1. Símbolo Apostólico,  DS 30.

 

Formas antiqüíssimas do Símbolo Apostólico (século II) - é também a mais antiga formulação oficial da fé na Trindade:

É chamado Símbolo Apostólico e se compõe essencialmente:

1º, de uma parte trinitária: três artigos em que se professa a fé em três divinas pessoas;

2º de uma parte cristológica que foi assinalada ao segundo artigo.  Mas ficam algumas fórmulas, compostas à maneira de Símbolo, que carecem dos Apóstolos. Uma fórmula desta espécie, quase acristológica - que é talvez a mais antiga de todas - se conserva na obra, impregnada de gnosticismo, escrita entre os anos 150 e 180: Testamentum in Gallilae... Dz 1

 

Forma ocidental mais antiga do símbolo Apostólico (chamada Romana): apresentam elementos ao menos de algum símbolo ou alguma regra de fé ou de perguntas usadas no batismo. Dz 2  Texto segundo Rufino: "1. Creio em Deus Pai onipotente"  não há colocação da criação. Dz 4

 

 

 

Forma ocidental mais moderna do Símbolo Apostólico, chamado texto ocidental recebido (T). Texto segundo a Ordem Romana: "Creio em Deus Pai onipotente, criador do céu e da terra". Dz 7

 

 

 

Forma oriental do Símbolo Apostólico.  Texto de São Cirilo de Jerusalém:

"1. Cremos em um só Deus Pai onipotente, criador do céu e da terra, de tudo visível e invisível". Dz 9

 

 

 

 

2. 1º Concílio de Nicéia, DS 125.

 

 

Nos séculos que se seguiram à conversão do mundo antigo, foi definida com precisão  a doutrina acerca de verdades fundamentais da fé cristã. Formulou-se a doutrina dogmática sobre a Santíssima Trindade, o Mistério de Cristo e questão da Graça.

O Concílio I de Nicéia (325)  significou um triunfo rotundo para os os defensores da ortodoxia, entre os quais se destacavam o bispo espanhol Ósio de Córdova e o diácono - mais tarde bispo - de Alexandria, Atanásio.  O concílio definiu a divindade do Verbo, empregando um termo que exprimia de modo inequívoco a sua relação com o Pai:  homoousios, "consubstancial".  O Símbolo" niceno proclamava que o Filho, Jesus Cristo, "Deus de Deus, luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado" é "consubstancial" ao Pai.  A vitória  da ortodoxia em  Niceia foi seguida, no entanto,  por um "pós-concílio" de sinal radicalmente oposto, que constitui um dos episódios mais surpreendentes da História cristã.  O partido filo-ariano, dirigido pelo bispo Eusébio de Nicomédia, conseguiu alcançar uma influência decisiva na corte imperial, e nos finais do reinado de Constantino e durante os reinados de vários dos seus sucessores, pareceu que o arianismo ia prevalecer; os bispos nicenos mais ilustres foram desterrados e - segundo a gráfica frase de São Jerônimo - "a terra inteira gemeu e descobriu com surpresa que se tinha tornada ariana".

 

 

Primeiro Concílio de Nicéa, 325. Primeiro ecumênico [contra os arianos];

O Símbolo Niceno [Versão sobre o texto grego].

 

 

 

"Cremos em um só Deus Pai onipotente, criador de todas as coisas, das visíveis e das invisíveis; ... " Dz 54

 

 

 

A formulação dogmática da fé cristã: nos séculos que se seguiram à consersão do mundo antigo, foi definida com precisão a doutrina acerca das verdades fundamentais da fé cristã. Formulou-se a doutrina dogmática sobre a Santíssima Trindade, o Mistério de Cristo e a questão da Graça.

 

 

 

 

 

 

3. 374: Profissão de Epifânio(+403), forma mais larga, exposição do Símbolo Niceno, proposta no Oriente a alguns catecúmenos. DS 125.

 

 

" Cremos em um só Deus, Pai onipotente,  criador de todas as coisas, das visíveis e das invisíveis"... Dz 13.

 

 

 

4. 381: Concílio de Constantinopla I,

Segundo ecumênico (contra os macedônios etc)DS 150.

 

 

A divisão do Império em duas partes - Oriente e Ocidente -, consumada nos finais do século IV e que acabaria por provocar a cristalização de dois Impérios, teve profunda repercursão na vida da Igreja.  A parte ocidental - que coincidia  aproximadamente com as regiões de língua e cultura latina -  tinha como única sede apostólica Roma, e por isso o Pontífice romano foi também o Patriarca do ocidente.  Na parte oriental, de cultura grega, de cultura grega, síria e copta, sobressaíram várias grandes sedes de fundação apostólica - Alexandria, Antioquia e Jerusalém -, que foram cabeças de amplíssimas circunscrições eclesiástica, os Patriarcas.

 

O I Concílio de Constantinopla elevou a sede desta cidade à categoria patriarcal e atribuiu aos seus bispos a primazia de honra dentro da Igreja, depois do bispo de Roma, "em virtude - disse - de a cidade ser a nova Roma".  Sobre este fundamento de índole não eclesiástica, mas política - a capital imperial -, se institui um novo Patriarcado - o de Constantinopla -, destinado a alcançar uma indiscutível proeminência entre todos os Patriarcados orientais, a partir, sobretudo, do Concílio de Calcedônia.

 

A teologia trinitária  foi completada no concílio I de Constantinopla com a definição da divindade do Espírito Santo, ante a heresia que a negava: o Macedonismo. Deste modo, antes de finalizar o século IV, a doutrina católica da Santíssima Trindade ficou fixada no seu conjunto no "Símbolo neceno-constantinopolitano".  Havia, contudo, um aspecto da teologia trinitária não declarado expressamente no Símbolo: as relações do Espírito Santo com o Filho. Este ponto daria lugar mais tarde à célebre questão do Filioque, destinada a converter-se em ponto de discórdia entre o Oriente e o ocidente cristãos.

 

Este Símbolo não é um simples desenvolvimento do de Nicéia. É o que se canta na Eucaristia. Não comportava  a fórmula "Filioque". Com respeito ao Filho, este sínodo acrescenta a eternidade da geração do Filho:" et ex Patre natum ante omnia saecula".

Símbolo Niceno-Constantinopolitano:

[Versão sobre o texto grego]

"Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis ou invisíveis." Dz 86

...

[Segundo a versão de Dionísio o Exíguo]

"Cremos [creio] em um só Deus, Pai onipotente, (hacedor) criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis." Dz 86

 

5.400: Concílio Provincial de Toledo I,

DS 188, 190, 191, 199.

 

 

Símbolo do Concílio de Toledo do ano 400 [447] fórmula Libellus in modum Symboli:

Fórmula Libellus in modum Symboli

Regra de fé católica contra todas as heresias. Empenham-se as regras da fé católica contra todas as heresias e principalmente contra os priscilianistas; regras que instruiram os bispos Tarraconenses, Cartaginenses, Lusitanos, Bélticos e Transmitiram ao Balcônio, Bispo da Gália, por mandato do Papa Leão, Bispo de Roma ...

 

"Cremos em um só Deus verdadeiro, Pai, Filho e Espírito Santo, criador do visível e do invisível, por quem criou todas as coisas no céu e na terra. (...)" Dz 19

 

"Assim, pois, este Filho de Deus, Deus nascido do Pai absolutamente antes de todo princípio, santificou no ventre [o ventre] da bem-aventurada Virgem Maria e dela tornou homem verdadeiro, engendrado sem semem de varão [viril, convindo em uma absolutamente só pessoa, só as duas naturezas, isto é, da Divindade e da carne, isto é, [Nosso] Senhor Jesus Cristo. Não [nem] era um corpo imaginário ou composto só de forma [v. 1.: Não tinha n'Ele um corpo imaginário], senão sólido [verdadeiro].  Este teve fome e sede, sintiu dor e chorou, sofreu todas demais calamidades do corpo [v. 1.: sofreu todas as moléstias do corpo].  Finalmente, foi crucificado [pelos judeus], morto e sepultado, [e] ressuscitou ao terceiro dia; logo, conversando com [seus] discípulos, o dia quarenta [depois da ressurreição], subiu aos céus [ao céu]. Este filho do homem se chama também Filho de Deus; mas o Filho de Deus, Deus, não se chama Filho de Homem [ se o dá o nome de Filho de homem].

Cremos a ressurreição  [futura] da carne humana [ para a carne humana]. A alma do homem [dizemos] não ser substância divina ou parte de Deus, senão uma criatura não caída (?) [criada] por vontade de Deus" Dz 20

 

"1. Em conseqüência, [pois] se alguém disser e [ou] crer que este mundo, e todos seus instrumentos, não foi feito {criado} por Deus onipotente, seja anátema." Dz 21

 

 

 

"Se alguém disser e [ou] crer que o mundo foi feito {criado} por outro Deus que [e não] por Aquele de quem está escrito: "No princípio fez Deus o céu e a terra, seja anátema." Dz 29

 

 

6. O Pontificado de São Leão I, O Magno,  de 440-461.  Carta do Papa São Leão I aos Bispos de Astorga

 

Leão I, Magno, contribuiu  de modo substancial para a formulação do dogma cristológico. A teologia do Primado romano e a sua fundamentação escriturística no Primado conferido por Cristo a Pedro deve-se igualmente em boa parte a São Leão.

 

Logo que os imperadores Pulquéria e Marciano sucederam  a Teodósio II, o papa Leão a reunião de um novo sínodo ecumênico: foi o concílio de Calcedônio (451). O concílio aderiu de modo unânime à doutrina cristológica contida na epístola de Leão Magno a Flaviano: "Pedro falou pela boca de Leão", aclamaram os padres. A profissão de fé que se redigiu reconhecia as duas naturezas em Cristo, "sem que haja confusão, nem divisão, nem separação, entre elas".  Mas o Monofisismo, longe de desaparecer, lançou raízes profundas em várias regiões do oriente, em particular no Egito, onde foi tomado como bandeira secessionista em face do Império.  A condenação do Monofisismo foi entendida como um ataque à sua Igreja e às tradições de Atanásio e Cirilo.  Um Patriarcado monofista - que tinha atrás de si monges e a população indígena copta - surgiu em Alexandria, contra o Patriarcado "melquita" ou imperial.

 

"São Leão I, Magno.  Sobre a Encarnação (contra Eutiques)

[Da carta 28 dogmática Lectis dilectionis tuae, a Flaviano, patriarca de Constantinopla, de 13 de junho de 449.

"Ficando, pois, a salvo a propriedade de uma e outra natureza e unindo-se ambas em uma só pessoa, a humildade foi recebida pela majestade, a fraqueza, pela força, a mortalidade, pela eternidade e para pagar a dívida de nossa geração, a natureza inviolável se uniu à natureza passível.  Assim - coisa que convinha para nosso remédio - um só e o mesmo mediador de Deus e dos homens o homem Cristo Jesus [1Tm 2, 5], por uma parte poderia morrer e não poderia  por outra.  Na natureza, pois, íntegra e perfeita de verdadeiro homem, nasceu Deus verdadeiro, inteiro em por si, inteiro no nosso.

Entra, pois, nestas fraquezas do mundo o Filho de Deus, debaixo de seu trono celeste, mas não apegando-se da glória do Pai, engendrado por nova ordem, por novo nascimento.  Por nova ordem: porque invisível por si, se fez visível em nós; imcompreensível, quis ser compreendido; permanecendo antes do tempo, começou a ser no tempo; Senhor do universo, tomou forma de servo, obscurecida a imensidade de sua majestade; Deus impassível, não se desdenhou de ser homem passível, e imortal, somenter-se a lei da morte.   Por novo nascimento engendrado: porque a virgindade inviolada ignorou a concupiscência, e subministrou a matéria da carne. Tomada foi da madre do Senhor a natureza, não a culpa; e no Senhor Jesus Cristo, engendrado do seio da Virgem, não por ser o nascimento maravilhoso, é a natureza distinta de nós. Porque o que é verdadeiro é também verdadeiro homem, e não tem nesta unidade mentira alguma ao dar-se juntamente a humildade do homem e a alteza da divindade. Pois ao modo que Deus não se muda pela misericórdia, assim tão pouco o homem se aniquila pela dignidade.  Uma e outra forma, com efeito, opera o que o é próprio, com comunhão da outra; isto é, que o verbo opera o que pertence ao Verbo, a carne cumpri o que adere (o que é própria) a carne. Um deles resplandece pelos milagres, o outro sucumbe pelas injúrias. Assim como o Verbo não se aparta da iguladade da glória paterna; assim tão pouco a carne abandona a natureza de nosso gênero." Dz 144 (DS 294)

 

7. 498: Carta do Papa Atanásio II aos Bispos da Gália. DS 360.

 

 

Santo Atanásio II, 496-498.

Sobre a origem das almas e sobre o pecado original.

[Da carta Bonum atque incundum, aos bispos de França, de 23 de agosto de 498.]

 

 

 

"(1) ... [Pensem alguns hereges na França] que podem razoavelmente persuadir-se que assim como os pais transmitem os corpos ao gênero humano do mais vil material, de modo semelhante dão também o espírito da alma vital ... Como, pois, contra a divina sentência, com inteigência demasiado carnal, pensam que a alma feita a imagem de Deus se difunda pela união dos homens, sendo assim que ação d'Aquele que ao princípio fixo este não deixa de ser hoje a mesma, como Ele mesmo disse: Meu Pai segue trabalhandi e eu também trabalho entendam também o que está escrito:  o que vive para sempre, o criou todo de uma vez."

Se, pois, antes de que a Escritura dispusera a ordem e modo seguindo cada espécie em cada classe de criaturas, operava ao mesmo tempo potencialmente - coisa que não pode negar-se - e causalmente na obra pertinente a CRIAÇÃO DE TODAS AS COISAS,  cuja consumação descansou no sétimo dia, agora segue operando visivelmente na obra conveniente segundo o curso dos tempos; logo atenha-se à Santa Doutrina, de que Aquele infunde as almas, que chama o que não é, como o que é."

