Católicos, uni-vos! Que tal nós, os leigos, iniciarmos um abaixo-assinado endereçado ao papa, sugerindo que ele convoque um grupo de peritos para avaliar a possibilidade de se declarar um novo dogma mariano: Maria medianeira das graças? Sabe-se que a proclamação do suprarreferido dogma era aguardada no Concílio Vaticano II. Talvez o sínodo da família, a realizar-se em Roma em 2014, seja o momento propício, inspirando-nos a refletir acerca da mediação mariana, uma vez que a célula-mãe da sociedade ou Igreja doméstica, bombardeada por leis iníquas e por ideologias, tem amiúde recorrido à Virgem imaculada.

Com este artigo, desejo começar uma campanha em prol do dogma da mediação de nossa Senhora. Desta feita, é bom deixar claro que todo católico tem o direito sagrado de se dirigir diretamente ao bispo de Roma, supremo pastor da Igreja (Cânon 212, § 2.º, do CIC). Além disso, não se trata de impor nada ao sumo pontífice, mas de, respeitosamente, sugerir que ele promova um estudo a respeito dessa experiência religiosa bimilenar de os cristãos confiarem na mediação ou intercessão de santa Maria.

Por que os leigos? Comecemos por nós, os leigos, porque todo dogma está alicerçado no chamado sensus fidei, isto é, na consciência dos fiéis comuns. Nos dogmas marianos existentes a participação dos leigos mostrou-se importantíssima. Por exemplo, a comunidade católica sempre creu na imaculada conceição (ou concepção) de Maria. Em 1854, após estudos bíblico-teológicos e consultas aos bispos do mundo inteiro, mas referendado na percepção popular, Pio IX declarou solenemente, como verdade de fé, que santa Maria nasceu isenta do pecado original.

Soa totalmente desnecessário demonstrar o quanto o povo de Deus, sobretudo a maioria pobre, se entrega nos braços de santa Maria, invocando o patrocínio dela junto a Jesus. Os inúmeros santuários marianos em todo o orbe terrestre constituem apenas uma das provas desta confiança que os católicos depositam em Maria santíssima. Atestam-no, outrossim, os milhões de rosários rezados dia a dia. Os milhares de Marias da onomástica latino-americana igualmente dão conta do carinho do povo simples para com a mãe de Deus.

No Brasil, o Santuário Nacional de Aparecida confirma o apreço dos nossos conterrâneos para com a deípara, a genitora de Jesus Cristo. De fato, estar em Aparecida é uma grande bênção. O romeiro sente no fundo da alma o amor de Jesus transmitido pelas mãos maternas de Maria de Nazaré.

O abaixo-assinado que, é óbvio, poderá contar também com a assinatura dos clérigos (diáconos, padres e bispos), representará o primeiro recurso nesta liça sacrossanta em favor da definição do dogma de Maria medianeira ou mediadora das graças. Peço que o amado leitor adira a esta campanha. Coloque no Google "abaixo assinado 28439" (http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/28439) e informe apenas nome, R.G. e e-mail. Não há necessidade de preencher os outros campos.

Devotos de santa Maria, uni-vos! Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

Edson Luiz Sampel

Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma.

Membro da Academia Marial de Aparecida (AMA) e da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp).