Natal é o nascimento de Jesus Salvador. Natal é maior gesto de fraternidade, o gesto de um Deus que se torna irmão. Um gesto de um Deus-Homem, que quer consagrar todas as pessoas, fazendo-as verdadeiramente irmãs. O fato do Natal é a beleza da sinfonia universal: lá estava no berço um Deus-criança, lá estava um casal, lá cantavam anjos, lá estavam animais, lá estiveram os pastores, lá brilhou uma estrela, lá chegaram os magos. Um congraçamento de raças e povos, de ecologia e de fraternidade, de céu e terra. Só assim podia ser a chegada de Deus, assumindo a natureza humana, para fazer parte da história. Um Deus tão perto, que assume as condições humanas, um Deus que quer produzir a sinfonia da paz, do louvor, da vida, da esperança e da salvação.
Natal deveria ser uma festa-compromisso, obrigando a humanidade parar de separar-se, de usar de violência, de produzir morte. O Natal é a festa da vida e vida plena. O Natal é a alegria que se esparrama por todos os rincões e dimensões, inclusive nos Recantos que se tornam um novo momento de encanto da Vida.

O Natal deveria ser a criação de um mundo novo, o mundo do projeto de Deus, sem estragos, sem quebras, sem desarmonias. Um Natal que produza novos nascimentos, feitos de alegria, de vida, de paz, de fraternidade, de esperanças, de perspectivas novas.
Natal que seja verdadeiramente celebrar Cristo Jesus em seu aniversário, presença que não falte em nenhuma celebração e que esteja em cada coração, em cada lar, em cada ambiente. Só assim o Natal será verdadeiro Natal, festa de Jesus e de toda a humanidade.

"Nós Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo". Mt 2,2.
Na noite de Natal, os anjos cantaram: "Paz aos homens". Só um Deus – na forma e na ternura de uma criança – é capaz de gerar a verdadeira paz, que produza justiça, solidariedade, bem-estar, um mundo segundo o projeto de Deus. A violência, a cultura da morte, o espezinhamento dos direitos fundamentais da pessoa humana, devem ser para sempre queimados na fornalha de amor da manjedoura de Belém.
Parece até uma contradição: refletir o Natal. O Natal não se reflete. O Natal se vive. Ou em outras expressões humanas e cristãs: o Natal se contempla e se adora. Quem olha na ótica da fé, o Natal é o grande acontecimento de Deus na história dos homens: um Deus que assume a humanidade e participa das vicissitudes humanas para lhes dar uma nova visão. Por isso, é necessário Contemplar o Natal. Contemplar é extasiar-se diante de um Deus que se faz criança na ternura de um bebê que necessita dos cuidados da sua mãe e que nasce numa situação de pobreza. Um Deus que não tem palácios, mas uma gruta. Um Deus que não recebe homenagens de reis e monarcas, mas de simples pastores. Um Deus que se sente o bafejo dos animais como a indicar a harmonia de toda a natureza junto de seu Criador. Um Deus, enfaixado em fraldas e deitado numa manjedoura, mesmo sendo o Senhor Onipotente do universo.
Ao contemplar um Deus assim só nasce uma atitude: Adorar. Cair de joelhos e sentir que ali está um Deus tão simples e tão perto da gente. Um Deus que se faz gente como nós. Adorar é reconhecer a chegada do nosso Deus, "que se faz carne e vem habitar no meio de nós"(Jo 1,14). Um Deus humano, que se revela em tantas formas "contraditórias" e significativas. Adorar é reconhecer que Jesus Cristo é o Messias prometido, o Deus Salvador, o Homem-Deus, o Emanuel, o "Deus-conosco" que entra na história para não mais se afastar dela, porque a história é sua e nossa. Natal é história de Deus na história dos homens. A história da salvação se realiza no encanto e na beleza de uma criança que começa no Natal sua trajetória de amor, de presença, de encanto, de evangelização, de estar perto das pessoas, principalmente das mais pobres e marginalizadas. Contemplar e Adorar Jesus Cristo, Deus-homem: é o melhor jeito de celebrar o Natal: nascimento a gerar nossos nascimentos para a vida plena!