Por D. Hugo Cavalcante, monge-beneditino

 

 

Estas foram as principais etapas do Pontificado de Sua Santidade o Papa Bento XVI, 264º Sucessor do Apóstolo São Pedro que decorreu entre os dias 19 de abril de 2008 e 28 de fevereiro de 2013:

 

- 2005 -

BÊNÇÃO APOSTÓLICA "URBI ET ORBI"

PRIMEIRA SAUDAÇÃO

DE SUA SANTIDADE BENTO XVI

terça-feira, 19 de abril de 2005.

 

Amados Irmãos e Irmãs,

 

Depois do grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais elegeram-me, simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor.

Consola-me saber que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes. E, sobretudo, recomendo-me às vossas orações.

Na alegria do Senhor Ressuscitado, confiantes na sua ajuda permanente, vamos em frente. O Senhor ajudar-nos-á. Maria, sua Mãe Santíssima, está conosco. Obrigado!

20 de abril: primeira mensagem, em latim, na qual indica o seu "programa de governo": agir para a unidade da Igreja, executar o Concílio Vaticano II;

13 de maio: anuncia a abertura do processo de beatificação do seu Predecessor, João Paulo II;

29 de maio: visita pastoral em Bari, por ocasião da conclusão do XXIV Congresso Eucarístico Nacional;

31 de maio: publica o Motu proprio sobre a Basílica de São Paulo fora dos Muros e seu complexo extraterritorial;

24 de junho: se dirigia em visita ao Quirinal, sendo acolhido pelo Presidente da Republica Italiana Carlo Azeglio Ciampi;

28 de junho: publica o "Compêndio do Catecismo da Igreja Católica";

18-21 de agosto: primeira viagem ao exterior, na Alemanha, em Colônia, para a XX Jornada Mundial da Juventude. Visita também a mesquita e a sinagoga;

29 de agosto: encontra os responsáveis da Fraternidade São Pio X (Lefebvrianos);

15 de setembro: encontra os dois rabinos chefes de Israel;

2-23 de outubro: convoca para Roma os Cardeais e Bispos de todo o mundo para o Sínodo sobre a Eucaristia; modifica as normas de realização da assembleia, introduzindo o livre debate;

9 de novembro: publica o Motu proprio que dá novas disposições a respeito das Basílicas de São Francisco e Santa Maria dos Anjos em Assis;

22 de dezembro: "renovação na continuidade": no Discurso à Cúria Romana indica que deve ser interpretado assim o Concílio Ecumênico Vaticano II.

 

- 2006 -

 

25 de janeiro: primeira encíclica: "Deus caritas est" ;

24 de março: cria 15 novos Cardeais;

25-28 de maio: viagem apostólica na Polônia, visitando Auschwitz;

22 de junho: nomeia como Secretário de Estado o Cardeal Tarcísio Bertone, S.D.B, que assume o lugar do Cardeal Ângelo Sodano;

8-9 de julho: viagem apostólica para Valência por ocasião do V Encontro Mundial das Famílias;

11 de julho: o porta-voz Joaquim Navarro Valls, membro da Opus Dei pelo jesuíta padre Frederico Lombardi, que passa a ser o Diretor da Sala de Imprensa;

1º de setembro: peregrinação ao Santuário do Santo Rosto em Manopello (Pescara);

9-14 de setembro: viagem Apostólica até a Baviera, nos lugares do seu nascimento e da sua vida em família;

12 de setembro: violenta reação do mundo islâmico depois do Discurso do Santo Padre pronunciado na Universidade de Ratisbona sobre fé e razão;

26 de setembro: excomunhão do Arcebispo Emmanuel Milingo: tinha consagrado quadro padres casados;

29 de outubro: visita pastoral em Verona;

20 de novembro: o presidente da República Italiana Giorgio Napolitano é recebido no Vaticano;

23 de novembro: recebe o Primaz Anglicano Rowan Williams;

28 de novembro - 1º de dezembro: viagem apostólica na Turquia, particularmente esperada depois de Ratisbona. O Santo Padre assinou uma declaração conjunta com o Patriarca Ortodoxo Bartolomeu I

