DESCRIÇÃO HERÁLDICA

ESCUDO: De campo azul, dominando o chefe; uma estrela de seis raios, de prata, acompanhada lateralmente por duas seções de faixetas enxadrezadas de quatro peças, sendo duas de vermelho e duas de prata, em cada faixeta. A estrela é cercada por um manto de prata, aberto sobre os dois lados do escudo, dobrado com casa e botão próprios. O manto se apóia sobre um chevron de vermelho, com a forma de esquadro. Sob o chevron, em campo de azul está firmada uma Cruz de ouro, centrada pela Sagrada Escritura, aberta, encadernada de ouro, com duas páginas de prata, ostentando na primeira página um "Alfa" e na segunda página um "Omega", inscritos em preto. Sob a Sagrada Escritura estão projetados para baixo e para os lados, mais três livros encadernados de ouro, com os forros dos seus dorsos de verde, ficando os perfis das capas e das charneiras, de ouro, aparentes e que são os livros que compões o Corpus Iuris Canonici da única Igreja: CIC , PB e CCEO.

INSÍGNIAS: Duas chaves cruzadas, com os palhetões voltados para cima e para os lados, sendo dourada a chave posta em banda e a chave posta em barra é prateada. As chaves são duplamente lançadas por trás do escudo e, um bastão dourado, posto em pala, tem incrustada, na sua parte acima do escudo, uma cruzeta de prata.

LEMA: Abaixo do Brasão estão inscritas em letras unciais, as palavras: "SOLUS SALUS OMNIUM" - SÓ A SALVAÇÃO DE TODOS - (São Raimundo de Penaforte).


COMENTÁRIO SIMBÓLICO

O escudo é de azul por representar a Salvação dos homens retratada no plano espiritual-transcendental do Projeto do Criador e é simbólica da Virgem Santa Maria, Mãe de Deus e da Igreja, Rainha do Universo, Estrela da Nova Evangelização, "Janua Coeli" e nossa Advogada, a quem o Supremo Legislador suplica o auxílio para a proclamação ou vivência das normas contidas em todo o Corpus. O azul é ainda da Virgem Santa Maria, por traduzir suas inigualáveis Virtudes, Glórias e sua firmeza incorruptível.
A estrela individualiza São Raimundo de Penaforte, Patrono Celeste dos Canonistas, que deu ordenamento às Leis Canônicas, cuja obra está, heraldicamente indicada nas faixetas enxadrezadas. Santo taumaturgo, São Raimundo deu prova de suas virtudes, quando fez o vôo sobre o mar, apenas com o seu manto, das Ilhas Baleares até Barcelona, sua pátria terrena e, veio a tornar-se um insigne ministro do Sacramento da Penitência e depois Mestre Geral da Ordem dos Pregadores - Dominicanos.
O chevron vermelho que tem a forma de esquadro, significa a retidão do Direito (ius = iustus = iustitiae = iudicio) (S. Moya, 101) e, por lembrar o compasso pelas dimensões iguais da figura que ele cria, é atributo de Justiça e profundidade de Juízo (Guelfi, 155).
No campo azul sob o chevron, a Cruz se destaca por ser o principal símbolo do Cristianismo e da Salvação das almas (salus animarum). Centrada sobre a Cruz está realçada a Sagrada Escritura aberta, encadernada em ouro, com duas páginas de prata, contendo o "Alfa" e o "Omega", que o Cristo, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Sob a Sagrada Escritura, projetados para baixo e para os lados, estão três livros, abertos, encadernados com dorsos verdes, com seus perfis e os perfis das charneiras sendo de ouro aparentes e que são os livros que compõem o Corpus Iuris Canonici (Codex Iuris Canonici, Pastor Bonus e o Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium). O verde é a cor que se refere aos canonistas, servos da esperança e da consolação.
Como elementos exteriores do Brasão, as duas chaves aludem ao Múnus Pontifício que é de Direito Divino e são a expressão da autoridade eclesial e terrena. O Evangelho nos mostra São Pedro, o Príncipe dos Apóstolos, como rocha inamovível, sobre a qual é fundada a Igreja, Uma, Santa, Católica e Apostólica, sendo o mesmo, perpetuado em seus Sucessores, detentor das Chaves do Céu. Assim como Deus velou sobre o Apóstolo Pedro, assim vela a Providência Divina sobre os seus Sucessores. A São Pedro, disse Jesus: "Dar-te-ei as Chaves do Reino dos Céus, E tudo o que ligares na terra, será ligado nos Céus e, tudo o que desligares na terra, será desligado nos Céus (Mt 16, 13-19).
No centro, sob o escudo, um bastão dourado, emblema da dignidade e poder, é alusivo ao direito de administrar a Justiça (S. Moya, 39).
Ao exposto, consoante o enunciado do lema deste Sodalício, bem expresso na frase de São Raimundo de Penaforte: "SÓ A SALVAÇÃO DE TODOS", que faz seu o Desejo Divino, para a maior Glória de Deus, Pai Filho e Espírito Santo e da sua Santa Igreja Imortal!
Salvador - BA, sexta-feira, 19 de junho de 2009, na Solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus, Abertura do Ano Sacerdotal, no Sesquicentenário do Dies Natalis de São João Batista Maria Vianney, o Cura D'Ars, XXIV da Sociedade Brasileira de Canonistas.

Victor Hugo Carneiro Lopes