por Pe Rhawy Chagas

 

Nos bastidores do mundo de hoje se reivindica tantos direitos, mas nenhuma deles fala de direito ao amor. O cristão sabe ou de saber que o direito ao amor é o primeiro dos direitos de cada ser humano. Este, pois, é a novidade que o cristianismo trouxe para cada um em particular, para depois ser partilhada para com os outros. A realidade da caridade vem de Deus, no coração de cada homem, é das estruturas do seu coração que penetra nas estruturas do mundo. Colocar tal caminho de amor na sociedade significa perguntar-se como Testemunhar a caridade e dar assistência, sem fazer assistencialismo; como ligar a caridade e a justiça, tendo em conta que a justiça está no primeiro degrau do amor. Como ser uma comunidade na caridade, que se torne consciência crítica das estruturas sociais e das instituições. Em uma palavra, significa ligar caridade e política de maneira que os responsáveis e os agentes de pastoral (e, seria audacioso, a cada um de nós batizados, consagrados na Trindade Santa e Missionários enviados, pois Aquele que envio Jesus é que também nos envia) ajam em direção a um amadurecimento de consciência e de caridade que faça falar a Igreja ao mundo da política e a faça de maneira que o mundo possa escutar e amar.

Assim que as intervenções concretas e, em particular os da caridade, que no âmbito de sua dimensão política , passam se confrontar com a pobreza. É evidente que a pobreza e a marginalização são ligadas as estruturas das desigualdades, porque esta é a atuação pratica daquelas no limite do humano. O pobre é considerado, então, em virtude e em relação ao rédito médio per capita, que  é o próprio índice econômico da desigualdade e que demonstra como se possa ser pobre somente porque os outros, no meio dos quais se vive, se tornam cada vez mais ricos.

Portanto, pobreza e riqueza são duas realidades capazes de conviver na mesma sociedade e de incrementar-se contemporaneamente. Eis aí, que uma política, contra a pobreza, não deve direcionar-se, a priori, contra as pessoas pobres, mas deve antes modificar os mecanismos que geram e mantem as desigualdades: está aqui a diferença entre a política assistencial e a política social. Aqui está também a crise assistencial, que mesmo devolvendo um quinto do produto interno bruto para a assistência pública, tornou-se como uma locomotiva, que na sua corrida perdeu os vagões, quero dizer que perdeu o sentido e os fins da política e da vida social em sua viagem.

Então, o remédio para a crise do assistencialismo comporta a análise da nova questão social, que as antigas pobrezas e as novas que aí estão dramatizando as vidas humanas, possam ser eliminadas com uma política franca e sincera de partilha da renda nacional. Se descobre, portanto, que a nova questão social não é tão social, mas antropológica, a qual empobreceu, por sua vez, o relacionamento social e, por isso a solidariedade se impõe agora como uma redenção da complexidade sócio-cultural atual.