(4) ...  No que acaso pensam que falam piedosa e exatamente, isto é, que com a razão afirmam que as almas são transmitidas pelos pais, como quer que estão engendradas no pecado, devem  com esta sábia separação distinguir: que eles não podem transmitir outra coisa que o que eles com extraviada presunção cometeram, isto é, a pena e a culpa do pecado que põe bem de manifesto a descendência que por transmissão se segue, ao nascer os homens maus e não retos. Claramente se vê que isso só não tem Deus parte nenhuma, pois para que não caiam nesta fatal calamidade, se o proibiu e predicou com o ingênito (natural / nato) terror da morte. Assim, pois, pela transmissão aparece evidentemente o que pelos pais se entrega e se mostra também que é o que desde o princípio até o fim tinha operado ou siga ainda Deus operando." Dz 170.

 

 

 

 

 

 

 

O Imperador valente permitiu que os visigodos se instalassem  na Tráci e na Mésia; e, como era ariano, enviou-lhes para os cristianizar missionários da sua seita.  A comunidade gótico-ariana dirigida pelo bispo Ulfilas desempenhou então um papel determinante. Ulfilas compôs o alfabeto gótico e traduziu a Bíblia para esta língua, convertida, graças a ele, em língua escrita.  Munidos deste valioso instrumento de caqtequese, os missionários da escola de ulfilas difundiram a sua doutrina entre o povo visigodo, que antes de terminar o século IV estava já completamente arianizado. Eram, precisamente, os  anos em que o Arianismo se desvanecia como problema teológico vivo no âmbito a Igreja universal. Esta paradoxal coincidência teve a virtualidade de favorecer a radicação do Arianismo entre os germanos.  Passou a ser a sua religião nacional, um factor mais de diferenciação entre as minorias germânicas invasoras e as populações maioritárias, românticas e católicas.  O Arianismo tornou-se assim a religião de quase todos os povos germânicos instalados em terras do Império ocidental.  Alguns deles -  os vândalos e os ostrogodos - continuaram arianos até à sua extinção no século VI.  Outros tiveram tempo suficiente para completar o seu itinerário religioso com uma segunda conversão ao catolicismo: é o caso dos suevos da Galécia e dos burgúndios, também no século VI, e dos visigodos no tempo de Recaredo (589).  As sobrevivências arianas na Itália lombarda persistiram até fase adiantada do século VII.

 

Neste contexto histórico é fácil de compreender a importância de que se revestiu a conversão dos francos.  Numa altura em que todos os reinos germ6anicos do Ocidente professavam o Arianismo, um povo jovem e vigoroso quebrou esse esquema religioso-político: o povo franco.  Na segunda metade do século V, os francos eram pagãos, quando se estenderam pelo norte das Gálias, que após as suas vitórias sobre burgúndios e visigodos viriam  a ser definitivamente o reino dos francos, a França.  Porém, sua opção religiosa não foi o arianismo germânico; foi a Igreja católica.  No Natal de uma ano à volta de 500, o rei franco Clodoveu recebeu  o batismo católico. O acontecimento teve extraordinária ressonância entre a população das antigas províncias romanas; fides vestra, nosatra victoria - a vossa fé é a nossa vitória - escrevia, exultante a Clodoveu, Avito de Vienne, bispo prestigioso e membro de uma das principais famílias da aristocracia senatorial das Gálias.  Avito formulava uma observação certeira, cheia de conseqüências transcendentais para o futuro: daí em diante não haveria, como até então, apenas um monarca católico no mundo, o imperador oriental; o ocidente teria também o seu, e esse monarca era o rei dos francos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

8. Símbolo "QUICUMQUE",  DS 76.

Que se chama "Atanasiano":

 

 

O Símbolo Quicumque (dito de Santo Atanásio), que contém uma exposição muito clara e precisa do profundo (dell'insieme) da doutrina trinitária e da Encarnação.

 

 

A formulação do dogma trinitário foi a grande empresa teológica do século IV, e a ortodoxia católica teve o Arianismo com o adversário.  O Arianismo entroncava em certas doutrinas antigas que acentuavam de modo exagerado e unilateral a unidade de Deus, a ponto de destruirem a distinção de Pessoas na Santíssima Trindade - " Sabelisnismo - ou de subordinarem o Filho ao Pai, fazendo-se inferior a Este - "Subordinacionismo".  Um Subordinacismo radical inspirava os ensinamentos do presbítero alexandrino Ario (256-336), o qual não só fazia o Filho  inferior ao Pai, como negava inclusivamente a sua natureza divina.  A unidade absoluta de Deus proclamada por Ario levava a considerar o Verbo apenas como a mais nobre das criaturas, não Filho natural, mas filho adotivo de Deus, ao qual de modo impróprio era lícito chamar também Deus.

 

 

Contra o "sabelianismo" põe em particular relevo a Trindade das Pessoas e contra o triteismo a unidade numérica da essência de Deus, Dz 39-40.

 

"Mas é necessário para a eterna salvação crer também fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. É, pois, a fé reta que cremos e confessamos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. É Deus, engendrado da substância do Pai antes dos séculos e é homem nascido da mãe no século: perfeito Deus, perfeito homem, subistente de alma racional e de carne humana, igual ao Pai segundo a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade. Mais ainda quando seja Deus e homem, não são dois, senão um só Cristo e um só não pela conversão da divindade na carne, senão pela assunção da humanidade em Deus; um absolutamente, não por confusão da substância, senão pela unidade da pessoa. Porque à maneira que a alma racional e a carne é um só homem, assimDeus e o homem são um só Cristo. O que padeceu por nossa Salvação, desceu aos infernos ao terceiro dia, dentre os mortos, subiu aos céus, está sentado a direita de Deus Pai onipotente, donde a de vir a julgar os vivos e os mortos e a sua vinda todos os homens tem de ressuscitar com seus corpos e dar conta de seus próprios atos e os que operaram bem, irão à vida eterna; os que mal, ao fogo eterno.

Esta é a fé católica e o quem não a crer fiel e firmemente não poderá salvar-se." Dz 40

 

Vigílio, (573) 540-555. - Cânones contra Orígenes:

"Cân. 8: Se alguém diz ou sente que o poder de Deus é limitado e que só operou na criação quando pode abarcar, seja anátema." Dz 210

 

 

 

9. Sínodo de Constantinopla, DS 403.

 

Vigílio (537) 540-555 [ Do livro avdersus Origenes, do Imperador Justiniano

DS 403 = Dz 203: "Cân. 1 Se alguém  diz ou sente que as almas dos homens preexistem, como que antes foram inteligentes e santas potências;  que se proveram da divina contemplação e se volveram em pior e que por isso se "esfriaram" no amor de Deus, donde os vem o nome de yuxai e que por castigo foram arrojadas aos corpos, seja anátema."

 

Contudo o II Concílio de Constantinopla, 553 - o V  ecumênico - encontra-se no Dz 212 ss. [condenação dos três capítulos].

 

 

 

 

10. 561-74, João III Concílio Provincial de Braga II, DS 455, 457.

 

 

Anatematismos contra hereges, especialmente contra os priscilianistas.

"Se alguém introduz fora da Santíssima Trindade não sabemos que outros nomes da divindade, dizemos que na mesma divindade tem uma trindade da Trindade, como disseram os gnósticos e Prisciliano, seja anátema." Dz 232

 

"Se alguém crê que as almas humanas ou os anjos têm sua existência da substância de Deus, como disseram Maniqueu e Prisciliano, seja anátema." Dz 235

 

"Se alguém disse que o diabo não foi primeiro um anjo bom feito por Deus, e que sua natureza não foi obra de Deus, senão / que disse que emergeu das trevas e que não tem autor algum de si que ele mesmo é o princípio e a substância do mal, como disseram Maniqueu e Prisciliano, seja anátema." Dz 237.

 

"Se alguém crer que os doze signos ou os astros que os astrólogos insistem observam, estão distribuídos por cada um dos membros da alma e do corpo e dizem que estão adscritos aos nomes dos patriarcas, como o disse Prisciliano, seja anátema." Dz 240

 

 

 

11.657-76,Adeodato - Concílio Provincial de Toledo XI,  DS 536.

 

Símbolo da fé (sobretudo acerca da Trindade e da Encarnação) [Expositio fidei contra os priscilianistas].

 

"Tem, pois, em si mesmo uma dupla substância: a de sua divindade e a de nossa humanidade. Este, sem dúvida, enquanto saiu de seu Pai sem começo., só é nascido, pois não se toma por fato nem por predestinado; mas, enquanto nasceu de Maria Virgem, tem que crê-lo nascido, feito e predestinado. Ambas  gerações, sem dúvida, são n'Ele maravilhosas, pois do Pai foi engendrado sem mãe antes dos séculos, e no fim dos séculos foi engendrado da mãe sem pai.  Enquanto Deus criou Maria, enquanto homem foi criado por Maria: Ele mesmo é pai e filho de sua mãe Maria.  Igualmente, enquanto Deus é igual ao Pai; enquanto homem é menor que o Pai.Igualmente  tem que crer que é maior e menor que si mesmo: porque na forma de Deus, o mesmo Filho é também maior que si mesmo, por razão da humanidade assumida, que é menor que a  divinade.; na forma de servo é menor que si mesmo, isto é, na humanidade, que se toma por menor que a divindade. Porque à maneira que pela carne assumida não só se toma como menor ao Pai senão também a si mesmo; assim por razão da divindade é igual com o Pai, Ele e o Pai são maiores que o homem, a quem só assumiu a pessoa do Filho.  Igualmente, na questão sobre se poderia ser igual ou menor que o Espírito Santo, a modo como umas vezes se crê igual outras menor queo Pai respondemos: segundo a forma de Deus, é igual ao Pai e ao Espírito Santo; segundo a forma de servo, é menor que o Pai e que o Espírito Santo, porque nem o Espírito Santo nem Deus Pai, senão só a pessoa do Filho, tomou a carne, pela que se crê menor que as outras duas pessoas. Igualmente este Filho é crido inseparavelmente distinto do Pai e do Espírito  Santo por razão de sua pessoa; do homem, mas, pela natureza assumida.  Igualmente com o homem está a pessoa; mas com o Pai e o Espírito Santo, a natureza da divindade ou substância. Sem embargo, tem que crer-se que o Filho foi enviado não só pelo Pai, senão também pelo Espírito Santo, posto que Ele mesmo disse pelo Profeta:"e agora o Senhor Yahweh  me enviou com seu Espírito" Is 48, 16d.  Também se toma como enviado de si mesmo, pois se reconhece que não só a vontade, senão a operação de toda a Trindade é inseparável. Porque este, que antes dos séculos é chamdo unigênito, temporalmente se fixo primogênito: unigênito por razão da substância da divindade; primogênito por razão da natureza da carne assumida". Dz285

 

 

 

12. Adriano II, 867-72. Concílio de Constantinopla IV, VIII ecumênico - 869-870 -, DS 657.

 

 

VII ecumênico (contra Focio)  Na primeira parte se lerá e aprovará a regra de fé de Hormisdas. Cânones contra Focio.

 

"Cân. 11. O Antigo e o Novo Testamento ensinam que o homem tem uma só alma racional e intelectiva e todos os Padres e mestres da Igreja, divinamente inspirados, afirmam a mesma opinião; sem dúvida, dando-se as invenções dos maus, vieram alguns pontos tal de impiedade que dogmatizam imprudentemente que o homem tem duas almas e com certos esforços irracionais, por meio de uma sabedoria que está envolta na néscia [1Cor 1, 20],  pretendem confirmar sua própria heresia.  Assim, pois, este Santo e universal Concílio, apresciando-se a arrancar esta opinião como uma má cizânia que agora germina,  mais, chegando na mão do bieldo (garavanço para limpar o trigo na eira) [Mt 3, 12; lc 3, 17] da verdade e querendo destinar ao fogo inextinguível toda a palha e deixar limpa a era de Cristo, a grandes vozes anatematiza aos inventores e perpetradores de tão impiedade e aos que sentem coisas pelo estilo e define e promulga  que nada absolutamente tenha ou guarde em modo algum os estatutos dos autores desta impiedade.  Se alguém ousar lutar contra este grande e universal Concílio, seja anátema e alheio à fé e cultura dos cristãos.

[Versão do texto grego: ] O Antigo e o Novo Testamento ensinam que o homem tem uma só alma racional e intelectiva e todos os Padres inspirados por Deus e mestres da Igreja afirmam a mesma opinião; tem, sem dúvida, alguns que opinam que o homem tem duas almas e confirmam sua própria heresia com certos argumentos sem razão.  Assim, pois, este santo e universal Concílio, a grandes vozes anatematiza aos inventores desta impiedade e aos que pensam como eles; e se alguém se atrever a dizer o contrário, seja anátema." Dz 338.

 

 

O problema dos búlgaros enquadra-se no curso do longo  contecioso pela sede de Constantinopla que pôs frente os patriarcas  Inácio e Fócio. O príncipe dos bílgaros, Boris, converteu-se ao Cristianismo no ano de 864 e solicitou o envio de missionário para trabalharem na conversão do seu povo. Bóris dirigiu-se primeiro a Constantinopla, mas depois mudou de opinião e ofereceu ao papa Nicolau I a incorporação do seu povo na Igreja Latina, sob a juridiscão da Sede romana. Um ulterior mal-entendimento com Roma fez com que o volúvel Bóris mandasse embora os missionários latinos e voltasse outra vez - e desta de modo definitivo - à união com o Patriarca de Constantinopla, cuja sorte a Bulgária havia de seguir quando chegou a a hora do cisma. Os incidentes a que deu lugar esta disputa contribuiram logicamente para endurecer as relações entre Roma e Constantinopla.

