Toda homilia, ao menos implicitamente, tem de comunicar o ensinamento do Concílio Vaticano II de que a Igreja católica foi fundada por Jesus (Lumen Gentium, n. 14a). Assim, certifica-se a autenticidade do discurso. O padre é membro da sociedade erigida por Cristo. Fala em nome da verdadeira Igreja.

Alguma coisa estará errada, se a homilia, do ponto de vista doutrinal, puder ser proclamada passivamente numa comunidade protestante (ambiente revolucionário). De fato, ao contrário do que se afirma, nem mesmo em cristologia acordamos com os irmãos separados, pois eles, por exemplo, não adoram a humanidade de Jesus. O protestantismo nega a denominada "comunicatio idiomatum" (comunicação dos idiomas).

O papa Francisco, com veemência, pede que os padres preparem bem as homilias (Evangelii Gaudium, n. 138 e seguintes).

A homilia cumpre importante papel na catequização do povo de Deus e, com certeza, se católica, contribuirá com a evangelização autêntica. Por exemplo, é mister expor com carinho a doutrina eucarística, pois, infelizmente, muitos católicos comungam, sem saber ao certo que manducam o corpo e o sangue de Jesus. É preciso explicar e enaltecer sempre o santíssimo sacramento.

Se quem vai à missa não sabe que participa de um sacramento instituído pelo próprio Jesus e não sabe que pertence à Igreja que Cristo erigiu, então, com muita facilidade, por qualquer motivo (antipatia pelo pároco, desavença com algum agente de pastoral etc.), deixará de frequentar os sacramentos ou passará a uma comunidade protestante, onde o pastor -como já ouvi alguém dizer - “prega a palavra com unção” ou, talvez, fale mais bonito que o padre.

Edson Luiz Sampel
Professor da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo (da Arquidiocese de São Paulo).