Com todo respeito aos organizadores da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE), a qual será oficialmente lançada quarta-feira de cinzas, 17/2/2021, penso que caberia no texto-base uma nota de rodapé para a primeira aparição da sigla LGBTQ+. A observação serviria para evitar mal-entendidos. A referida nota, bem simples, poderia estar vazada nos seguintes termos: 

"Os cristãos respeitam imensamente os homossexuais e desejam integrá-los às diversas comunidades religiosas (Catecismo da Igreja Católica, n. 2358). Entretanto, a moral cristã abona apenas a heterossexualidade como forma de vivenciar o sexo (Catecismo da Igreja Católica, n. 2357). Além disso, para os católicos, é defeso apoiar iniciativas que visem ao reconhecimento legal da união civil de pessoas homossexuais (Congregação para a Doutrina da Fé - Considerações sobre Projetos de Reconhecimento Legal das Uniões entre Pessoas Homossexuais, n. 5)." 

No mais, os católicos e os irmãos separados têm a obrigação de se empenhar pelo sucesso da campanha da fraternidade ecumênica, ao lume da evangélica opção preferencial pelos pobres e jovens, não exclusiva nem excludente. Procuremos, na quaresma e sempre, pôr em prática os valores evangélicos, pois Cristo, nossa paz,  do que era dividido fez unidade (Ef 2,14a). 

Edson Luiz Sampel 

Professor da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo (da Arquidiocese de São Paulo)