Reflexão do Mons. Rhawy aos jovens

 

Fugindo do ambicioso general Napoleão Bonaparte, o jovem lavrador João Maria queria servir a um outro general muito mais importante: o Cristo. Mas tinha poucos estudos e já não era mais criança. Sua vontade era grande, maior que suas dificuldades. Seguiu o convite de Deus. Foram anos em que sua cabeça não assimilava todos os conhecimentos das ciências. Mas conseguiu um progresso sempre crescente na descoberta do amor de Deus e na vontade de ajudar os outros. Foi entendendo aos poucos que as pessoas precisavam muito deste amor. Sentia que sua missão era ser mensageiro da Palavra e do Amor do Senhor para todos.

Quase não foi ordenado Padre. Parecia fraco nos estudos. Um padre amigo e conselheiro assumiu com o bispo a responsabilidade sobre ele. Trabalharam juntos. Tempos depois morreu seu protetor. Foi mandado para a pequena paróquia rural de Ars (Lião-França). Teve muita paciência neste trabalho junto a uma população de vida religiosa fria no começo... Buscava força na oração e penitência por todos. Perseverou. Transformou-lhes a vida. Sua palavra simples tinha todo o fogo de Deus... Muitos vinham de longe para ver, ouvir e se confessar. Em seu trabalho humilde e constante conquistou muito mais que os grandes de seu tempo.

Não importa ao jovem que o mundo seja grande. Seu coração sendo maior vai conquistá-lo. Para todos os ambientes, para muitas situações, enfim para que a vida humana se desenvolva em clima de participação deve haver liberdade de escolha dos caminhos de nossa vida. A escolha da vida sacerdotal ou religiosa é uma opção válida. Há lugar para desejos e sonhos sobre o futuro.

Em geral, as famílias pensam para seus filhos trabalhos ou profissões e caminhos que eles já viveram ou que são dentro da cultura que nos cerca uma boa escolha. Graças a Deus há muitos pais hoje que orientam seus filhos explicando os vários caminhos da vida e lhes dão inteira liberdade de opção. Querem a felicidade e realização deles.

Como em nossos dias as vocações começam a desabrochar mais na juventude ou um pouco mais tarde, as escolhas são mais livres, sem tanta influência ou pressão da família. Tendo uma vida religiosa boa, de participação na pastoral das comunidades, é muito mais madura a escolha, mais consciente. O contato com a realidade que nos cerca já não apavora. Dentro das modalidades de pastoral há uma grande variedade nas congregações religiosas e nas dioceses conforme os ambientes. E é maior hoje a informação sobre tudo.

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o chamado do Senhor e siga-o. Atender a um convite divino cria também laços mais fortes de entendimento e de relacionamento com o próprio Senhor. Antes se insistia muito a respeito da vida religiosa sacerdotal sobre renúncias, sacrifícios. Havia até exagero. Não há porque ficar insistindo nisso. Qualquer pessoa em seu lugar de trabalho e de convivência tem de lutar, sofrer, renunciar para realizar o que planejou para si e para os seus... Pelo contrário seguir o Cristo mais de perto traz muito mais benefícios: a vida se transforma quando Deus faz parte integrante de nossa vida.