 

- 2007 -

 

22 de fevereiro: publica a Exortação apostólica pós-Sinodal "Sacramentum caritatis", sobre a Eucaristia como fonte e cume da vida e da missão Igreja;

7 de março: nomeia Presidente da Conferência Episcopal Italiana o Cardeal Angelo Bagnasco, que assume o lugar do Cardeal Camillo Ruini;

13 de abril: lança o primeiro volume do livro sobre "Jesus de Nazaré";

21-22 de abril: visita pastoral a Vigevano e Pavia;

9-14 de maio: abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino e Caribenho em Aparecida (Brasil), tendo durante visita a São Paulo canonizando o Beato Antônio de Sant'Anna Galvão, 1º santo nascido em terras brasileiras;

11 de junho: publica o Motu proprio com o qual modifica as regras para a eleição do Pontífice: de agora em diante será sempre necessária a maioria qualificada de dois terços dos Cardeais eleitores;

17 de junho: visita pastoral a Assis por ocasião dos 800 anos da conversão de São Francisco;

30 de junho: Carta aos Católicos Chineses; pedindo às autoridades de Pequim a liberdade religiosa e a normalização das relações entre a China e a Santa Sé.

7 de julho: publica o Motu proprio Summorum Pontificum, sobre a liturgia romana anterior a reforma de 1970, permitindo mais amplamente o uso do Missal que contém aquela que passa a ser denominada por muitos forma extraordinária da celebração da Santa Missa;

1-2 de setembro: visita pastoral em Loreto: 300 mil jovens italianos o acolhem;

7-9 de setembro: viagem apostólica na Áustria nos 850 anos de fundação do Santuário de Mariazell;

23 de setembro: visita pastoral na Diocese Suburbicária de Velletri-Segni;

29 de setembro: muda o diretor do L'Osservatore Romano: Giovanni Maria Vian substitui Mário Agnes;

21 de outubro: visita pastoral em Nápoles, lançando um apelo contra a Camorra;

24 de novembro: cria 23 novos Cardeais; reúne o Colégio Cardinalício para discutir o ecumenismo;

30 de novembro: segunda encíclica: "Spe salvi", sobre a esperança cristã.

 

- 2008 -

 

15 de janeiro: renuncia à visita que faria a Universidade "La Sapienza de Roma", depois dos protestos dos estudantes e professores;

20 de janeiro: cerca de 100 mil pessoas se reúnem na Praça São Pedro para o "Papa Day": é a manifestação de apoio ao Santo Padre depois dos protestos na Universidade;

5 de fevereiro: foi publica a nova versão da oração da Sexta-feira Santa para a "conversão" dos judeus, contida no antigo Missa Romano latino. As comunidades hebraicas reagem duramente;

15-21 de abril: vai até os Estados Unidos da América, fala diante da Assembleia da Organização das Nações Unidas; reza no Ground Zero e encontra algumas vítimas dos padres pedófilos;

17-18 de maio: visita pastoral em Savona e Gênova;

14-15 de junho: visita pastoral a Santa Maria de Leuca e Bríndisi;

21 de junho: publica o Motu proprio que publica a lei própria do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica;

27 de junho: nomeia o Cardeal Agostino Vallini seu Vigário para Roma; o predecessor era o Cardeal Camillo Ruini;

28 de junho: abre o ano dedicado ao Apóstolo São Paulo, juntamente com o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I;

12-21 de julho: viagem apostólica para Sidney, na Austrália, para a XXIII Jornada Mundial da Juventude. Também aqui encontra as vítimas dos padres pedófilos;

7 de setembro: visita pastoral em Cagliari;

12-15 de setembro: viagem apostólica à Franca - onde encontra o Presidente Nicolas Sarkozy - e depois vai a Lourdes, para o 150º aniversário das aparições de Nossa Senhora a Santa Bernadete Soubirous;

4 de outubro: visita ao Quirinal e o Presidente Italiano Giorgio Napolitano;

5 de outubro: lê o primeiro capítulo do libro do Gênesis na TV;

5-26 de outubro: Cardeais e Bispos de todo o mundo são convocados a Roma pelo Papa para o Sínodo sobre a Palavra de Deus. O Pontífice denuncia as perseguições contra os cristãos;

19 de outubro: visita pastoral ao Pontifício Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia;

1º de novembro: publica o Motu proprio sobre a Obra do Pão dos Pobres ligada a Basílica de Santo Antônio em Pádua;

13 de novembro: recebe no Palácio Apostólico o Exmo. Sr. Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio LULA da Silva, estando presente na comitiva a então ministra e depois Presidente do Brasil a Exma. Sra. DILMA Vana ROUSEFF Linhares;

29 de novembro: cartas ao Presidente das Repúblicas da Argentina e do Chile por ocasião do 30º aniversário da mediação da Santa Sé no contencioso entra os dois países;

28 de dezembro: apelo do Santo Padre afim de que Israel pare os bombardeamentos sobre a faixa de Gaza.

 

- 2009 -

 

24 de janeiro: retira a excomunhão dos quatro Bispos lefebvrianos. Um deles, Richard Williamson, nega a Shoah: suscitando duríssimas reações das comunidades hebraicas;

12 de março: escreve aos Bispos de todo o mundo sobre o acontecimento relativo aos Bispos lefebvrianos, reconhecendo algumas falhas, mas exprimindo tristeza pelas intolerância manifestadas em relação ao assunto;

17-23 de março: viagem apostólica aos Camarões e a Angola. No avião responde a um jornalista afirmando que o uso do preservativo não resolve, mas ao contrário, arrisca "aumentar" o problema da AIDS: chegam ao Papa críticas do mundo inteiro, com protestos oficiais dos governos da França, Alemanha, Bélgica e União Europeia;

28 de abril: visita às vítimas dos terremotos no Abruzzo;

8-15 de maio: visita apostólica na Terra Santa: Jordânia, Israel e territórios Palestinos. Visita a mesquita de Aman, presta homenagem no memorial do Holocausto em Yad  Vashem, deixa uma oração no muro das lamentações;

24 de maio: visita pastoral a Cassino e Monte Cassino, onde se encontra o túmulo de São Bento, Abade;

16 de junho: carta de proclamação de um ano sacerdotal por ocasião do sesquicentenário do dies natalis do Santo Cura D'Ars.

19 de junho: abre o ano sacerdotal da Igreja, dedicado à beleza do ministério sacerdotal;

21 de junho: visita pastoral a São Giovanni Rotondo, rezando no túmulo de São Pio de Pietrelcina;

28 de junho: encerramento do Ano Paulino: na celebração do bimilenário do Apóstolo dos gentios;

2 de julho: publica o Motu proprio que agrega a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei à Congregação para a Doutrina da Fé;

7 de julho: publica a sua terceira encíclica: "Caritas in Veritate";

7 de julho: publica o Motu proprio que aprova o novo Estatuto do Departamento de Trabalho da Sé Apostólica - USLA;

17 de julho: durante as férias de verão quebra o pulso direito por causa de uma queda;

6 de setembro: visita pastoral em Viterbo e Bagnoreggio, terra de São Boaventura;

26-28 de setembro: visita apostólica na República Tcheca;

3-24 de outubro: acontece no Vaticano o Sínodo dos Bispos de todo o mundo, convocado pelo Santo Padre para discutir sobre os problemas da Igreja na África;

26 de outubro: publica o Motu proprio com o qual são modificadas algumas normas do Direito Canônico;

8 de novembro: visita pastora a Brescia e Concesio onde recorda o Servo de Deus Paolo VI

9 de novembro: publica a Constituição apostólica "Anglicanorum coetibus" que abre aos fieis anglicanos - incluindo padres casados e Bispos - que desejarem entrar para fazer parte da Igreja Católica;

21 de novembro: encontra o Primaz Anglicano Rowan Williams, Arcebispo de Canterbury;

21 de novembro: fala para 260 artistas reunidos na Capela Sistina;