 

À margem do problema dos búlgaros, o enfraquecimento entre os patriarcas Inácio e Fócio incidiu negativamente naquelas relações. Inácio e Fócio sucederam-se duas vezes à frente do patriarcado, ao compasso das bruscas alternâncias da política oriental.  A atitude do papa Nicolau I, favorável aos legítimos direitos de Inácio, provocou uma violenta reação de Fócio, verdadeira declaração de guerra à Igreja latina.  A figura de Fócio foi estudada modernamente por historiadores católicos, que reivindicam a sua ortodoxia.  Mas, embora admitindo que as relações da Igreja bizantina com o Pontificado não foram formalmente cortadas durante o segundo período patriarcal de Fócio, é impossível libertá-lo de uma grave responsabilidade no discernimento do Oriente cristão relativamente a Roma. Fócio, sabendo que cavava um abismo entre gregos e latinos, converteu em arma de arremesso a questão do Filioque, condenou a sua inclusão no Credo pela cristandade ocidental e lançou contra ela a acusação de heresia.  Deste modo, as diferenças entre gregos e latinosnão seriam, para o futuro, apenas disciplinares e litúrgicas; seriam também dogmáticas, com que a unidade da Igreja ficava irremediavelmente comprometida. Pode afirmnar-se, em suma, que Fócio, um sábio eminente que personificou o genuíno espírito eclesiástico de Constantinopla, contribuiu como ninguém para preparar os ânimos para o futuro Cisma oriental.

 

 

 

13. 1140: Concílio Provincial de Sens (França),

DS 722.

 

 

 

Erros de Pedro Abelardo

 

 

"1. O Pai é potência plena; o Filho, certa potência; o Espírito Santo, nenhuma potência. Dz 368

 

2. O Espírito Santo não é da substância do Pai ou do Filho. Dz 369

3. O Espírito Santo é a alma do mundo". Dz 370

 

A reforma gregoriana preparou os tempos de esplendor da Cristandade: os séculos XII e XIII, cujo centro ocupa o Pontificado de Inocêncio III. A vitalidade da Europa cristã foi extraordinária: reuniram-se concílios ecumênicos, nasceram as universidades, fundaram-se grandes ordens religiosas e as cruzadas constituiram empresa comum de reis e príncipes cristãos.

 

Se fosse necessário indicar um traço de caracterizar por si só os tempos clássicos da Cristandade, esse traço, seria, sem dúvida alguma, a sua incrível vitalidade. É como se um vento impetuoso tivesse soprado na Igreja e em toda a sociedade cristã, renovando as suas virtualidades espirituais e humanas e infundindo-lhes que poderosas energiasm, adormecidas durante séculos, arrombavam subitamente as comportas e uma poderosa primavera fecundou o mundo ocidental. Vale a pena recordar alguns dos fatos mais representativos desta explosão de vida, porque eles traduzem, melhor que qualquer afirmação hiperbólica o que foram aqueles séculos cimeiros da Cristandade.

 

A época da Cristandade européia foi um tempo conciliar. Nenhum dos concílios ecumênicos correspondentes ao primeiro milênio da nossa Era se tinha reunido no Ocidente.  Pelo contrário, no âmbito temporal da Cristandade Ocidental celebraram-se seis concílios universais: quatro sínodos lateranenses - romanos -, dois lugdunenses e ainda um sétimo concílio - o de Vienne (1311-1312); embora este corresponda já ao século XIV deve incluir-se no mesmo ciclo conciliar.  Estes concílios ecumênicos da Cristandade, ao contrário dos precedentes, foram todos convocados e presididos pelo papa e, mais do que de questões teológicas, ocupavam-se de assuntos disciplinares relativos à vida do clero e do povo fiel.

 

 

 

 

 

 

 

14. Carta do Papa Inocêncio III ao arcebispo de Tarragona - de 18 de dezembro de 1208 -, DS 790.

 

 

"De coração cremos e com a  boca confessamos também que o Pai e o Filho e o Espírito Santo, um só Deus de que falamos, é o criador, operador, governador e disponidor de todas as coisas, espirituais e corporais, visíveis e invisíveis. Cremos que o autor único e mesmo do Novo e do Antigo Testamento é Deus, o qual permanecendo, como se tem dito, na Trindade, criou tudo do nada, e que João Batista, põe Ele enviado, é santo e justo, e que concebido pelo Espírito Santo no ventre de sua mãe." Dz 421

 

 

 

15. 1215: Concílio de Latrão IV - XII ecumênico contra os albigenses, Joaquim, os Valdenses etc - , DS 800.

 

 

O Concílio IV de Latrão, reunido or Inocêncio III em 1215, ao qual assistiram mais de 400 bispos e um número superior de abades e capitulares, juntamente com os representantes dos príncipes cristãos, foi a grande assembléia da Cristandade medieval, na época em que esta alcançava o seu Zenite.

 

O Concílio IV de Latrão regulou a obrigação da confissão e da comunhão anuais.

 

[Da  Trindade, os Sacramentos, a missão canônica etc]

O IV Concílio Lateranense (1215) dedicou-se contra o dualismo gnóstico-maniqueu:

 

"Diabolus enim et alii demones a Deo quidem natura creati sunt boni, sed ipsi per se facti sunt mali". Dz 428; cf. 427.

 

Capítulo  I. Da fé Católica

[Definição contra os albigenses e outros hereges]

Origem do Primeiro Homem. "O primeiro homem foi criado por Deus"

 

"O Iv Concílio Lateranense e o Vaticano I debruçaram-se sobre a problemática e a questão De fide - O primeiro homem foi criado por Deus : " Deus ... utramque de nihilo condidit creaturam, spiritualem et corporalem ... ac deinde humanam quasi communem ex spiritu et corpore constitutam = Deus criou do nada uma e outra criatura, a espiritual e a corporal ... e colocou a humana, quase intermédia, feita de espírito e de corpo" Dz Dz 428, 1783.

 

 

"Firmemente cremos e simplesmente confessamos, que um só é o verdadeiro Deus, eterno, imenso e incomutável, incompreensível, onipotente e inefável, Pai, Filho e Espírito Santo: três pessoas certamente, mas uma só essência, substância ou natureza absolutamente simples. O Pai não vem de Nada, o Filho do Pai só, e o Espírito Santo por sua vez de um e de outro, sem começo, sempre e sem fim.   O Pai que engendra, o Filho que nasce e o Espírito Santo que procede: consubstanciais, coiguais, coonipontentes e coeternos; um só princípio de todas as coisas; Criador das coisas, das visíveis e das invisíveis, espirituais e corporais; que por sua onipotente virtude por sua vez desde o princípio do tempo criou do nada a uma e outra criatura, a espiritual e a corporal, isto é,  a angélica e a mundana, e depois a humana, como comum, composta de espírito e de corpo. Porque o diabo e demais demônios por Deus certamente foram bons por natureza; mas eles, por si mesmos, se fizeram maus.  O homem, porém, pecou por sugestão do diabo. Esta Santa Trindade, que segundo a comum essência é indivisa e segundo as propriedades pessoais, diferentes, primeiro por Moisés e os santos profetas e por outros servos seus, segundo a ordenadíssima disposiçao dos tempos, deu ao gênero humano a doutrina salutável." Dz428

 

 

 

16. Gregório X, 1271-76 - XIV ecumênico

(da união dos gregos)1274: Concílio de Leão II,

DS 851.

 

 

 

Constituição sobre a processão do Espírito Santo

 

 

Profissão de fé de Miguel Paleólogo

"Cremos que a Santa Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo é um só Deus onipotente e que toda a divindade na Trindade é coessencial e consubstancial, coeterna e coonipotente, de uma só vontade, potestade e majestade, criador de todas as criaturas, de quem tudo, em que tudo e por quem tudo, o que existe no céu e na terra, o visível e o invisível, o corporal e os espiritual.  Cremos que cada pessoa na Trindade é um só Deus Verdadeiro, pleno e perfeito." Dz 461

 

 

 

No coração da sociedade cristã ocidental não falou a presença da heresia. Movimentos e correntes religiosas de longíquos procedência oriental e correntes religiosas de longíqua procedência oriental lançaram raízes no sul da França: a Inquisição foi criada para as combater e defender a unidade da fé.   Outras doutrinas heteredoxas difundidas na Baixa Idade Média podem considerar-se precursoras do Protestantismo.

 

Os  duros confrontos  do século XIII entre papas e imperadores alemães constituíram um dos fatores mais importantes da falência do sistema  da Cristandade. Um novo "espírito secular" e a tendência para o nacionalismo eclesiástico animou os governantes das monarquias ocidenatis.  No desterro dourado de Avinhão o pontificado do século XIV viveu sob à sombra da França.

 

 

 

 

17. Clemente V, 1305-14; XV ecumênico - abolição dos templários - Concílio Ecumênico de Vienne, 1311-12,

DS 902.

 

 

Erros de Pedro João Olivi (acerca  da chaga de Cristo, da união da alma e do corpo, e do batismo) [Da Constituição De Summa Trinitate et fide catholica]

 

"[Da alma como forma do corpo.]  Ademais, com aprovação do predito sagrado Concílio, reprovamos como errônea e inimiga da verdade da fé católica toda doutrina ou proposição que temerariamente afirme ou ponha em dúvida que a substância da alma racional ou intelectiva não é verdadeiramente e por si forma do corpo humana; definindo, para que a todos seja conhecida a verdade da fé sincera e feche a entrada a todos os erros, não seja que se infiltrem, que quem queira agora em diante pretender afirmar, defender ou manter pertinantemente que a alma racional ou intelectiva não é por si mesma e essencialmente forma do corpo humano, seje considerado herege." Dz 481

 

 

 

18. 1329:  Papa João XXII,  DS 951, 952, 953, 976, 977

 

 

Em Avinhão, O Pontificado afrancesou-se e perdeu universalidade: foram franceses os sete papas que ali se sucederam e quase noventa por cento dos cardeais. Os pontífices de Avinhão ficaram com fama de bons administradores e prosseguiram a obra de centralização do governo acelesiástico, iniciada pela reforma gregoriana cada vez foram mais as "reservas papais",  isto é,  as nomeações, graças, dispensas, etc.   "reservas" ao papa.  A centralização multiplicou as despesas da Sede Apostólica, precisamente quando faltavam plena anarquia.  Os papas - especialmente João XXII (1316-1334) - criaram o sistema fiscal mais perfeito da época, com o fim de não desperdiçar nenhma fonte de receitas possível.  A fazenda de Avinhão atingiu os seus propósitos, mas a ânsia tributária prejudicou gravemente o prestígio, divulgando uma imagem ingrata do Papado, que havia de produzir resultados nefastos no futuro.

 

A época de Avinhão presenciou o parecimento de famosos doutrinários antipapais, que se juntaram na corte  de Luís II da baviera, durante o longo conflito que manteve com o Papa João XXII e vários dos seus sucessores.  Na corte de Luís refugiaram-se os chefes do partido dos franciscos "espirituais" - em inimizade com os papas por causa da questão da pobreza -, entre eles o ministro geral Miguel de Cessena e o inglês Guilherme de Ockham, que nos seus escritos exaltava o papel  do Império no Orbe cristão e propunha um regime democrático para o governo da Igreja.  O personagem mais notório da roda de Luiz II foi Marsílio de Padova, antigo reitor da universidade de Paris e autor do Defensor Pacis, uma obra que rompia abertamente com a tradição doutrinal cristã.  Para Marsílio, o papa não gozava de poder especial  e possuía apenas o caráter sacerdotal; a hierarquia eclesiástica era de instituição humana, a Igreja carecia de poder de jurisdição e os clérigos apenas o podiam receber dos príncipes; a Igreja, em suma, encontrava-se em situação de plena dependência em relação ao estado.

 

Erros de Eckhart (sobre o Filho de Deus etc)

[Enumerados e condenados na Constituição In agro dominico, de Março de 1929]

 

"Interrogrado alguma vez por que Deus não fez o mundo antes, respondeu que Deus não pode fazer antes o mundo, porque nada pode operar antes de ser; daí que tão pronto como foi Deus, ao ponto criou o mundo." Dz 501.

 

"Assim mesmo, pode conceder-se que o mundo foi ab aeterno." Dz  502.

 

"Assim mesmo, em toda obra, ainda má, e digo má tanto de pena como de culpa, se manifesta e brilha por igual a glória de Deus" Dz 503.

 

" Todas as criaturas são um puro nada: não digo que sejam um pouco ou algo, senão que são um nada. Se o tinha objetado ademais a fala de Eckhart que tinha predicado  outros dois artigos com estas palavras: " Dz 526

"Algo tinha na alma que é incriado e incriável; si toda a alama fora tal, seria incriada e incriável, e isto é o entendimento." Dz 527

 

 

19. Bento XII - 1334-1342 -, DS 1017. [-]

 

1341: Erros dos Armênios

[ Do memorial Iam Dudum, remitidos aos armênicos no ano 1341]

 

"Igualmente o que dizem e crêem os armênios, que o pecado dos primeiros pais, pessoal deles, foi tão grave, que todos os Filhos deles, propagados de sua semente até a paixão de Cristo, se condenaram por mérito daquele pecado pessoal deles e foram arrojados ao inferno depois da morte, não porque eles tivessem contraído pecado original algum de Adão, como quer que dizem que as crianças não têm absolutamente nenhum pecado original, nem antes nem depois da paixão de Cristo, senão que dita condenação os seguia, antes da paixão de Cristo, por razão da gravidade do pecado pessoal que cometeram Adão e Eva, transpassando o preceito divino que os foi dado. Mas depois da paixão do Senhor em que foi apagado o pecado dos primeiros pais, as crianças que nascem dos filhos de Adão não estão destinados  à condenação nem tem de ser arrojado ao inferno por razão de dito pecado, porque Cristo, em sua paixão, apagou totalmente o pecado dos primeiros pais." Dz 532 = DS 1006

 

"Assim mesmo,  o que crêem e mantém os armênios que Cristo desceu do céu e se encarnou  pela salvação dos homens, não porque os filhos propagados de Adão e Eva depois do pecado destes contraem  pecado original, do que se salvam por meio da encarnação e morte de Cristo, como quer que dizem que não tem nenhum pecado tal nos filhos de Adão; senão que dizem que Cristo se encarnou e padeceu pela salvação dos homens, porque os filhos de Adão que precederam a dita paixão foram libertos  do inferno, no que estavam, não por razão do pecado original que eles tinham, senõa por razão da gravidade do pecado pessoal dos primeiros pais.  Crêem também que Cristo se encarnou e padeceu pela salvação das crianças que nasceram depois de sua paixão, porque por sua paixão destruiu totalmente o inferno ... "Dz 536 = DS 1011

 

20. 1442 Concílio de Florença, DS 1331, 1336.

