Vamos usar o método dos evangélicos: o padre, na homilia, catequizando a assembleia.

 

Com certeza, um dos motivos principais da defecção de tantos católicos reside na péssima formação doutrinal. Tão logo esses irmãos adentram as comunidades evangélicas, são imediatamente bombardeados com as teses protestantes e, não raro, insuflados contra a Igreja, passam a denegri-la de variegados modos.

O papa Francisco, na Evangelii Gaudium, insistiu veementemente para que os padres profiram sempre uma boa homilia. Escrevi um artigo a respeito deste assunto:  http://www.zenit.org/pt/articles/e-as-homilias-melhoraram . É preciso, também, que essa homilia ou sermão contenha um pouco de catequese. Esta é uma tarefa urgente a ser desempenhada por parte dos sacerdotes!

Em cada homilia, o padre explicaria um trecho da doutrina cristã. Assim, é indispensável que se ensine ao povo de Deus principalmente que a Igreja católica não é apenas uma entre tantas denominações que pululam por aí, mas ela é a única e verdadeira sociedade eclesial fundada por Jesus Cristo. Meu Deus, o povo não sabe disso! Se aprendeu na remota catequese da primeira comunhão – duvido! – , esqueceu-o completamente. Os padres têm de reservar alguns instantes da homilia para discorrer acerca dos sacramentos instituídos por nosso Senhor, do valor inestimável deles e que só podem ser encontrados na Igreja, pois as seitas não os possuem.

Toda vez que eu dou uma entrevista a um órgão de imprensa, faço questão de arrumar um jeito de dizer que a Igreja católica é de origem divina. Esta atitude polemiza? Sim, porém, no bom sentido. Quantos que me ouvem ou me veem e jamais intuíram isso, pois foram apresentados a uma caricatura da Igreja? Creio que toda autoridade eclesiástica, ao se deparar com um meio de comunicação, deveria igualmente lançar esta boa nova: Jesus continua vivo na Igreja católica; a bíblia não é um livro morto, pois a tradição da Igreja lhe dá vida etc.

Do ponto de vista estritamente canônico, a homilia da missa de domingo não é o momento mais adequado para a catequese geral, todavia, estamos num período de emergência, perdendo fiéis dia a dia, muitas vezes em virtude de eles não conhecerem a riqueza da Igreja, a doutrina bimilenar que ela comunica; gente que troca ouro por ninharia! Fiéis incautos que se deixam levar pelo prurido de ensinos vãos ou por emoções que anestesiam o sofrimento. Sabe uma das razões precípuas pela qual os irmãos separados continuam separados? A doutrinação deles, cuidadosamente levada a cabo pelos pastores. Vamos usar o mesmo método! Não uma lavagem cerebral, mas a inculcação do magistério católico nos fiéis, a fim de que eles passem a nutrir um santo orgulho da religião que professam e se tornem imunes à desgraça de cambiar o verdadeiro pelo falso.

 

 

Edson Luiz Sampel

Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma. 

Membro da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp), da Academia Marial de Aparecida (AMA) e da Sociedade Brasileira de Canonistas (SBC).