3 de dezembro: encontra o Presidente Russo Dmitrij Medvedev; comunica o início das relações diplomáticas completas com a Federação Russa;

17 de dezembro: reduz ao estado leigo o Arcebispo Emmanuel Milingo;

19 de dezembro: autoriza a proclamação das "virtudes heroicas" de Pio XII e João Paulo II, aprendo o caminho para a beatificação deles; as comunidades hebraicas protestam porque contrárias àquela do Papa Pacelli;

24 de dezembro: uma psiquicamente enferma faz o Papa cair durante a entrada para a celebração da Santa Missa na noite de Natal;

27 de dezembro: o Papa almoça com os pobres da Comunidade de Santo Egídio.

 

- 2010 -

 

15 de janeiro: confirma o Cardeal Tarcísio Bertone, S.D.B, como seu Secretário de Estado, na ocasião dos seus 75 anos de idade;

17 de janeiro: visita a Sinagoga de Roma, 21 anos depois do Beato João Paulo II;

21 de janeiro: confirma o Cardeal Bertone como Secretário de Estado;

15-16 de fevereiro: encontra os Bispos Irlandeses para discutir sobre os abusos sexuais;

14 de março: visita a paróquia luterana de Roma;

19 de março: escreve uma carta aos Católicos Irlandeses sobre as questões dos abusos;

17-18 de abril: visita apostólica em Malta;

1º de maio: anuncia a intervenção nos Legionários de Cristo;

2 de maio: visita pastoral a Turim para a Ostensão do Santo Sudário;

11-14 de maio: visita apostólica em Portugal: Lisboa, Santuário de Fátima e Porto;

4-6 de junho: visita apostólica no Chipre; entregando o instrumento de trabalho para o Sínodo dos Bispos sobre o Oriente Médio;

4 de julho: visita pastoral a Sulmona por ocasião dos 800 anos do nascimento de São Pedro Celestino, papa que renunciou ao Sólio Pontifício;

5 de setembro: visita pastoral a Carpineto Romano para o 200º aniversário do nascimento de Leão XIII;

16-19 de setembro: visita apostólica no Reino Unido;

21 de setembro: publica o Motu proprio com o qual institui o Pontifício Conselho para a Promoção da nova Evangelização: confiando à Presidente  do Arcebispo Dom Rino Fisichella, ex-reitor da Pontifícia Universidade Lateranense;

30 de setembro: publica a Exortação apostólica pós-Sinodal "Verbum Domini", sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja;

3 de outubro: visita pastoral em Palermo;

10-24 de outubro: preside o Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio;

18 de outubro: Carta aos Seminaristas;

20 de outubro: anuncia o Consistório para a criação de 24 novos Cardeais;

6-7 de novembro: visita apostólica na Espanha: Santuário de Santiago de Compostela e em Barcelona consagra a Basílica da Sagrada Família, obra de Gaudi;

23 de novembro: publica o libro-entrevista com Peter Seewald. "Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos";

30 de dezembro: institui a AIF, (Autoridade de Informação Financeira) para a transparência bancária e a luta contra a lavagem de dinheiro nas finanças vaticanas; o presidente é o Cardeal Attilio Nicora.

 

- 2011 -

 

2 de fevereiro: escreve o prefácio do Youcat, subsídio ao Catecismo da Igreja Católica dirigido aos jovens;

10 de março: publica o segundo volume sobre "Jesus de Nazaré. Do ingresso em Jerusalém até a ressurreição";

16 de março: escreve uma mensagem ao Presidente da República Italiana Napolitano pelos 150 anos da Unidade da Itália;

22 de abril: Sexta-feira Santa: a primeira vez que participa de um programa de televisão desde que é Pontífice: concedendo uma entrevista a TV Rai Uno;

1º de maio: Beatifica João Paulo II na Praça de São Pedro;

7-8 de maio: visita pastoral em Aquileia e Veneza;

14 de maio: autoriza a publicação da Instrução "Universale Ecclesiae" para a aplicação das normas sobre a celebração da Santa Missa com o rito antigo ou extraordinário;