1438-1445, XVII ecumênico

(União com os gregos, armênios e jacobitas)

 

 

 

 

Um cúmulo de fatores de sinal contraditório parecem coincidir na altura da transição entre Idade Média e Idade Moderna. Uma visão antropocêntrica do mundo e um entusiasmo pela Antigüidade pagã informam o espírito das "elites", enquanto os povos continuam fiéis às suas tradições religiosas e a devotio moderna enriquece a piedade cristã.   A reforma eclesiástica não se realiza de modo geral e os papas renascentistas sào os mecenas das belas-artes.  Constantinopla - a segunda Roma - cai em poder dos turcos; mas o descobrimento da América abre ao evangelho um novo continente.

 

Luzes e sombras, entusiasmos e tragédias, esperanças e fracassos: todo  um cúmulo de fatores de sinal contraditório pareciam confluir no período de transição entre a Idade Média e a Moderna. Um sinal de ambiguidade dominava a época, colocando um grande ponto de interrogação acerca do destino e do sentido do tempo novo que segundo todos os indícios, estava prestes a começar. O século XV e os alvores do XVI constituem o pórtico da Idade Moderna e neles se produzem dois fatos de grande transcedência, que haviam de condicionar a partir de então a História futura: a invenção da imprensa, veículo incomparável para a propagação das idéias, e o desenvolvimento da América que abriu ao Evangelho as portas de um novo continente.

 

A transição da Idade Média para a Idade Moderna foi dominada, sobretudo, por dois grandes fenômenos culturais que marcam decisivamente o espírito da época: o Renascimento e o Humanismo. Trata-se, naturalmente, de movimentos minoritários, patrimônio de grupos seletos, mas destinados a exercer influência perdurável na história do Ocidente europeu.  O Renascimento, entusiasta da Antiguidade grega e romana, assumia também as suas idéias e valores e produziu uma impregnações paganizante no modo de pensar e de viver de certas pessoas. Um sentido de "mundanidade" promoveu a primazia da realidade temporal e da vida terrena.  A cosmovisão renascentista era diamentralmente oposta à medieval: contra o Teocentrismo anterior, agora o homem passou a ser grande protagonista, a medidade das coisas e o padrão de todos os valores.

 

O Humanismo foi o culto apaixonado dos clássicos latinos e gregos, para aprender deles cultura literária e sabedoria antiga. Os humanistas repudiavam a "barbárie" da escolástica medieval e propugnavam uma piedade erudita, em boa parte fruto da união entre os saberes da Antigüidade e do cristianismo.  A "Academia Platônica", criada por Masílio Ficino (1433-1499) na Florença de Lourenço o Magnífico, pretendia um renascimento cristão cujos fundamentos fossem Platão e Cícero, o Sermão da Montanha e São Paulo.  O maior dos humanistas foi sem dúvida Desidério Erasmo (1466-1536), que renovou a crítica histórica e os estudos bíblicos.  Mas a sua "filosofia de Cristo" era um Cristianismoa adogmático, reduzido a pouco mais do que um moralismo. É indubitável que Erasmo, a seu modo, zelou pela reforma da Igreja; mas foi um zelo amargo, propenso à crítica destrutiva, que causava mais dano que proveito.  Deve reconhecer-se que, com exceção da Espanha, onde o Humanismo fomentado pelo Cardeal Cisneros foi sinceramente cristão, o legado religioso dos humanistas não foi valioso nem contribuiu de modo considerável para a tão reclamada e esperada reforma da Igreja.

 

Decreto para os Jacobitas. [Da Bula Contate Domino, de 04 de fevereiro de 1441]

 

"Por razão desta unidade, o Pai está no Filho, Todo no Espírito Santo; O Espírito Santo está todo no Pai e todo no Filho.  Nenhum precede ao outro na eternidade, ou lhe excede em grandeza, ou lhe sobrepuja em poder.  Eterno, com efeito, sem começo, é o que o Filho exista do Pai; eterno e sem começo e que o Espiríto santo proecde do pai e do Filho.  O Pai, enquanto é ou tem, não o tem de outro senão de si mesmo; e é princípio sem princípio. O Filho enquanto é ou tem, o tem do Pai, e é princípio de princípio. O Espírito Santo, enquanto é ou tem, o tem justamente do Pai e do Filho.  Mas o Pai e o Filho não são dois princípios do Espírito Santo senão um só princípio:  como o Pai e o Filho e o Espírito Santo não são três princípios da criação, senão um só princípio." Dz 704

 

"Portanto, seja anátema os insensatos dos maniqueus, que puseram dois primeiros princípios, um do visível, e outro do invisível, e disseram-se um o Deus do Novo Testamento e o outro do Antigo. " Dz 707

 

 

 

21. 1564 Pio IV, DS 1522.

 

 

Martinho Lutero foi a alma da grande revolução religiosa que cindiu a unidade cristã ocidental.  A complexa personalidade de Lutero, agitada pelas suas crises interiores, conseguiu galvanizar o velho ressentimento germânico contra Roma e ir ao encontro das apetências dos príncipes alemães.

 

A Reforma protestante teve por autor Matinho Lutero. É indiscutível o caráter de protagonista máximo que lhe corresponde na grande revolução religiosa do século XVI.  Mas, por mais excepecionais que fossem a personalidade do antigo frade agostinho e os seus talentos de "líder", parece claro que o êxito do reformador se deveu também, em boa medida, à conjugação  de toda uma série de circunstâncias particularmente oportunas. Lutero teve a arte de se fazer intérpretes de idéias e sentimentos muito espalhados nessa época entre os seus compatriotas e consegui dar-lhes respostas que satisfaziam as aspirações religiosas de alguns e as ambições políticas de outros.  A própria rapidez com que se propagou o incêndio da Reforma é bom indício de que o vento soprava a seu favor e a conjuntura era propícia. Logo, é indispensável considerar os precedentes históricos para compreender a origem e o desenvolvimento do luteralismo.

 

A revolta protestante separou da Igreja Católica metade dos povos e assumiu diversas formas.  O Protestantismo - de inspiração  luterana ou calvinista - impôs-se na maior parte dos estados do centro e do norte da Europa.  O Anglicanismo foi, nas suas origens, um cisma, para se "protestantizar" depois de Henrique VIII.

 

Os anseios de renovação cristã produziram uma dmirável florescimento no seio da Igreja, que em algum país, como a Espanha, se iniciou antes do Luteranismo.  Reformaram-se antigas ordens religiosas, criaram-se ordens novas, apareceram grandes santos e grandes papas.  O concílio de Trento não conseguiu o objetivo almejado por Carlos V de restaurar a unidade cristã; mas realizou uma obra imensa, tanto no campo da doutrina católica como no da disciplina eclesiástica.

 

O Concílio abriu a sua segunda etapa em Trento no dia de Maio de 1551, sob o novo pontífice Júlio III (1550-1555).  O imperador conseguiu agora que fossem a Trento certo número de delegações de príncipes e cidades protestantes.  A presença dos reformados pôs de manifesto quão difícil era a restauração da unidade cristã, depois de mais de trinta anos de cisão religiosa. Não obstante isso, a traição ao imperador do eleitor Maurício da Saxônica obrigou a suspender novamente o concílio (28-04-1552).  Foi uma interrupção que durou dez anos, entre os quais se contam todos os do pontificado de Paulo IV (1555-1559), zeloso reformador, mas por outras vias diferentes da conciliar. Foi preciso esparar pelo papa Pio IV (1559-1565) para que o concílio retomasse os trabalhos em 18 de janeiro de 1562.  A terceira etapa tridentina durou dois escassos anos e serviu para levar a feliz termo a grande empresa refotmadora:  no dia 4-12-1563 foi encerrado o concílio de Trento e o papa confirmou todos os seus decretos pela bula Benedictus Deus, no dia 26 de Janeiro de 1564.

 

Trento não pode ser um sínodo unionista; mas foi o grande concílio da Reforma católica.  A sua obra foi extraordinária tanto no campo doutrinal como no disciplinar.  Dentro do primeiro, declarou-se antes de mais nada que a Revelação divina se transmitiu pela Sagrada Escritura - interpretada pelo Magistérioo da Igreja - e pela Tradição apostólica. O concílio abordou o tema chave  e, contra as teologias luterana e calvinista, declarou que a graça divina e a cooperação livre e meritória da vontade humana operam em conjunto a justificação do homem. O outro tema de índole dogmática tratado pelo concílio foi o dos Sacramentos, onde tanta confusão tinham semeado os protestantes: definiu-se a doutrina dos sete Sacramentos e as notas próprias de cada um deles.

 

 

Pio IV, 1559-1565. Conclusão do Concílio de Trento. Sessão XXI (16 de julho de 1562).  Doutrina sobre a comunhão abaixo as duas espécies e a comunhão das crianças (pequenos).

 

Profissão Trindentina de fé.

[Da Bula de Pio IV Iniuncium nobis, de 13 de novembro de 1565]

 

 

"Eu, NN., com fé firme, creio e professo todas e cada uma das coisas que se contém no Símbolo da fé usado pela Santa Igreja Romana, a saber:  Creio em um só Deus Pai onipotente, criador do céu e da terra, de todo o visível e o invisíve"... Dz 944

 

 

O Concílio de Trento designa conseqüência do pecado de Adão escravidão sob o poder do demônio:

 

"Se alguém  não confessa que o primeiro homem Adão, ao transgredir o mandamento de Deus no paraíso, perdeu imediatamente a santidade e justiça em que tinha constituído e incorreu pela ofensa desta prevaricação na ira e a indignação de Deus, portanto, na morte com Deus antes  o ameaçava, e com a morte no cativeiro abaixo o poder daquela que tem o império da morte [Hb 2, 14], isto é, do diabo, que toda a pessoa de Adão por aquela ofensa de prevaricação (prevaricar = faltar aos deveres ndo seu cargo) foi mudade em pior, segundo o corpo e a alma: seja anátema". Dz 788 [= DS 1511].

 

"Cap. 1.  Da impotência da natureza e da lei para justificar aos homens.

 

Em primeiro lugar declara o Santo Concílio, para entender reta e sinceramente a doutrina da justificação é mister que cada um reconheça e confesse que, fazendo perdido todos os homens a inocência na prevaricação de Adão [Rm 5, 12; 1Cor 15, 22], fatos imundos [Is 64, 4] e (como disse o Apóstolo) filhos da ira por natureza [Ef 2, 3], segundo expulso no decreto sobre o pecado original, até tal ponto eram escravos do pecado [Rm 6, 20] e estavam abaixo o poder do diabo e a morte, que não só as nações pela  força da natureza [Cân. 1], mas nem sequer os judeus pela letra mesma da lei de Moisés podiam livrar-se ou levantar-se dela, ainda quando neles  de nenhum modo estivera extinguindo o livre arbítrio [Cân. 5], também se atenuado em suas forças e inclinado." Dz793 [= DS 1513].

 

 

 

22. 1860: Sínodo da Pronvícia Eclesiástica de Colônia (Germânia).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

23. 1864: O sílabo de Pio IX, DS 2901, 2902.

 

 

 

O longo pontificado  de Pio IX abrange uma época completa.  Pio IX foi um papa singularmente amado e venerado pelos católicos; os seus próprios infortúnios reforçaram esta cordial adesão.  O concílio Vaticano I e a perda do poder temporal marcaram um período da História cristã de indubitável renovação espiritual no que respeita à vida interna da Igreja.

 

Trinta e dois anos - des 1846 a 1878 - foi quanto durou o pontificado de Pio IX, o mais longo da história dos papas.  Conta-se que, na cerimônia de coroação, quando o cardeal  proto-diácono pronunciou a f'romula tradicional "Santo Padre, não atingirás os dias de Pedro", Pio IX  respondeu com vivacidade: "isto não é de fá".  Com efeito, os anos do papado de Pio IX superaram por larga margem os que costumam atribui-se ao pontificado de São Pedro. Um período tão longo no coração do século XIX, autoriza portanto a falar da época de Pio IX como de um capítulo bem diferenciado da História cristã. Um capítulo que compreende, precisamente, a transição desde o acso do Antigo Regime à consolidação do mundo liberal.

 

A posição  da Igreja em relação aos princípios "liberalistas" foi fixada por Pio IX na encíclica Quanta cura, de 8 de dezembro de 1864.  A encíclica trazia anexo o Syllabus, relação  de 80 proposição em que se resumiam os "erros modernos", cada um dos quais era objeto de um condenação expressa. O documento não  continha novidades substanciais, já que todos os erros tinham sido denunciados previamente em anteriores textos do Magistério. O que era a forma e o tom mais rotundo que pareciam ter aquelas proposições extraídas dos seus anteriores contextos e colocadas uma a seguir à outra, como se fosse um impressionante silabário.  O Syllabus anatematizava a autonomia absoluta da razão, o naturalismo religioso, o indiferentismo, o materialismo, os ataques contra o matrimônio e a defesa do divórcio etc.  A última proposição do documento, que rejeitava o pretenso dever do Romano Pontífice de se reconciliar com o progresso e a "civilização moderna",  fez rasgar as vestes aos críticos liberais e reacendeu o entusiasmos dos católicos tradicionais.

 

[Compreende os principais erros de nossa idade, que são notados nas alocuções consistoriais, e nas encíclicas e em outras letras apostólicas de Sua Santidade Pio IX].

 

§ I Panteísmo, naturalismo e racionalismo absoluto.

 

"Não existe ser divino algum, supremo, sapientíssimo e providentíssimo,  destinto da universalidade das coisas, e Deus é o mesmo que a natureza, portanto, sujeito a transformações e, na realidade, Deus está fazendo-se no homem e no mundo, e tudo é Deus e tem , realmente, a mesma substância de Deus; e uma só e mesma coisa são deus e o mundo e, por conseguinte, o espírito e a matéria, a necessidade e a liberdade, o verdadeiro e o falso, o bem e o mal, o justo e injusto". Dz 1701

 

"Deve negar-se toda ação de Deus sobre os homens e o mundo. " Dz 1702

 

24.1870: Vaticano I - 1869-1870, XX ecumênico

[sobre a fé e a Igreja] - , DS 3001,3002,3003.

