INTRODUÇÃO
Neste período, a patrística desenvolve-se amplamente. Vencido por fim e concedida a paz aos cristãos (Edito de Constantino, 313), a Igreja concentra a sua atividade na própria organização interna e na exposição mais minuciosa das verdades reveladas. As grandes heresias, que então surgem, de Ario, Pelagio, Nestório e Eutiches oferecem aos defensores da fé o ensejo de aprofundamento as noções filosóficas de natureza e pessoa, e de estudar a questão do livre arbítrio nas suas relações com a graça. Nestas grandes lutas distinguiram-se entre os gregos: Santo Atanásio, São Gregório de Nazianzio, São Basílio e São Gregório de Nisa; entre os latinos: Santo Hilário de Poitiers, Santo Ambrósio e sobre todos os gregos o grande vulto de Santo Agostinho, que, mais do que nenhum outro, apresenta para a história da filosofia particular importância. Daí o porquê de escolher este para fazermos este presente trabalho, ora a primeira parte deste enfocará uma visão geral e na segundo mais a sua filosofia e seus problemas principais, a existência de Deus, a criação, o exemplarismo, a providência e o mal, a alma humana e valorização do homem, a vontade e numa parte final também não numa visão detalhista algo sobre o tempo, a história e a política.
VIDA E OBRAS
Santo Agostinho nasceu em Tagaste, África. O seu pai, Patrício, era pagão e a sua mãe, Mônica, cristã. recebe formação cristã da mãe que abandona na época de seus estudos formais, feitos em escolas pagãs (Cartago e Madaura). O pouco caso com que o cristianismo é tratado em Madaura afasta-o do mesmo, aproximando-o do Manequeísmo.
Quando em 370 é enviado pelo pai para os estudos de retórica em Cartago, vive uma experiência amorosa da qual nasce um filho, Adeodato. Nesse período escreve vários opúsculos combatendo o cristianismo a partir de suas convicções manequeístas.
À medida que avança em seus estudos, afasta-se aos poucos do Manequeísmo até cair no ceticismo, próprio dos acadêmicos, em torno de 380.
Em 383 vai a Roma, onde abre uma escola. Mais tarde obtém a cátedra de retórica em Milão. Em Milão assiste os sermões de santo Ambrósio e lê as Enéadas de Plotino. Os sermões reaproximam-no do cristianismo e as Enéadas afastam-no do ceticismo, é claro que isto vai acontecendo mesmo depois do Batismo e só se trona concreto com a vivência da sua fé.
Em 386 entrega-se com um grupo de amigos a um prolongado retiro, durante o qual recebe o batismo e inicia a sua trajetória como escritor cristão. Ali mesmo escreve Contra Acadêmicos, o primeiro de um numerosa lista de livros de filosofia e teologia, conforme mostra o quadro a seguir:
ANTES DO SACERDÓCIO (386-391)
Contra Acadêmicos / 386 |
De moribus Ecclesiae Catholicae et manichaeorum / 388 |
De Beata Vita / 386 |
De Libero Arbitrio / 388 |
De Ordine / 386 |
De Genesi contra Manichaeos / 388 |
Soliloquios / 387 |
De Magistro / 389 |
De Immortalitate Animae / 387 |
De Vera Religione / 388-391 |
De Grammatica / 387 |
De Diversibus quaestionibus Octoginta Tribus / 389-396. |
De Quantitate Animae |
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ANTES DO EPISCOPADO (396)
De Utilitate Credendi / 391-2 |
De Sermoni Domini in Monte / 393-6 |
Duabus Animabus contra Manichaeos / 391-2 |
Contra Adimantum / 393-6 |
Disputatio contra Fortunatum / 391-2 |
Expositio ex ... Epsitola ad Romanos / 393 |
De Fides et Symbolo / 393 |
Epistola 28 ad Hieronymum / 393-6 |
Psalmus contra Partem Donato / 393-6 |
De Mendacio / 394-5 |
De Genesi ad Litteram liber Imperfectus / 393-396 |
De continentia / 394-5 |
Depois do episcopado, Agostinho escreve mais 60 obras. As mais importantes são:
Confessionum / 400 |
De Anima ed ejus origine / 419 |
De Natura Boni / 405 |
De Civitate Dei / 413-426 |
De Trinitate Dei / 400-416 |
Retractationum / 427 |
De Doctrina Christiana / 396-427 |
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