16 de maio: autoriza a publicação da Carta circular sobre os abusos sexuais do clero, com a qual se pede a todas as Conferências episcopais do mundo para organizar as linhas "mestras" para combater o fenômeno;

21 de maio: coliga-se com a estação espacial internacional;

4-5 de junho: visita apostólica na Croácia para o Encontro Nacional das Famílias Católicas Croatas;

19 de junho: visita pastoral na República e Diocese de San Marino-Montefeltro;

24 de junho: carta ao Prof. Giovanni Maria Vian, diretor no L'Osservatore Romano, na ocasião dos sesquicentenário de sua fundação;

29 de junho: celebra o 60º aniversário de Ordenação Presbiteral

18-21 de agosto: viagem para Madri, para participar da XXVI Jornada Mundial da Juventude;

30 de agosto: publica o Motu proprio com o qual modifica a Constituição apostólica Pastor bonus transferindo algumas competências da Congregação para o Clero para um novo departamento no Tribunal da Rota Romana;

11 de setembro: visita pastoral em Ancona no encerramento do XXV Congresso Eucarístico Nacional;

22-25 de setembro: viaja pela terceira vez para a Alemanha; proferindo palestra no Bundestag de Berlim;

9 de outubro: visita pastoral em Lamézia Terme e Serra São Bruno (Calábria), onde visita os Cartuxos e o túmulo de São Bruno, fundador dos mesmos;

11 de outubro: institui o Ano da Fé, que será aberto em 11 de outubro de 2012.

27 de outubro: em Assis, preside a Jornada de reflexão, diálogo e oração para a paz e justiça no mundo "peregrinos da verdade, peregrinos da paz" nos 25 anos depois da Jornada Interreligiosa do Beato João Paulo II;

13-20 de novembro: viagem apostólica ao Benin, publicando no dia 19 a Exortação apostólica pós-Sinodal "Africae Munus", sobre a Igreja na África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz.

 

- 2012 -

 

18 de fevereiro: Consistório no qual cria 22 novos Cardeais;

23-29 de março: viagem apostólica ao México e a Cuba;

14 de abril: Carta ao Presidente da Conferência Episcopal Alemã sobre a tradução da palavra "pro multis" contida na forma da consagração do vinho;

13 de maio: visita pastoral a Arezzo, La Verna e Santo Sepulcro (Itália);

25 de maio: Estoura o escândalo "Vatileaks", depois da publicação de um libro com documentos secretos vaticanos, culminando com a prisão do mordomo do Papa, Paolo Gabriele;

1-3 de junho: visita pastoral na Arquidiocese de Milão para participar do VII Encontro Mundial das Famílias;

26 de junho: visita pastoral nas áreas que sofreram terremotos na Emília Romana;

2 de julho: Carta ao Cardeal Tarcísio Bertone, S.D.B., com a qual renova e confirma a confiança pessoal no mesmo;

9 de julho: visita a casa dos Verbitas em Nemi;

15 de julho: visita pastoral na Diocese Suburbicária de Frascati;

14-16 de setembro: viagem apostólica no Líbano; publica a Exortação apostólica pós-Sinodal "Ecclesia in Medio Oriente", sobre a Igreja no Oriente Médio, comunhão e testemunho;

4 de outubro: visita pastoral em Loreto pelo 50º aniversário da visita do Beato João XXIII. Confia a Nossa Senhora o Ano da Fé, que começará em 11 de outubro - no 50º do Concílio Vaticano II e no 20º da promulgação do Catecismo da Igreja Católica - e que durará até 24 de novembro de 2013.

7-28 de outubro: preside o Sínodo para a Nova Evangelização;

9 de outubro: proclama Doutores da Igreja: São João D'Ávila e Santa Hildegardes de Bigen;

10 de novembro: publica o Motu proprio que institui a Pontifícia Academia de Latinidade;

11 de novembro: publica o Motu proprio sobre o serviço da caridade;

21 de novembro: lança o livro "A infância de Jesus", com o qual conclui a sua trilogia sobre Jesus de Nazaré.