 

 

 

Concílio Vaticano I (1869-1870) não obstante a sua brevidade, imposta pelas circunstâncias, aprovou  duas resoluções de excepcional importância: o dogma da infalibilidade pontifícia e a constituição Dei Filius, onde se formulou a doutrina das relações entre a fé e a razão.

 

Seção III de 24 de abril de 1870.

Constituição dogmática sobre a fé

Cap. 1  De Deus, criador de todas as coisas

 

" [sobre Deus uno, vivo  e verdadeiro e sua distinção da universidade das coisas] A Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana crê e confessa que existe um só Deus Verddaeiro e vivo, criador e Senhor do céu e da terra, onipotente, eterno, imenso, imcompreensível, infinito em seu entendimento e vontade e em toda perfeição; o qual, sendo uma só substância espiritual, singular, absolutamente simples e imutável, deve ser predicado como distinto do mundo, real e essencialmente, felicíssimo em si e (de si) por si, e inefavelmente excelso acima de tudo o que esteja fora d'Ele mesmo existe ou possa ser concebido [Cân. 1-4]." Dz 1782.

" [Do ato da criação em si e em oposição aos erros modernos e de efeito da criação]. Este só verdadeiro Deus, por sua bondade "e  virtude onipotente",  não para aumentar sua Bem-aventurança nem para adquiri-la, senão para manifestar seu perfeição pelos bens que reparte à criatura, com libérrimo desígnio, "juntamente desde o princípio do tempo, criou do nada a uma e outra criatura, a espiritual e a corporal, isto é, a angélica e a mundana, e logo a humana, como comum, constituída de espírito e corpo" [Conc. Later. IV, Cf. 428; Cân. 2 e 5]. "Dz 1783.

" [ conseqüência da criação].  Ora, pois, tudo o que Deus criou, com sua providência o conserva e governa alcançando de um confim a outro poderosamente e dispondo-o tudo suavemente.  Porque tudo está desnudo e patemnte diante de seus olhos (Hb 4, 18), ainda o que há de acontecer por livre ação das criaturas." Dz 1784.

 

"Criador das coisas visiveis - como este mundo se desenrola a nossa visa passageira; criador das coisas invisíveis - como são os puros espíritos, que também chamamos anjos".  DS 3302

 

 

Suplemento - Das falsas doutrinas dos modernistas -  Dz 2072: " Pois já empenhando-se pelo filósofo, o fundamento da filosofia religiosa o põe os modernistas na doutrina que vulgarmente chamam agnosticismo. segundo este, a razão humana está absolutamente encerrada nos fenômenos, isto é, nas coisas que aparecem e nas parência em que aparecem, sem que tenha deireito nem poder para transpassar seus términos. Por tanto, nem é capaz de levantar-se (ir) até Deus nem pode conhecer sua existência nem ainda pelas coisas que olham. Daqui se infere que Deus não pode de modo algum ser diretamente objeto da ciência; e pelo que a história se refer, Deus não pode de modo algum ser considerado como sujeito histórico.  baseados nestes princípios, qualquer um pode  ver facilmente que fica da teologia natural, sejam dos motivos de credibilidade, que da revelação externa. É que tudo isso o suprimem os modernistas e o relegam ao intelectualismo: sistema - dizem - ridículo e de muito tempo morto. Não os detém semelhantes monstros de erros os têm fortemente condenado  a Igreja, pois o Concílio Vaticano I já o definia."

 

 

 

 

 

O século XIX presnciou também uma notável transformação das reaidades sociais. O auge do capitalismo, a revolução industrial e a criação dos proletariados urbanos provocaram o aparecimento de uma "questão social", desconhecida até então.  Ideologias de sinal anti-cristão, como o Marxismo e o Anarquismo propugnaram novos modelos de sociedade e influiram poderosamente nos movimentos operários. O papa Leão XIII propôs um programa cristão para o novo mundo do trabalho.

 

Curioso: O concílio Vaticano I tinha reunido abundante documentação acerca da questão social, com a intenção  - que o seu encerramento brusco impediu de realizar - de se ocupar do tema.

 

 

 

 

 

25. 30 de junho de 1909:  Resposta da Comissão Bíblica,  DS 3514.

 

 

 

Sob o influxo de causas muito diversas - como as filosofias irreligiosas, o cienticismo decimonônico e o Protestantismo liberal -, ganhou corpo na Igreja o fenômeno modernista. O Modernismo, que na opinião de alguns havia de reconciliar o Catolicismo e a mentalidade moderna e superar a pretensa oposição entre a fé e a ciência, na prática acabava por esvaziar de conteúdo sobrenatural a f'é católica. São Pio X cortou resolutamente o passo ao Modernismo. Foi um papa valente que olhou por cima de tudo aos "interesses de Deus" e promoveu com ardor a piedade cristã.

 

Os primeiros anos do século XX, até ao começo da Primeira Guerra Mundial, recordar-se-ão sempre como um período brilhante e feliz da História européia, truncado pelo rebentar damais inútil e absurda das contendas bélicas. Mas, esse período, contemplado sob o ponto de vista da vida cristã, não foi uma época fácil e isenta de problemas. Houve-os de toda a espécie, alguns causados pela hostilidade dos adversários de fora, outros originados a partir do interior da própria Igreja; uma Igreja governada durante este tempo pelo último dos papas que mereceu a honra dos altares: São Pio X (10903-1914).

 

 

 

Do caráter histórico dos primeiros capítulos do gênesis.

 

 

"Se na interpretação daqueles lugares destes capítulos que os Padres e Doutores entendenram de modo diverso, sem ensinar nada certo e definido, seja lícito a cada um seguir e defender a sentência que prudentemente aprovar, salvo o juízo da Igreja e guardada a analogia da fé. Resposta: Afirmativamente. Dz 2124."

 

"Se todas e cada uma das coisas, isto é, as palavras e frases que aparecem nos capítulo mencionados tomam sempre e necessariamente em sentido próprio, de sorte que não seja lícito separar nunca dele, ainda quando as mesmas alocuções apareçam como usadas impropriamente, ou seja, através de uma metáfora ou antropomorfismo, e a razão proiba manter ou a necessidade obriga a deixar  o sentido próprio.  Resp.: Negativamente. " Dz 2125

 

" Considerando o caso de que não seja a intenção do hagiógrafo, ao escrever o primeiro capítulo do Gênesis, ensinar de modo científico a íntima constituição das coisa visíveis e a ordem completa da criação, senão da mais claramente a sua nação uma notícia popular assimilável aos sentidos e a capacidade dos homens  tal como era uso freqüente na linguagem comum do tempo.  Deve buscar-se na interpretação destas coisas exatamente e sempre o rigor da linguagem científica.  Resp. Negativa." Dz 2127

 

 

 

26. 12 de agosto de 1950: Pio XII "Humani Generis",  DS  3896.

 

 

 

A Segunda Guerra  Mundial produziu imensos sofrimentos, prolongados no pós-guerra. Os campos de concentração e as emigrações forçadas de milhões de famílias não têm precedentes na História moderna. Derrotados os totalitarismos fascistas, grande parte da Europa ficou em poder de outro totaliraismo, portador  de uma ideologia atéia, que impôs graves restrições à liberdade dos cristãos.  A implatação de regimes comunistas na China  e noutros países impediu neles a atividade missionária, ao mesmo tempo que a Igreja desenvolvia nos países do Terceiro Mundo livres do domínio marxista.

 

Pio XII exerceu um infatigável magistério, tratando nas  suas alocuções  múltiplos aspectos da vida e da moral cristãs, nas novas circunstâncias do mundo. Particular importância teve, sob o ponto de vista doutrinal, a encíclica Humani  Generis (12-08-1950), que entrocava substancialmente com os ensinamentos de São Pio X, e cuja razão de ser foi o aparecimento dos primeiros sintomas de inquietudes revivescências neo-modernistas. A Pio XII sucede João XXIII (29-10-1958/ 03-06-1963).  O seu pontificado, apesar da sua brevidade, teve grande importância: três meses depois da sua eleição, na festa da Conversão de São Paulo de 1959, o papa revelou a sua intenção de clebrar um concílio ecumênico. No dia 25 de dezembro de 1961, a bula Humanae Salutis convocou oficialmente o concílio Vaticano II.

 

 

Sobre algumas pseudas-opiniões que ameaçam destruir os fundamentos da doutrina católica.

 

"Por isso o Magistério da Igreja não proibe que, segundo o estado atual das ciências humanas e da Sagrada Teologia se trate nas investigações e discussões dos entendidos num e noutro campo, da doutrina do "evolucionismo"  enquanto busca a origem do corpo humano, em uma matéria viva  pré-existente. - Pois nos manda a fé católica sustentar  que as almas são criadas imediatamente por Deus; porém de maneira que a devida gravidade, moderação e temperança se supõe e se examine as razões de uma e de outra opinião, isto é, dos que admitem e dos negam a evolução, e de modo que todos estes dispostos ao obdecer ao juízo da Igreja, a quem Cristo confiou o cargo de interpretar autenticamente as Sagradas Escrituras e defender os Dogmas da Fé. Alguns, no entanto, com temeário atrevimento, ultrapassam esta liberdade de discussão ao proceder como a mesma origem do corpo humano de uma matéria viva pré-existente fosse coisa absolutamente certa e demosntrada pelos indícios até agora encontrados e pelas razões por eles deduzidas, e como se, nas fontes da revelação divina, nada exista que exija desta matéria máxima moderação e cautela. " Dz 2327

 

"Mas quando se trata de outras hipóteses, a do chamado Poligenismo, os filhos da Igreja  não gozam da mesma liberdade.  Porque os fiéis não podem abraçar a sentença dos que afirmam o que depois de Adão existiram na terra verdadeiros homens que não procederam daquele como do primeiro Pai de todos por geração natural, ou que Adão significa uma espécie de multidão dos primeiros pais. Não se vê como pode esta sentença conciliar-se com o que as fontes da verdade revelada e os documentos do magistério da Igreja propõem sobre o pecado original, que procede do pecado verdadeiramente, cometido por um só Adão e que, transfundido a todos por geração é próprio de cada um."  Dz 2328

 

"Criador igualmente, em cad homem, da alma espiritual e imortal" DS 1440-1441.

 

 

27. 1965: Vaticano II

 

 

 

O concílio Vaticano II formulou nos seus documentos um importante programa de renovação cristã, que nada tem a ver com os abusos cometidos em nome de um pretenso "espírito conciliar".  Hoje o mundo sofre de uma profunda crise de valores espirituais, para a qual contribuíram o afã de bem-estar da sociedade de consumo, a perda do sentido sobrenatural da vida e um reducionismo religioso que contempla  Cristianismo e a Igreja sob uma ótica primordialmente terrena. A Igreja tem de ser agora a defensora de valores tão essenciais como o direito à vida, a dignidade do homem e a unidade da família. Na nova humanidade de fins do século XX, o cristianismo aparece - do mesmo modo que nos seus começos - como a realigião dos discípulos de Cristo que, com a ajuda da graça, procuram corresponder à sua vocação de cristãos.

 

O concílio realizou um trabalho ingente, plasmado em documentos de diversa natureza: Constituição dogmáticas, Decretos, Declarações e uma Constituição pastoral - a Gaudium et Spes - sobre a Igreja no mundo atual. O Concílio Vaticano II não fez nenhuma definição dogmática, pelo que os seus ensinamentos não possuem a prerrogativa da infalibilidade;  mas constituem atos do Magistério Solene da Igreja, pelo que exige dos fiéis uma adesão interna  e externa.

 

O concílio Vaticano II traçou um importante programa de renovação cristã, capaz de trazer grandes bens à Igreja.  Mas na época da sua celebração aflorou à superfície uma profunda crise na vida eclesial, traduziu em incontáveis abusos cometidos em nome de um pretenso "espírito conciliar",  que nada tem a ver com o genuíno espírito do concílio nem com a letra dos seus documentos. Sem descer a pormenores acerca de um passado ainda recente, bastará dizer que na sociedade eclesiástica se produz então uma violenta explosão "neomodernista", não limitada como o Modernismo de princípios do século a reduzidos ambientes clericais europeus, mas de extensão e alcance praticamente universais. O eclipse da virtude teologal da fé e a perda do sentido transcedente da vida do homem parecem ser as últimas raízes desta crise.  Um dos seus principais objetivos foi a tergiversação da natureza da Redenção e, em conseqüência disso,  da missão da Igreja no mundo.  Para esses autoprolamados inovadores, a Redenção não teria finalidade primordial a salvação eterna do homem, quebrando as amarras do pecado, mas a liberação da humanidade de opressões e servidões terrenas.  A missão da Igreja havia de ser, de ordem preferentemente temporal; a luta contra as estruturas injustas da sociedade e contra as desigualdades entre pessoas, povos e classes sociais.

 

 

" Gaudim et Spes"

 

" CAPÍTULO I:  A DIGNIDADE  DA  PESSOA HUMANA

 

 

 

[O  Nomem  Imagem  de  Deus]

 

235

12. De  acordo  com  a  sentenqa  quase concorde dos   crentes e não-crentes, todas as coisas existentes na terra são ordenadas  ao homem como a seu  como seu centro e ponto culminante.

 

236

 

0 que é porém o homem? Ele emitiu e ainda emite muitas opiniões a respeito de si mesmo, variadas e contrárias entre si. Numas  muitas  vezes  se  exalta como norma absoluta.  Noutras deprime-se até ao desespero. Donde sua  hesitação e  angústia.  A  lgreja  percebe claramente estas dificuldades. instruída pela revelação de Deus, pode dar-Ihes uma  resposta, na qual se delineia a verdadeira condição  humana, expticam-se  as suas  fraquezas e ao mesmo tempo se reconhecem  de modo correto sua dignidade e vocação.

 

237

 

Pois as Sagradas Escrituras ensinam que o homem foi criado "a imagem de Deus", capaz de conhecer e amar  seu Criador, que o constituiu senhor de todas as coisas terrenas para que as dominasse e usasse, glorificando a Deus. "O que é o homem para dele vos lembrardes? Ou que é o filho do homem para que vos ocupeis com ele? Entretanto, vós o fizestes pouco inferior aos anjos, coroando-o de honra e glória.  Destes-Ihe o poder sobre as obras de vossas mãos, Vós Ihe submetestes toda a criação"  (S1 8,5-7).

 

238

 

Deus  não  criou  o  homem  solitário.  Desde o início,  "Deus os criou varão e mulher"  (Gn  1,27). Esta união  constituiu  a  printeira  forma de  comunhão de pessoas. O  homem  é,  com  efeito,  por  sua  natureza íntima,

um ser social. Sem relações com os outros, não pode nem viver  nem desenvolver  seus dotes.

Deus  portanto,  como  lemos  novamente na Escritura  Sagrada,  viu "serem  muito  boas  todas as coisas que fizera" (Gn 1,31).

 

 

 

[O  Pecado]

 

 

239

 

13. Constituído por Deus em estado de justiça, o homem contudo, instigado pelo Maligno, desde o início da história abusou da própria liberdade.  Levantou-se contra Deus desejando atingir seu fim fora dele.  Apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram como Deus.  O seu coração insensato se obscureceu e eles serviram à criatura ao invés do Criador.  Isto, que nos é conhecido pela Revelação divina concorda com a própria experiência.  Pois o homem, olhando o seu coração, descobre-se também inclinando para o mal e mergulhando em múltiplis males que não podem provir do seu Criador que é bom. Recusando muitas vezes a reconhecer Deus como seu princípio, o homem destruiu a devida ordem em relação ao fim último e, ao mesmo tempo, toda a sua harmonia consigo mesmo, com os outros homens e as coisas criadas.

 

 

240

 

Por isso o homem está dividido em si mesmo.  Por esta razão, toda a vida humana, individual e coletiva, apresenta-se como uma luta dramática entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas.  Bem mais ainda.  O homem se encontra incapaz, por si mesmo de debelar eficazmente os ataques do mal; e assim cada um se sente como que carregado de cadeias.  Mas o próprio Senhor veio para libertar e confrontar o homem, renovando-o interiormente.  Expulsou o "príncipe deste mundo" (Jo 12, 31) que retinha o homem na escravidão do pecado.  O pecado porém diminuiu o próprio homem, impedindo-o de conseguir a plenitude.

 

 

241

 

À luz desta Revelação, a vocação sublieme e ao mesmo tempo a profunda miséria que os homens sentem, encontram a sua razão última.

 

 

[A Constituição do homem]

 

 

242

 

14.Corpo e alma, mas realmente uno, o homem, por sua própria condição corporal, sintetiza em si os elementos do mundo material, que nele assim atinge sua plenitude e apresenta livremente ao Criador uma voz de louvor.  Não é portanto lícito ao homem desprezar a vida corporal, mas, ao contrário, deve estimar e honrar o seu corpo, porque por Deus e destinado  à ressurreição no último dia.  Mas, vulnerado pelo pecado, o homem sente as revoltas do corpo.  Portanto a própria dignidade do homem pede que ele glorifique a Deus, em seu corpo, não lhe permitindo servir a más inclinações do coração.

 

243

 

O homem na verdade não se engana quando se reconhece superior aos elementos materiais, e não se  considera somenete uma partícula da natureza ou um elemento anônimo da cidade humana.  Com efeito, por sua vida interior, o homem excede a universalidade das coisas.  Ele penetra nesta intimidade profunda quando se  volta ao seu coração, onde o espera Deus, que perscruta os corações, e onde ele pessoalmente sob os olhares de Deus  decide a sua própria sorte.  Deste modo, reconhecendo em si mesmo a alma espiritual e imortal, longe de tornar-se joguete de uma criação imaginária que se explicaria somente pelas condições físicas e sociais, o homem, ao contrário, atinge a própria profundeza da ralidade.

 

 

[As formas do Ateísmo e suas Causas]

 

 

252

 

19.  A razão principal da dignidade humana consiste na vocação do homem para a comunhão com Deus. Já desde sua origem o homem é convidado para o diálogo com Deus.  Pois o homem, se existe, é somente porque Deus o criou e isto por amor.  Por amor é sempre conservado.  E não vive plenamente segundo a verdade, a não ser que reconheça livremente aquele amor e se entregue ao seu Criador.  Mas muitos de nossos contemporâneos não percebem de modo algum esta união íntima e vital com Deus ou explicitamente a rejeitam, a ponto de o atéismo contar entre os gravíssimos problemas de nosso tempo e dever ser submentido a um exame mais diligente.

 

253

 

Pela palavra ateísmo designam-se fenômenos bastante diversos entre si.  Enquanto Deus é expressamente negado absolutamente nada sobre Ele.  Alguns porém submetem a exame o problema de Deus por tal método, que parece carece de sentido.  Muitos, ultrapassando indebitamente os limites das ciências positivas, ou sustentam que só por este processo científico se explicam todas as coisas, ou, ao contrário, já não admitem de modo algum nenhuma verdade absoluta.  Alguns exaltam o homem a tal ponto que a fé em Deus se torna como que enervada e dão a impressão de estar mais preocupados com a afirmação do homem que com a negação de Deus.  Outros se representam um Deus de tal modo que aquela fantasia, que eles repudiam, de modo algum é o Deus do Evangelho.  Alguns não abordam sequer o problema de Deus: parece não sentirem nenhuma inquietação religiosa e nem atinarem por que deveriam preocupar-se com religião.  Além disso o ateísmo se origem não raramente ou de um protesto violento contra o mal no mundo ou do caráter do próprio absoluto que se atribui indevidamente a alguns bens humanos, de tal modo que sejam tomados por Deus.  A própria civilização moderna, não por si mesma, mas porque demasiadamente comprometida com as realidades terrestres, pode muitas vezes dificultar o acesso a Deus.

 

254

 

Na verdade os que deliberadamente tentam afastar Deus de seu coração e evitar os problemas religiosos, não seguindo o ditame da sua consciência, não são isentos de culpa.  No entanto os próprios fiéis arcam sobre isto muitas vezes com alguma responsabilidade. Pois o ateísmo, considerado no seu conjunto, não é algo inato mas antes originado de causas diversas, entre a religião Cristã.  Por esta razão, nesta gênese do ateísmo, grande parte podem ter os crente, enquanto, negligenciando a educação da fé, ou por uma exposição falaz da doutrina, ou por faltas na sua vida religiosa, moral e social, se poderia dizer deles que mais escondem que manifestam a face genuína de Deus e da religião.

 

 

[Relação da Igreja com o Ateísmo]

 

 

257

 

21. Fiel quer a Deus e quer aos homens, a Igreja não pode deixar de reprovar dolorosamente, com toda a firmeza, como reprovar até agora, aquelas doutrinas e atividades perniciosas que contradizem à razão e à experiência humana universal e privam o homem de sua grandeza inata.

 

258

 

Contudo a Igreja tenta descobrir, no pensamento dos ateus, as causas latentes da negação de Deus e, consciente da gravidade dos problemas que o ateísmo levanta, guiada pela caridade para com todos os homens, julga que estes motivos devem ser submetidos a um sério e mais aprofundado exame.

 

259

 

A Igreja sustenta que o reconhecimento de Deus não se opõe de modo algum à dignidade do homem, já que esta dignidade se fundamenta e se aperfeiçoa no próprio Deus.  Pois o homem, inteligente e livre, é estabelecido por Deus criador em sociedade.  Mas, como filho, é chamado principalmente à própria comunhão com Deus e à participação de sua felicidade.  A Igreja ensina, além disso, que a esperança escatológica não diminui a importância das tarefas mas antes apóia o seu cumprimento com motivos novos. Faltando ao contrário o fundamento divino e a esperança da  vida eterna, a dignidade do homem é prejudicada de modo gravíssimo, como se vê hoje, com freqüência; e os enigmas da vida e da morte, da culpa e da dor, continuam sem solução: assim os homens muitas vezes são lançados ao desespero.

 

260

 

Todo homem, entretanto, permanece para si mesmo um problema insolúvel, obscuramente percebidos.  Em algumas ocasiões, com efeito, sobretudo nos mais importantes acontecimentos da vida, ninguém consegue fugir de todo a esta pergunta.  Só Deus dá uma resposta plena e totalmente certa a esta questão e chama o homem a mais alto conhecimento e a pesquisa mais humilde.

 

261

 

O remédio porém a ser levado o ateísmo deve-se esperar não só de uma adequada exposição doutrinária mas também de pureza de vida da Igreja e de seus membros.  Pois compete à Igreja tornar presente e como que visível Deus Pai e seu Filho encarnado, renovando-se e purificando-se incessantemente, sob a direção do Espírito Santo.  Isto se obtém primeiramente pelo testemunho de um  fé viva e adulta formada, capaz de perceber de modo lúcido as dificuldades e superá-las. Inúmeros mártires deram e dão um testemunho preclaro desta fé.  Esta fé deve manifestar a sua fecundidade, penetrando toda a vida dos fiéis, também a profana, impulsionando-os à justiça e ao amor, sobretudo para com os necessitados.  Para a manifestação da presença de Deus contribui enfim sobremaneira a caridade fraternidade dos fiéis, que em espírito unânimes colaboram para fé do Evangelho e se apresentam como sinal de unidade.

 

262

 

Ainda que rejeite absolutamente o ateísmo, a Igreja contudo declara com sinceridade que todos os homens, crentes e não-crentes, devem prestar seu auxílio à construção adequada deste mundo, no qual vivem comunitariamente. Isto certamente não é possível sem sincero e prudente diálogo. Deplora, portanto a discriminação, entre crentes e não-crentes, que alguns governantes, não reconhecendo os direitos fundamentais da pessoa humana, introduzem injustamente. Reclama a liberdade ativa para os crentes, a fim de que possam nesse mundo constituir também o templo de Deus.  Aos ateus, convida-os humanamente a refletir com toda a objetividade sobre o Evangelho de Cristo.

 

263

 

Pois a Igreja sabe perfeitamente que sua mensagem concorda com as aspirações mais íntimas do coração humano, quando reivindica a dignidade da vocação humana, restituindo a esperança àqueles que já desesperam de seu destino mais alto.  A sua mensagem, longe de diminuir o homem, derrama luz, vida e liberdade para o seu progresso.  Nada além disto pode satisfazer o coração do homem: "Fizestes-nos para Vós",  Senhor, "e o nosso coração permanece inquieto, enquanto em Vós não descansar".

 

 

[ Valor da atividade humana]

 

304

Para os fiéis é pacífico que a atividade humana individual e coletiva ou aquele empenho gigantesco no qual os homens se esforçam no decorrer dos séculos para melhorar as suas condições de vida, considerado em si mesmo, corresnpondeao plano de Deus. Com efeito, o homem, criado à imagem de Deus, recebeu a missão de submeter a terra com tudo o que nela existe, de governar o mundo em justiça e santidade e, reconhecendo a Deus como Criador de tudo, orientar para Ele o seu ser e tudo o mais, de maneira que, com a submissão de todas as coisas ao homem, o nome de Deus seja, glorificado em toda a terra.

 

305

 

E isto diz respeito também aos trabalhos inteiramente quotidianos. Pois os homens e mulheres que, quando lutam para a sustentação de sua vida e da famíli, exercem suas atividades de tal modo que sirvam bem à sociedade, podem legitimamente julgar que desenvolvem com o seu trabalho a obra do Criador, ocupam-se dos interesses de seus irmãos e contribuem com sua ação pessoal para a execução do plano divino na história.

 

306

 

Portanto, bem longe de julgar que as obras produzidas pelo talento e energia dos homens se opõem ao poder de Deus e de considerar à criatura racional em competição com o Criador, os cristãos estão antes convencidos de que as vitórias do gênero humano são um sinal da magnitude de Deus e fruto de seu inefáveldesígnio.  Quanto mais cresce o poder dos  homens tanto, mais se estende a sua responsabilidade, seja pessoal seja comunitária.  Donde aparece que a mensagem cristã desvia os homens da construção do mundo nem os leva a negligenciar o bem de seus semelhantes, mas antes os obriga mais estritamente por dever a realizar tais coisas.

 

 

[A justa autonomia das realidades terrestres]

 

 

309

 

36. Contudo, muitos contemporâneos nossos parecem temer a união mais íntima da atividade humana com a religião; vêem  nela um perigo para a autonomia dos homens, das sociedades e das ciências.

 

310

 

Se por autonomia das realidades terrestres entendemos que as coisas criadas e as mesmas sociedades gozam de leis e valores próprios, a serem conhecidos, usados e ordenados gradativamente pelo homem, é necessário absolutamente exigi-la.  Isto não é só reinvindicado pelos homens de nosso tempo, mas está também de acordo com a vontade do Criador.  Pela própria condição da criação, todas as coisas são dotadas de fundamento próprio, verdade, bondade, leis e ordem específicas.  O homem deve respeitar tudo isto, reconhecendo os métodos próprios de cada ciência e arte.  Portanto, se a pesquisa metódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente científica e segundo as leis morais, na realidade nunca será oposta à fé: tanto as realidades profanas quanto as da fé originam-se do mesmo Deus.Mais ainda: Aquele que tenta pescrutar com humilde e perseverança os segredos das coisas, ainda que disto não tome consciência, é como que conduzido pela mão de Deus, que sustenta todas as coisas, fazendo que elas sejam o que são.  Portanto, permita-se-nos lamentar algumas atitudes que não faltaram, às vezes entre os próprios cristãos, por não se reconhecer claramente a legítimas autonomia das ciências.  Nas disputas e controvérsias suscitadas por este motivo, levaram muitos a julgar que a fé e a ciência se opunham entre si.

 

 

311

 

Porém se pelas palavras "autonomia das realidades temporais" se entende que as coisas criadas não dependem de Deus, e o homem as pode usar sem referência ao Criador, todo aquele que admite Deus percebe o quanto sejam falsas tais máximas. Na verdade, sem o Criador, a criatura esvai-se. Além  disso, todos os crentes, de qualquer religião, sempre ouviram a voz de Deus e a sua manifestação na linguagem das criaturas.  E pelo esquecimento de Deus, a própria criatura torna-se obscura.

