Jesus hoje é apresentado ao Templo de Jerusalém. Ia, junto de seus pais, cumprirem a lei mosaica, "Conforme está escrito na Lei do Senhor: "Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor." Foram também oferecer o sacrifício - um par de rolas ou dois pombinhos - como está ordenado na Lei do Senhor"(cf. Lc 2, 23-24).
O velho Simeão, homem justo e piedoso, subiu ao templo, tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: "Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel." (cf. Lc 2, 29-32).
O velho Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
"Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma."(cf. Lc. 2, 34-35).
Os bispos da América Latina e do Caribe, e entre eles o então Cardeal Arcebispo de Buenos Aires, hoje Papa Francisco, na Conferência de Aparecida, falaram da alegria do discípulo que poderemos comparar com a luz: "Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43). A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e oprimido pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria." (DAp 29).
O verdadeiro sentido da festa da Apresentação do Senhor, ou Festa da Luz, ou festa de Nossa Senhora da Candelária, ou ainda de Nossa Senhora das Candeias, é o encontro de Cristo e sua Igreja. Isto vale para qualquer celebração litúrgica, mas especialmente para esta festa. A liturgia nos convida a dar as boas-vindas a Cristo e a sua mãe, como o fez seu próprio povo de então: "Ó Sião, enfeita teu quarto nupcial e dá boas-vindas a Cristo Rei; abraça a Maria, porque ela é a verdadeira porta do céu e traz o glorioso Rei da luz nova".
Na pobreza de nossas mãos ou mesmo carregado de nossos pecados e dificuldades da vida, procuremos o rosto de Deus, e hoje nos apresentemos, de mãos postas ao Senhor, e vamos ao seu encontro para que a sua luz ilumine a nossa vida. Que Nossa Senhora da Luz nos guie neste bom propósito.
Por fim, espiritualmente, me uno aos meus antigos diocesanos da Diocese de Luz e de sua cidade. Que a bela imagem de Nossa Senhora da Luz, do belo de trono de glória de sua Catedral, a primeira construída numa vila, que ainda não era cidade, continue abençoando não só a nossa episcopal cidade de Luz do Aterrado, mas toda a amada e inesquecível Diocese de Luz, pérola preciosa incrustada no centro-oeste de Minas, a nos apontar o Cristo luz dos povos! Rogai por nós Virgem da Luz, ilumine-nos no caminho de apresentação ao Ressuscitado!

+ Eurico dos Santos Veloso
3o. Bispo de Luz
4o. Arcebispo de Juiz de Fora.