24 de novembro: Consistório no qual cria 6 novos Cardeais;

12 de dezembro: o Papa cria uma conta no twitter @Pontifex, contando o mesmo com mais de 2 milhões de follower;

22 de dezembro: concede a graça ao seu ex-mordomo Paolo Gabriel, condenado a 18 meses de prisão pelo roubo de documentos do apartamento pontifício.

 

- 2013 -

16 de janeiro: publica o Motu proprio com o qual modifica a Constituição apostólica Pastor Bonus e transfere a competência sobre a Catequese da Congregação para o Clero para o Pontifício Conselho para a Nova Evangelização;

16 de janeiro publica o Motu proprio com o qual modifica a Constituição apostólica Pastor Bonus e transfere a competência sobre os seminários da Congregação para a Educação Católica para a Congregação para o Clero;

11 de fevereiro por ocasião de um Consistório no qual proclama 44 novos santos, apresenta a sua:

DECLARAÇÃO DE RENÚNCIA

 

Caríssimos Irmãos,

 

Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para  administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de fevereiro de 2013.

22 de fevereiro: publica o Motu proprio com o qual modifica a Constituição apostólica Universi Dominici Gregis, sobre a Sé Vacante e a eleição do Romano Pontífice.

27 de fevereiro: realiza a sua última

 

AUDIÊNCIA GERAL

 

na Praça de São Pedro

 

Venerados Irmãos no Episcopado e no Presbiterado!

Ilustres Autoridades!

Amados irmãos e irmãs!

 

Agradeço-vos por terdes vindo em tão grande número a esta minha última Audiência Geral.

De coração, obrigado! Sinto-me verdadeiramente comovido e vejo a Igreja viva! E acho que devemos dizer obrigado também ao Criador pelo bom tempo que nos dá agora, ainda no Inverno.

Como fez o Apóstolo Paulo no texto bíblico que ouvimos, também eu sinto em meu coração que devo sobretudo agradecer a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra e assim alimenta a fé no seu Povo. Neste momento, alarga-se o horizonte do meu espírito e abraça toda a Igreja espalhada pelo mundo; e dou graças a Deus pelas «notícias» que pude receber, nestes anos de ministério petrino, acerca da fé no Senhor Jesus Cristo, da caridade que circula realmente no Corpo da Igreja e o faz viver no amor, e da esperança que nos abre e orienta para a vida em plenitude, para a pátria do Céu.

Sinto que tenho a todos comigo na oração, num presente que é o de Deus, onde reúno cada encontro, cada viagem, cada visita pastoral. Reúno tudo e todos na oração, para confiá-los ao Senhor, pedindo-Lhe que tenhamos pleno conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual, e possamos comportar-nos de maneira digna d'Ele, do seu amor, dando frutos em toda a boa obra (cf. Cl 1,9-10).

Neste momento, reina em mim uma grande confiança, porque sei, sabemos todos nós, que a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida. O Evangelho purifica e renova, dá frutos por todo o lado onde a comunidade dos fiéis o escuta e acolhe a graça de Deus na verdade e na caridade. Esta é a minha confiança, esta é a minha alegria.

Quando, no dia 19 de abril de quase oito anos atrás, aceitei assumir o ministério petrino, uma certeza firme se apoderou de mim e sempre me acompanhou: esta certeza de que a Igreja vive da Palavra de Deus. Naquele momento, como já disse várias vezes, as palavras que ressoaram no meu coração foram: Senhor, porque me pedis isto..., uma coisa imensa!? Este é um grande peso que me colocais sobre os ombros, mas se Vós me pedis, à vossa palavra lançarei as redes, seguro de que me guiareis, mesmo com todas as minhas fraquezas. E, oito anos depois, posso dizer que o Senhor me guiou verdadeiramente, permaneceu junto de mim, pude diariamente notar a sua presença. Foi um pedaço de caminho da Igreja que teve momentos de alegria e luz, mas também momentos não fáceis; senti-me como São Pedro com os Apóstolos na barca no lago da Galileia: o Senhor deu-nos muitos dias de sol e brisa suave, dias em que a pesca foi abundante; mas houve também momentos em que as águas estavam agitadas e o vento contrário - como, aliás, em toda a história da Igreja - e o Senhor parecia dormir. Contudo sempre soube que, naquela barca, está o Senhor; e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas é d'Ele. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, certamente também por meio dos homens que escolheu, porque assim quis. Esta foi e é uma certeza que nada pode ofuscar. E é por isso que, hoje, o meu coração transborda de gratidão a Deus, porque nunca deixou faltar a toda a Igreja e também a mim a sua consolação, a sua luz, o seu amor.