 

[A atividade humana corrompida pelo pecado]

 

 

312

 

37. De acordo com a experiência dos séculos, a sagrada Escritura ensina à família humana que o progresso, um grande bem para o homem, traz consigo ao mesmo tempo uma tentação enorme.  Com efeito, pertubada a hierarquia de valores e misturando-se o bem  com o mal, os indivíduos e os grupos olham somente os próprios interesses e não os dos outros.  Por isso, o mundo já não é um lugar de fraternidade verdadeira, quando o aumentado opoder da humanidade ameaça destruir o próprio gênero humano.

 

313

 

Uma luta árdua contra o poder das trevas perpassa a história universal da humanidade. Iniciada desde a origem do mundo, vai durar até o último dia, segundo as palavras do Senhor. Inserido nesta batalha, o homem deve lutar sempre para aderir ao bem; não consegue alcançar a unidade interior senão com grandes labutas e o auxílio da graça de Deus.

 

314

 

Por esta razão, a Igreja de Cristo, confiando nos desígnios do Criador, enquanto reconhece que o progresso humano pode ajudar a felicidade verdadeira dos homens, não pode contudo deixar de fazer ressoar a palavra do Apóstolo: "Não vos conformeis a este mundo" (Rm 12, 2), isto é, àquele espírito de vaidade e malícia que transforma a atividade humana, ordenada ao serviço de Deus e do homem, em instrumento de pecado.

 

315

 

Se alguém portanto pergunta como se pode vencer aquela miséria, os cristãos confessam que todas as atividades humanas, diariamente desviadas pela soberba e amor desordenado de si mesmo, devem ser purificadas pela cruz e ressurreição de Cristo e encaminhadas à perfeição.  remido por Cristo e tornado criatura nova no Espírito Santo, o homem pode e deve amar as próprias coisas criadas por Deus.  Pois ele as recebe de Deus e s olha e respeita como que saindo de Suas mãos.  Agradece ao benfeitor os objetos criados e usa-os e frui-os na pobreza e liberdade de espírito.  É assim introduzido na verdadeira posse do mundo, como se nada tivesse mas possuisse tudo. "Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus" (1Cor 3, 22-23)..

 

 

 

 

28. Paulo VI, Solene Profissão de fé.

"O Credo do povo de Deus" (30-06-1968)-

 

Onde reafirmaram as proposições fundamentais da fé católica, com especial e particular destaque para aquelas verdades que os erros mais recentes tinham procurado obscurecer.

 

"Introdução

Veneráveis irmãos e caros filhos

Terminamos com esta liturgia solene a celebração do XIX centenário do martírio dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e damos assim, também, por encerrado o Ano da Fé: Nós o dedicamos à comemoração dos Santos Apóstolos, para testemunhar a Nossa vontade inquebrantável de fidelidade ao Depósito da Fé (cf. 1Tim 6, 20) que eles nos transmitiram e para fortificar o nosso desejo de vivê-la na atual conjuntura histórica, em que a Igreja, peregrina no meio do mundo se encontra.

Sentimo-nos no dever de agradecer, publicamente, a todos aqueles que responderam ao Nosso convite, conferindo ao Ano da Fé, uma plenitude magnífica, mediante o aprofundamento da adesão pessoal à Palavra de Deus, mediante a renovação, nas diversas comunidades, da profissão de fé  e mediante o testemunho de  uma vida  autenticatnente  cristã.  Aos Nossos irmãos no Episcopado  de  modo  muito  especial,  e  a  todos  os  fiéis  da  Santa  Igreja  Católica,  Nó queremos  exprimir  o  Nosso  reconhecimento  e  dar-Ihes a  Nossa bênção,

Parece-Nos  que  também  devemos  cumprir  o mandato conferido por Cristo a Pedro, de quem Nós somos o  sucessor,  embora  o  últitno  na ordem  dos  méritos,  a  saber:  de  confimar  na  fé os  Nossos  irmãos .(cf.  Lc  22, 32).  Cônscios  de Nossa  fraqueza  humana  mas  com  toda  a  força que  tal  mandato  imprime  em  Nosso  espírito, Nás  vamos  fazer  uma  profissão  de  fé,  recitar um  "credo"   que  sem  ser uma  defiuição  dogmática  propriamente  dita,  repete  substancialmente, com  alguns desenvolvimentos exigidos pelas condições  espirituais  do  nosso  tempo,  o  "Credo" de Nicéia, o "Credo" da imortal tradição da Santa  Igreja  de  Deus.

Fazendo-o,  estamos  conscientes  da  inquietação  que  agita  certos  meios  modernos  em  relação à  fé.  Eles  não  se  eximem  ao  influxo  do  mundo em  profunda  transformação,  no  qual  tantas  certezas são postas em causa ou em  discussão.  Nós  vemos  mesmo  que  católicos  se  deixam  dominar por uma espécie de sede da  mudança  e da novidade.  A  Igreja,  sem  dúvida,  tem  sempre  o  dever de contimuar o seu  esforço  para  aprofundar  e  apresentar,  de  um  modo  sempre  mais  adaptado às gerações que se sucedem, os insondáveis  mistérios  de  Deus,  ricos  para  todos  de  frutos de salvação.

Mas  é  preciso,  ao  mesmo  tempo,  ter  o  maior cuidado,  ao  cumprir  o  dever  indeclinável  de  investigação,  de  não  atentar  contra  os  ensinametos  da  doutrina  cristã.  É  que  isso  seria,  então causar  a  perturbação  e  a  Perplexidade  em  muitas  almas  fiéis,  como  infelizmente  se  pode  verificar  nos  dias  de  hoje,

A  este  respeito,  importa  salientar  que,  além daquilo  que  se  pode  observar  e  cientificamente  verificar,  a  inteligência  que  Deus  nos  deu  atinge  o  que  é,  e  não  somente  a  expressão  subjetiva  das  estruturas  e  da  evolução  da  consciência;  e,  por  outro  lado,  salientar  também  que o papel  da  interpretação - da  hermenêutica - é de  procurar  compreender  e  deduzir,  respeitando  a  palavra  pronunciada  o  sentido  de  que  um  texto é veículo  e  não  de  recriar  de  algum  modo, esse sentido, a nível de hipóteses arbitrárias.                Mas,  acima  de  tudo,  Nós  colocamos  a  nossa inquebrantável  confiança  no  Espírito  Santo,  alma da Igreja, e na fé teologal sobre a qual assenta  a  vida  do  Corpo  Místico.  Nós  sabemos que  as  almas  esperam  a palavra  do  Vigário  de        Cristo  e  Nós  procuramos  corresponder  a  esta expectativa  com as  instruções  que  damos  regularmente.  Hoje,  porém,  é-Nos  proporcionado o ensejo  de  pronunciar uma  palavra  mais  solene.

Neste  dia,  escolhido para o encerramento do Ano da Fé, nesta festa dos Bem-aventurados Apóstolos Pedro e paulo, Nós quisemos render ao Deus vivo a homenagem de uma profissão de fé.  E, como outrora o Apóstolo Pedro, em Cesaréia de Filipe, tomou a palavra, em nome dos Doze,  para confessar com verdade,  prescindindo das  opiniões  Ilumanas,  o  Cristo  Filho  de  Deus Vivo,  assim também  hoje,  o  seu  humilde  sucessor,  Pastor  da  lgreja  universal,  eleva  a  sua voz,  para  prestar,  em  nome  de  todo  o  Povo  de Deus,  um  firme  testemunho  à  verdade  divina, confiada  à  Igreja  para  que  ela a anuncie  a todas  as  Nações.

Quisemos  que  a  nossa  profissão  de  fé  fosse bastante  completa  e  explícita para  responder,  de maneira  apropriada,  à  necessidade  de  luz  que tantas  almas  fiéis  sentem,  que  experimentam  todos  os  que,  no mundo,  seja  qual  for  a  família  espiritual  a  que  pertençam,  estão  numa  situação  de  procura  da  verdade.

Para  glória  do  Deus  Santíssimo  e  de  Nosso Senhor Jesus Cristo, confiando na ajuda da Santíssima  Virgem  Maria  e  dos  bem-aventurados Apóstolos  Pedro  e  Paulo  para  utilidade  e  edificação  da  Igreja,  em  nome  de  todos  os  pastores  e  de  todos  os  fiéis,  Nás  vamos  pronunciar agora esta profissão de fé, em plena comunhão espiritual com todos vós, queridos Irmãos e Filhos.

 

"Profissão de Fé em  Deus Uno e Trino

Cremos  em  um  só  Deus,  Pai,  Filho  e  Espírito Santo,  Criador  das  coisas  visíveis,  como  este mundo,  onde  se  desenrola  a  nossa  vida  passageira; Criador das coisas invisíveis, como os puros  espíritos,  que  também  são  denominados  anjos  (ct  Dz-Sch.  3002)  e  Criador  em  cada  homern,  da  alma  espiritual  e  imortal.

 

Cremos que este Deus único é absolutamente uno na sua essência infinitamente santa, assim como em todas as suas perfeições, na sua onipotência, na sua ciência infinita, na sua providência e no seu amor.  Ele é  Aquele que é,  como Ele próprio revelou a Moisés (cf.  Ex 3, 4).  Ele é amor, como o Apóstolo São João nos ensinou (cf.  1Jo 4, 8), de tal forma que estes dois nomes, Ser e Amor, exprimem inefavelmente a mesma divina realidade d'Aquele que se quis dar a conhecer a nós e que , "habbitando numa luz inacessível"   (cf.  1Tim 6, 16), é em

si  mesmo, acima  de  todo  o  nome,  de toda as coisas  e  de  toda  a  inteligência  criada.  Só Deus pode  dar-nos  o  conhecimento  exato  e  pleno de si  mesmo;  revelando-se  como  Pai,  Filho  e Espírito  Santo,  eterna  Vida,  de  que  nós  somos  chamados  a  participar,  aqui  na  terra,  na   obscuridade da fé, e, depois da morte, na Luz eterna.  As  relações  mútuas  que  constituem  eternamente  as  três  Pessoas,  que  são,  cada  uma  delas  o  único  e  mesmo  Ser  divino  são  a  bem-aventurada vida  íntima de Deus três vezes santo  infinitamente  acima  de  tudo  o  que  podemos  conceber  à  maneira  humana  (cf.  Dz-Sch.  804). Entretanto  rendemos  graças  a  bondade  divina pelo fato de numerosíssimos crentes poderem dar testemunho conosco  diante dos homens, da Unidade  de  Deus,  embora  não  conheçam  o  Mistério  da  Santíssima  Trindade.

Cremos,  portanto,  no  Pai  que  gerou  eternamente o Filho; no Filho,  Verbo de Deus, que é eternamente  gerado;  no  Espírito  Santo,  Pessoa incriada  que  procede  do  Pai  e  do  Filho,  como  seu  eterno  Amor.  Assim,  nas  três  Pessoas  divinas  coaeternae  sibi  et  coaequales  (ib.  75)  superabundam  e  consumam-se  na  superexcelência    e glória  próprias  do  Ser  incriado  a  vida  e  a felicidade  de  Deus perfeitamente  uno,  e  sempre  "deve  ser  venerada  a  Unidade  na  Trindade  e a Trindade  na  Unidade"  (ib. 75)."

 

 

 

Complemento histórico e crítico:

 

O Cristianismo, nos finais do século XX, reafirma cada dia a sua nota de universalidade. Hoje a maioria dos católicos não pertencem à velha Europa ou à América do Norte, mas sim a povos jovens do Terceiro Mundo. Após a morte de Paulo Vi e o brevíssimo mas simbólico pontificado de João Paulo I - o papa dos trinta e três dias (26-08/ 29-09-1978) - a nova eleição pontifícia constitui um acontecimento de enorme transcend6encia: pela primeira vez na história da Igreja, um eslavo, João Paulo II, ocupava a Sede de Pedro.  A Igreja católica é hoje como  a lâmpada evangélica colocada num lugar alto, para a qual convergem com esperança os olhares do mundo inteiro e em particular das igrejas e Confissõe cristãs separadas, após o derrube de muitas barreiras segregadoras, erguidas por preconceitos centenários. Hoje a Igreja aparece como a grande defensora do homem, da sua dignidade de criatura e filho de Deus e do seu direito à vida e à liberdade. Na nova humanidade de finais do século XX, o Cristianismo aparece, em suma - exatamente como nos seus começos - como a religião dos discípulos de Cristo que, com a ajuda da Graça, procuram corresponder à sua vocação cristã e fazer da vida na terra um fiel seguimento do seu Senhor e Mestre.

 

Apêndice: Deus Criador

A CRIAÇÃO

 

a) O Fato.

