Além disso, alguns grupos revolucionários são chefiado por maçons. É o caso daqueles que querem provocar um motim em Roma. No entanto o papa é defendido pelo povo que se apresenta fiel.

Existem também outros movimentos mais justos em suas intenções. Foi o caso da "Jovem Itália" fundada por Mazzini com a finalidade de formar a unidade da Itália. É verdade que os adeptos de Mazzini  vez por outra pegam em armas para defender seus interesses mas no fundo são patriotas sinceros e querem ver surgir uma Itália forte e unida. Estes conseguem adeptos também no Estado Pontifício.

Gregório XVI se preocupa também com os escritores, sobretudo os que falam mal da religião. Há muitos deles por toda a Europa e os jovens se deixam encantar pelas suas idéias. Doce com os miseráveis, compreensivo com os que erram, Gregório XVI sabe também ser duro com aqueles soberanos que somente querem se intrometer nos destinos da Igreja. Foi assim que em dezembro de 1845 o Czar Nicolau I, da Rússia, o mesmo que massacrara os poloneses  na década anterior, veio a Roma solicitando uma audiência privada com Gregório XVI. Ninguém sabe como o colóquio se desenrolou mas o Czar saiu da audiência com o semblante transtornado, com as faces pálidas e cabisbaixo. O Pontífice mostrava ser um homem bom mas também rigoroso na defesa da Igreja e dos fiéis.

Gregório XVI  morreu em 1846. Acompanham-no em sua viagem para a eternidade os frutos de sua generosidade a serviço da Igreja.