Estamos no Ano da Fé, que desejei precisamente para reforçar a nossa fé em Deus, num contexto que parece colocá-Lo cada vez mais de lado. Queria convidar todos a renovarem a confiança firme no Senhor, a entregarem-se como crianças nos braços de Deus, seguros de que aqueles braços nos sustentam sempre e nos permitem caminhar todos os dias, mesmo no cansaço. Queria que cada um se sentisse amado por aquele Deus que entregou o seu Filho por nós e nos mostrou o seu amor sem limites. Queria que cada um sentisse a alegria de ser cristão. Numa bela oração, que se recita diariamente pela manhã, diz-se: "Eu Vos adoro, meu Deus, e Vos amo com todo o coração. Agradeço-Vos por me terdes criado, feito cristão...". Sim! Estamos contentes pelo dom da fé; é o bem mais precioso, que ninguém nos pode tirar! Agradeçamos ao Senhor por isso mesmo todos os dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus nos ama, mas espera que também nós O amemos!

Mas não é só a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na condução da barca de Pedro, embora recaia sobre ele a primeira responsabilidade. Eu nunca me senti sozinho, ao carregar as alegrias e o peso do ministério petrino; o Senhor colocou junto de mim tantas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, me ajudaram e estiveram ao meu lado. E em primeiro lugar vós, amados Irmãos Cardeais: a vossa sabedoria, os vossos conselhos, a vossa amizade foram preciosos para mim; os meus Colaboradores, a começar pelo meu Secretário de Estado que me acompanhou fielmente ao longo destes anos; a Secretaria de Estado e a Cúria Romana inteira, bem como todos aqueles que, nos mais variados sectores, prestam o seu serviço à Santa Sé: são muitos rostos que não sobressaem, permanecem na sombra, mas precisamente no silêncio, na dedicação quotidiana, com espírito de fé e humildade, foram para mim um apoio seguro e fiável. Um pensamento especial para a Igreja de Roma, a minha diocese! Não posso esquecer os Irmãos no Episcopado e no Presbiterado, as pessoas consagradas e todo o Povo de Deus: nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre senti grande solicitude e profundo afeto; mas também eu amei a todos e cada um sem distinção, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Todos os dias tinha presente cada um de vós na oração, com o coração de pai.

Depois, queria que a minha saudação e o meu agradecimento chegassem a todos: o coração de um Papa abraça o mundo inteiro. E queria expressar a minha gratidão ao Corpo Diplomático junto da Santa Sé, tornando presente a grande família das nações. Aqui penso também a todos aqueles que trabalham por uma boa comunicação, e agradeço-lhes o seu serviço importante.

Neste momento, queria agradecer verdadeiramente do coração também às inúmeras pessoas, de todo o mundo, que nas últimas semanas me enviaram comoventes sinais de atenção, amizade e oração. Sim! O Papa nunca está sozinho, pude experimentá-lo agora mais uma vez e duma maneira tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos, e muitíssimas pessoas se sentem estreitamente unidas a ele. É verdade que recebo cartas dos grandes do mundo - dos Chefes de Estado, dos líderes religiosos, dos representantes do mundo da cultura, etc. -, mas recebo também muitíssimas cartas de pessoas simples que me escrevem simplesmente com o seu coração e me fazem sentir o seu afeto, que brota do fato de estarmos unidos com Jesus Cristo, na Igreja. Estas pessoas não me escrevem como se faz, por exemplo, a um príncipe ou a um grande que não se conhece; mas escrevem-me como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de um vínculo familiar muito afetuoso. Aqui se pode tocar com a mão o que é a Igreja: não uma organização, uma associação para fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que nos une a todos. Poder experimentar a Igreja deste modo e quase tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor é motivo de alegria, num tempo em que muitos falam do seu declínio. Mas vejamos como a Igreja está viva hoje!