 

Deus Trino: Dz

 

(São Dionísio, 259-268- sobre a Trindade e sobre a Encarnação - fragmento da Carta 2 contra os triteísta e os sabelianos, feita no ano de 260) " Este fora o momento oportuno de falar contra os que dividem, cortam e destrõem as mais venerada predicação da Igreja, a unidade de princípio em Deus, repartindo-a em três potência e hipóstasis separadas e em três divindades; porque sabe-se que tem entre vós alguns dos que predicam e ensinam a palavra divina, mestres de semelhante opinião, os quais se opõem diamentralmente, digamo-lo assim, a sentença de Sabelio. Porque este blasfema dizendo que o mesmo Filho é o Pai e vice-versa; aqueles, pelo contrário, predicam de certo modo, três deuses, pois dividem a Santa Unidade em três hispóstases absolutamente separadas entre si. Porque  é necessário que o verbo divino esteje unido com o Deus do universo e que o Espírito Santo habite e permaneça em Deus; e conseqüentemente, é de toda necessidade que a divina Trindade se recapitule e reúna, como em uma vértice, em um só, isto é, no Deus onipotente do universo. Porque a doutrina de Marcião, homem de mente vã, que corta e divide em três a unidade de princípio, é ensinamento diabólico e não dos verdadeiros discípulos de Cristo e de quem se complazem nos ensinamentos do Salvador.   Estes, com efeito, sabem muito bem que a Trindade é predicada pela divina Escritura, mas nem o Antigo e nem o Novo Testamento predicam três deuses."   48,

 

(São Dâmaso I, 366-38479, concílio Romano, 382 - sobre a Trindade e a Encarnação) "Se alguém não disser ser três as pessoas verdadeiras: a do Pai, a do Filho e a do Espírito santo, iguais, sempre viventes, que tudo contém, o visível e o invisível, que tudo  pode, que tudo julga, que tudo o vivifica, que tudo o faz, que tudo o salva, é herege" 79,

 

Reconhecemos, pois, a Trindade na distinção de pessoas; professamos a unidade por razão da natureza ou substância. Logo estas três coisas são uma só coisa por natureza, clara é, não por pessoa.  Sem dúvida, não há de pensar-se que estas três pessoas são separáveis, pois não  há de crer-se que existiu ou operou nada jamsi uma antes que outra, uma depois que outra, uma sem  a outra. Porque se fala que São inseparáveis tanto no que são como no que fazem; porque entre o Pai que engendra e o Filho que é engendrado e o Espírito Santo que procede, não cremos que se dera intervalo algum de tempo, pelo que o engendrador precedera jamais ao engendrado, ou o engendrado faltara ao engendrador, ou o espírito Santo que procede aparecera posterior ao Pai ou ao Filho. Por isso, pois, esta Trindade é predicada e crida por nós como inseparável e inconfusa. Conseqüentemente, estas três pessoas são afirmadas, como definem nossos maiores, atendemos a que a Escritura Santa disse da sabedoria: É o resplendor da luz eterna (Sb 7, 26); como vemos que o que o Filho não pode separar-se do Pai. Conseqüentemente, como não confundimos aquelas três pessoas de uma só e inseparável natureza, assim tão pouco as predicamos de maneira alguma separáveis.  Porque,  verdade, a Trindade mesma se tem dignado mostrar-nos isto de modo tão evidente que ainda nos nomes pelos que quis que cada uma das pessoas fora particularmente reconhecida, não permite que se entenda a uma sem a outra;  pois não se conhece ao Pai sem o Filho nem se fala ao Filho sem o Pai.   Com efeito, a mesma relação do vocábulo da pessoa veda que as pessoas se separem, as quais, ainda quando não as nomeio por sua vez, por sua vez as insinua.  Nada pode ouvir cada um destes nomes , sem que por força tenha que entender também o outro.  Assim, pois, sendo três coisas uma só coisa, e uma só, três; cada pessoa, sem embargo, possue sua propriedade permanente. Porque o Pai possui a eternidade sem nascimento, o Filho a eternidade com nascimento e o Espírito Santo a processão sem nascimento com eternidade." 281,

 

(Profissão de fé proposta a Durando de Huesca e a seus companheiros valdenses, 18 de dezembro de 1208)  "De coração cremos e com a boca confessamos também que o Pai e o Filho e o Espírito Santo, um só Deus de que falamos, é o Criador, governador e disponedor de todas as coisas, espirituais e corporais, visíveis e invisíveis. Cremos que o autor único e mesmo do Novo e do Antigo Testamento é Deus, o qual permanecendo, como se tem dito, na Trindade, o criou tudo do nada, e que João Batista, poe Ele enviado, é santo e justo, que foi concebido pelo Espírito Santo no ventre de sua Mãe". 421,

 

Criou o mundo do nada: 1ss, 19, 21 29, 54, 86,

 

(João III 561-574 / II (I) Concílio de Braga, 561 - Anatematismos contra os hereges, especialmente contra os priscilianistas) " Se alguém crer que as almas humanas ou os anjos têm sua existência da substância de Deuis, como disseram Maniquéu e Prisciliano, seja anátema", 235,

 

( São Leão IX, 1049-1054 / Símbolo de fé [da Carta Congratulamur vehementer, a Pedro, o Bispo de Antioquia, de 13 de abril de 1053) " Creio firmemente que a Santa Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, é um só Deus onipotente e que toda a divindade na Trindade é coexistencial e consubstancial, coeterna e coonipotente, e de uma só vontade, poder e majestade: criador de todas as criaturas, de quem tudo, por quem tudo e em quem tudo [Rm 11, 36], quanto tem no céu e na terra, o visível e o invisível. Creio também que cada uma das pessoas na Santa Trindade são um só Deus verdadeiro, pleno e perfeito."343,

 

421, 428, 461,

 

"Finalmente crê, professa e predica que um só Deus verddeiro, Pai, Filho e Espírito Santo, é o criador de todas as coisas, das visíveis e das invisíveis; o qual momento que quis, criou por sua bondade todas as criaturas, o mesmo as espirituais que as corporais; boas, certamente, por ter sido feitas pelo sumo bem, mas mutáveis, porque foram feitas do nada; e afirma que não tem natureza alguma do mal, porque toda natureza, enquanto é natureza, é boa.  Professa que um só e mesmo Deus é autor do Antigo e Novo Testamento, isto é, da lei, dos profetas e do Evangelho, porque por inspiração do mesmo Espírito Santo tem falado os Santos de um e outro Testamento.  Os livros que ela recebe e venera se contém nos seguintes títulos."706,

 

(Profissão tridentina da fé [da bula de Pio IV Iniunctum nobis, de 13 de novembro de 1564] ) "Eu, NN, com firme fé, creio e professo todas e cada um das coisas que se contém no símbolo da fé usado pela Santa Igreja Romana, a saber:  Creio em um só Deus Pai onipotente, criador do céu e da terra, de tudo visível e o invisível; ..." 994,

 

cap. 1 De Deus, criador de todas a coisas [sobre Deus uno, vivo e verdadeiro e sua distinção da universidade das coisas] "A santa Igreja Católica, Apostólica e Romana crê e confessa que tem um só Deus verdadeiro e vivo, criador e senhor do céu e da terra, onipotente, eterno, imenso, imcompreensível, infinito em seu entendimento e vontade e em toda perfeição; o qual, sendo uma só substância espiritual, singular, absolutamente simples e imutável, de ve ser predicado como distinto do mundo, real e essencialmente, felicíssimo em si e por si, e inefevelmente excelso por acima de todo o que fora d'Ele mesmo existe ou pode ser concebido."1782s,

"[contra todos os erros acerca da existência de Deus criador].  Se alguém negar ao Só Deus verdadeiro criador e senhor das coisas visíveis e invisíveis, seja anátema".1801,

"[contra as formas especiais do panteísmo] Se alguém disser que as coisas finitas, ora corpóreas, ora espirituais, ou pelo menos as espirituais, tem emanado da substância divina ou que a divina essência  por manifestação ou evolução de si, se faz todas as coisas, ou, finalmente, que Deus é o ente universal ou indefinido que, determinando-se a si mesmo, constitue a universalidade das coisas, distinguida em gêneros, espécies e indivíduos, seja anátema"1805.

 

 

b) Modo.

 

Livremente, por sua bondade: 374, 607, 706, 1655, 1783, 1805, 1908, 2317

Não por necessidade: 501, 503.

 

 

c) Tempo.

 

Quando quis: 374, 706.

Não ab aeterno 391, 501ss, 2317.

Senão ao princípio do tempo: 428, 1783, 2123.

 

 

d) Fim da criação.

No fim que Deus teve ao criar não foi sua própria bem-aventurança, senão a manifestação de sua bondade: 1783.

O fim do mundo é a glória de Deus: 134, 1805, 2270.

O que é princípio e fim de todas as coisas: 1785.

Este fim não se obtém de igual modo pela obra má que pela boa obra do homem: 504ss.

A renúncia absoluta não é a mudança única para obter este fim: 508.

 

 

e) Erros contrários.

Deus não criou o mundo melhor: 569.

Nem criou outro de sorte que Adão não seja o primeiro homem: 717c.

Deus não é a única de todo verdadeiro efeito: 559ss.

Falsamente explicam a criação os origenistas: 203ss

Prisciliano e Maniqueu: 237ss.

Os ontologistas: 1664ss.

Rosmini: 1905ss.

Os emanatistas: 34, 232, 1665, 1804.

 

AS CRIATURAS

a)  Em geral

 

A criatura é distinta de Deus: 1701, 1782, 1803

Deve distinguir-se uma dupla criatura, a visível e a visível, corporal e espiritual: 9, 13, 19, 54, 86, 343, 421, 428, 461, 706, 994, 1783, 1802, 1804ss, 2318.

A natureza criada, a matéria inclusive, por si é boa: 37, 236s, 242, 421, 425, 706, 713.

É mutável: 706.

Não se identifica com o verbo: 1909.

Nem é puro nada: 526, 1901ss.

Nem são todas as coisas uma só: "O Pai me engendra a mim seu Filho e o mesmo Filho.  Quanto Deus opera, é uma só coisa; logo me engedra a mim, Filho seu sem distinção alguma "Dz 522.

O céu, as estrelas, a água não estão animados: 208.

Comer carne não é por si mesmo ilícito: 244.

 

b) Os anjos

 

Existem são seres espirituais: 428, 461, 706, 994, 1783, 1802, 1804ss,  2318.

Não se propagam: 533.

O mesmo diabo e os demônios foram criados bons: 237, 428, 574a.

 

O HOMEM

a) Natureza do homem.

 

Não é substância divina: 1701.

Senão criado: 241ss, 1783, 1801, 2123.

Consta de duas substâncias: 295.

A alma ou espírito e o corpo ou carne (não formado pelo diabo: 242): 295, 481, 1783, 1914.

É, por conseguinte, carne animada intelectualmente: 255.

O homem é por natureza um ser social: 1856, 2270.

Por fim não podem ser todos iguais: 1849, 1851.

O fim do homem consiste em que vivendo em sociedade e debaixo a autoridade ordenada por Deus, cultive plenamente todas suas faculdades em louvor do Criador e, completando fielmente os deveres de sua profissão ou de outra vocação, se depare a felicidade temporal e eterna conjuntamente: 2270.

 

b) A alma.

 

1. Natureza da alma humana

É racional e intelectual: 148, 216, 255, 290, 338, 344, 393, 422, 429, 480, 738.

Não é uma parte da divina substância nem forma só coisa com o Verbo: 20, 31, 235, 348, 511ss.

É substância: 295.

Se une ao corpo não acidentalmente: 1911ss, 1914.

Senão que é forma do corpo verdadeiramente, por si mesma e essencialmente: 480ss, 738, 1655.

Não é uma só para todos: 738.

Senão que cada um tem a sua: 338.

Não é boa ou má por natureza: 236, 243, 642.

Não é o único objeto de conhecimento evidente:  557.

 

2. Origem da alma humana.

Não é increada ou increável: 527.

Senão que é criada por Deus: 20, 144, 170, 527, 2327.

Do nada: 348.

Sem que pré-exista à infusão no corpo: 203, 236.

Não se engedrada pelos pais: 170, 533, 1910.

Nem evoluciona passando de sensitiva a intelectual: 1910ss.

É infundida já antes do parto: 1185.

 

 

3. Propriedades.

É imortal; 1ss, 16, 40, 86, 738.

Está dotada de liberdade: 129ss, 133ss, 140, 174, 181, 316ss, 322, 325, 348, 373, 776, 793, 797, 1027ss, 1039, 1065ss, 1093ss, 1291, 1360ss, 1912, 1914.

Qual liberdade pode ser pode ser demonstrada pela Escritura: 1041.

E pela razão: 1650.

 

c) O corpo.

 

Sua origem: 213, 2285, 2327.

 

d) Adão foi o primeiro homem: 101, 228a, 2123.

Do qual procede todo o gênero humano: 2280, 2328.

Não existiram antes do mesmo homens em outro mundo: Pio II, 1458-1464 - Da apelação ao Concílio universal. - Da bula Exsecrabilis de 18 de janeiro de 1459.

"Deus criou outro  mundo distinto a este e em seu tempo existiram muitos outros e  mulheres e, por conseguinte, Adão não foi o primeiro homem"717 c.


Esta cor - vermelho - sempre representará a questão.

Esta cor - preto - é apenas um complemento para situarmos o contexto do texto proposto na questão.

Na forma do antigo símbolo batismal romano, servia como fundamento do ensinamento aos catecúmenos e como profissão de fé pelos batismo. Este é construído sobre a fórmula trinitária do batismo que se fala em Mt 28, 19. Cf. Dz 1-12.

Esta cor  - ciano escuro - é a correspondência própria do DS para o DZ.

Todos os dados que se encontrarem em um quadro verde quer indicar parte histórica.

Cf. Gn 1, 1.

Hez: é fezes, contudo pode-se figuradamente dizer "mais vil", "desprezível".

Cf. Jo 5, 17

Ecl 18, 1.

Cf. Rm 4, 17.

Em Portugal

Planta anual, da família das gramíneas, pequenina e da semente venosa, o joio.

Este cânon vai contra Pedro de Bruis e os neomaniquéus, dos quais sairam os albigenes, e está tomado à letra do Concílio de Toulouse de 1119, presidido por Calixto II.

Com este colchetes indicamos a distribuição das matérias segundo a exposição proposta aos Padres no mesmo Concílio pelos relatores das comissões; CL, VII 101ss.

Cf. Sb. 8, 1.

Da Encíclica Pascendi Domini gregis de 8 de setembro de 1907.

Cf. Gn 1, 26; Sab 2, 23.

Cf. Ecli 17, 3-10.

Cf.  Gn 1, 26-27; 9, 2-3; Sab 9, 2-3.

Cf. Sl 8, 7 e 10.

João XXIII, Enc. Pacem in Terris:  AAS 55 (1963), p. 297.

Cf. Mensagem dos Padres Conciliares à Humanidade, de outubro de 1962: AAS 54 (1962), pp. 822-823.

Cf. Conc. Vat. I, Const. Dogm. De fide Cath., cap. 3: Dz 1785-1786 (3004-3005).

Cf. Pio Paschini, Vita e opere di galilei, 2 Volumes, Pont. Accademia delle Scienze, Città del vaticano 1964.

Cf. Mt 24, 13; 13, 24-30 e 36-43.

Cf. 2Cor 6, 10

Símbolo Niceno-Constantinopolitano.