Nestes últimos meses, senti que as minhas forças tinham diminuído, e pedi a Deus com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre diante dos olhos o bem da Igreja e não a nós mesmos.

Permiti-me, aqui, voltar mais uma vez àquele 19 de abril de 2005. A gravidade da decisão esteve precisamente no fato de que, daquele momento em diante, me comprometera sempre e para sempre com o Senhor. Sempre: quem assume o ministério petrino deixa de ter qualquer vida privada. Pertence sempre e totalmente a todos, a toda a Igreja. A sua vida fica, por assim dizer, totalmente despojada da dimensão privada. Pude experimentar, e estou a experimentá-lo precisamente agora, que um recebe a vida precisamente quando a dá. Eu disse, antes, que muitas pessoas que amam o Senhor, amam também o Sucessor de São Pedro e estão-lhe afeiçoadas; que o Papa tem verdadeiramente irmãos e irmãs, filhos e filhas em todo o mundo, e que se sente seguro no abraço da vossa comunhão; é assim, porque deixou de se pertencer a si mesmo, pertence a todos e todos pertencem a ele.

Mas o "sempre" é também um «para sempre»: não haverá mais um regresso à vida privada. E a minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério não revoga isto; não volto à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas permaneço de forma nova junto do Senhor Crucificado. Deixo de trazer a potestade do ofício em prol do governo da Igreja, mas no serviço da oração permaneço, por assim dizer, no recinto de São Pedro. Nisto, ser-me-á de grande exemplo São Bento, cujo nome adoptei como Papa. Ele mostrou-nos o caminho para uma vida, que, ativa ou passiva, está votada totalmente à obra de Deus.

Agradeço a todos e cada um ainda pelo respeito e compreensão com que acolhestes esta decisão tão importante. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, através da oração e da reflexão, com aquela dedicação ao Senhor e à sua Esposa que procurei diariamente viver até agora, e quero viver sempre. Peço que me recordeis diante de Deus, e sobretudo que rezeis pelos Cardeais, chamados a uma tarefa tão relevante, e pelo novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Que o Senhor o acompanhe com a luz e a força do seu Espírito!

Invocamos a materna intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, pedindo-Lhe que acompanhe cada um de nós e toda a comunidade eclesial; a Ela nos entregamos, com profunda confiança.

Queridos amigos! Deus guia a sua Igreja; sempre a sustenta mesmo e sobretudo nos momentos difíceis. Nunca percamos esta visão de fé, que é a única visão verdadeira do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, habite sempre a jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está perto de nós e nos envolve com o seu amor. Obrigado!

 

ÚLTIMA SAUDAÇÃO AOS PEREGRINOS

DE LÍNGUA PORTUGUESA

 

Amados peregrinos de língua portuguesa, agradeço-vos o respeito e a compreensão com que acolhestes a minha decisão. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, na oração e na reflexão, com a mesma dedicação ao Senhor e à sua Esposa que vivi até agora e quero viver sempre. Peço que vos recordeis de mim diante de Deus e sobretudo que rezeis pelos Cardeais chamados a escolher o novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Confio-vos ao Senhor, e a todos concedo a Bênção Apostólica.

 

Em síntese, nos sete anos, dez meses e nove dias de Pontificado, o Romano Pontífice realizou 24 viagens apostólicas internacionais e ao menos trinta e uma viagens pastorais dentro da Itália, percorrendo mais de 160 mil quilômetros. Realizou 348 audiências gerais, seja na Praça de São Pedro, seja na Sala Paulo VI, seja em Castel Gandolfo, que reuniram um total de 5.116.600.000 fieis. A Sé Apostólica ficou vacante, como previamente anunciado pelo Santo Padre, às 20 horas de Roma do dia 28 de fevereiro de 2013.